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"Angela: É incrível quando você consegue sentir a sua vida indo a algum lugar. Como se ela acabasse de descobrir como ser boa.

My So Called Life- Minha vida de cão"

Uma Semana Depois

Carol Vieira- ON

Os dias se passaram e, graças ao meu bom Deus, tudo ficou ainda melhor. Com os dias eu fui ficando bem e "superando" o que tinha acontecido com o MC e acostumando com a minha nova vida.

Sara e Christopher vieram morar comigo de vez, não queriam de jeito nenhum voltar para casa. Disseram que estava um inferno lá e que MC estava igual doido nas ruas, todo mundo tinha medo dele.
Descobri também que a tal amante, que virou amante fixa depois, apanha todos os dias dele.
Queria fazer alguma coisa, mas ela procurou isso.

Naiara me contou sobre Pedro e a idéia de adotá-lo. Super fiquei feliz por ela, já que os meninos vão crescer e seguir a própria vida.
Fiquei sabendo também sobre Jake e Valentina, o término deles mexeu com todos nós. Christopher me disse que no começo, o Jake sofreu. Mas depois, ficou mais solto que arroz. Saia todo dia e nem ligava.

Sara ficou do lado da Emma. Ela nunca gostou da Cassandra e, quando ficou sabendo de toda a história, se revoltou e foi arrumar briga também com a mesma. Tina não fala mais com Emma, as duas se evitam pra caramba na escola e afeta a amizade das meninas.

Estou ficando no apartamento da Naiara por uns dias, até eu conseguir arrumar um serviço e depois uma casa para alugar. Não quero voltar para morro nenhum, vou construir minha vida por aqui e dar o bom e do melhor para meus filhos.

Pelo que eu fiquei sabendo, a Evellyn armou um encontro com a minha mãe. Eu fiquei muito brava com isso, falei horrores para ela. Mas no final, acabei aceitando a idéia e decidi que iria falar com ela.

Estava sentanda na mesa que tinha reservado no meu nome e fiquei nervosa o tempo todo. Olhava para os lados toda a hora e verificava o celular, ansiedade é foda.
Avistei uma moça de cabelos loiros e com rouoas chiques, falou com o homem e ele apontou para aonde eu estava.
Era agora ou nunca.

Quando ela estava perto o suficiente, me levantei. Ela tirou seu óculos de Sol e me olhou de cima para baixo.
Coloquei uma parte do cabelo atrás da orelha e suspirei, com vergonha.

Cláudia: Como você cresceu. - ouvi ela dizer. - Não vai me dar um abraço?

A olhei por um tempo, mas logo dei o abraço que ela queria. Ficamos um bom tempo naquela posição, depois nos soltamos.

Cláudia: Olha só como a minha menina está grande. - me analisou de novo. - A última vez que eu te vi, você tinha cabelos escuros!

Carol: Decidi pintar. Cansei do preto! - dou de ombros. - Senta.

Nos sentamos e ficamos caladas.

Cláudia: Como vão as coisas? - perguntou.

Carol: Ah.... bem. - minto.

Cláudia: O quê aconteceu no tempo que eu estive fora? Preciso me atualizar.

Sorri de lado e abaixei a cabeça.

Carol: Eu não moro mais no Alemão. Na verdade... - faço uma pausa. - Eu não moro mais no morro!

Cláudia: Está aonde agora?

Carol: Passando um tempo na casa de uma amiga. Mas eu quero procurar um outro lugar! - dou de ombros.

Cláudia: Fiquei sabendo que teve filhos.

Carol: Na verdade, eu adotei. Dois. Um casal! - pego meu celular e mostro a foto dos dois para ela. - Sara e Christopher.

Cláudia: Como eles são lindos! - sorriu. - Mas por quê adotou? Preferiu não ter?

Carol: Eu não posso ter filhos, mãe. - ela me olha sem acreditar. - No começo foi um choque para mim, mas depois aceitei a idéia da adoção!

Cláudia: E ele, como reagiu?

Engulo em seco e suspiro, ao lembrar de Marcos.

Carol: No começo, me deu todo apoio. Fomos juntos em alguns orfanatos por aqui e ficamos encantados com todas as crianças! - dou de ombros. - Ele foi muito atencioso naquela época...

Cláudia: Naquela época? - cruza os braços. - Não estão mais juntos?

Nego com a cabeça.

Carol: Parece que ele decidiu ser feliz com outra pessoa...

Cláudia: Te traiu? - confirmo com a cabeça. - Aí meu Deus, filha...

Carol: Eu estou bem, mãe! - garanto. - Já intendi o fato de que ele poderia ir atrás de outra, porque estava cansado de mim. - fecho os olhos e engulo o choro. - Eu estou bem.

Cláudia: Eu te conheço, e sei que está mentindo para mim. - abro os olhos e encaro a mesma. - Sei como está se sentindo, passei pela mesma coisa com seu pai.

Carol: Pois são casos diferentes...

Cláudia: Claro que não! - ela suspira e faz uma pausa. - Sei que você me acha um monstro por ter te deixado aqui sozinha, mas eu não queria ver você sofrer a mesma coisa que sofri. Apanhar todos os dias, aguentar traições, brigas e desentendimentos, humilhações e tudo mais. - seus olhos brilharam e eu vi lágrimas neles. - Eu não queria que você tivesse passado pela mesma coisa que passei. Meus conselhos era a realidade em que eu vivi, e queria que você tivesse me escutado!

Carol: Mãe....

Cláudia: Estou feliz que você tenha realizado todos os seus sonhos. Que conseguiu ter uma família que sempre sonhou em ter! - uma lágrima escorreu pela sua bochecha. - Mas eu sinto muito por não ter te ajudado nos momentos mais difíceis da sua vida, quando precisou de mim. Só quero que... me perdoe por tudo que te fiz. Toda a dor que causei!

Peguei na sua mão, que estava em cima da mesa, e sorri.

Carol: Nunca guardei rancor da senhora! - passo segurança.

Cláudia: E pra concertar meu erro... - sorriu. - Quero que você e meus netos, venham morar comigo!

Ouvir aquilo foi tipo ver uma porta da felicidade se abrindo para mim. Foi ver uma nova oportunidade surgir e uma vontade de viver de um jeito diferente surgisse.

Carol: Tem certeza? Eu não quero incomodar...

Cláudia: Não está incomodando. - sorriu. - Vamos?

Carol: Preciso ver com os meninos. Eles precisam decidir também!

Cláudia: Pois bem. - deu de ombros. - Na quinta-feira que vem, estou partindo. Vocês têm todo esse tempo para decidir!

Confirmo com a cabeça e ela começa a falar de outro assunto.

Vem Comigo 2.0Where stories live. Discover now