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No dia seguinte, Davi acordou mais leve do que o comum. A troca de tiros, na qual acabará participando no dia anterior, o garoto descontou todos os sentimentos enquanto segurava a extensa arma em sua mão. Foram trinta e cinco derrubados e mais vintes que quase acabaram indo para o saco também.

Um sorriso largo nasceu em seu rosto e a vontade de esbanjar felicidade por aí surgiu. Davi deu um pulo da cama e correu para dentro do banheiro, aonde fez suas necessidades e tomou sua ducha. Minutos depois dentro daquele cômodo abafado, por conta da água quente, o jovem decidiu sair e se vestir para o colégio.

Seu celular tocou em cima na cama mostrando a notificação de uma nova mensagem da namorada, Emma. Um sensação boa invadiu seu peito de uma maneira fazendo o menino sentir mil e um sentimentos diferentes seguidos do outro.

Só a namorada pudera causar isso em si.

Ele borrifou seu perfume amadeirado pelo corpo e punhos, ajeitou a gola da camisa, ajeitou a bolsa no ombro e saiu do quarto. O corredor do andar de cima estava vazia e não havia nenhum outro barulho fora do padrão, deu de ombros e desceu as escadas.

A bolsa de sua irmã estava jogada no sofá de dois lugares junto com sua blusa do uniforme e mais outras coisas que garotas usavam, o garoto não fez diferente, jogou a sua bolsa no outro sofá e entrou na cozinha. Anastácia estava terminando de fazer o café enquanto ouvia música baixinho que saia do rádio. Davi olhou para os lados à procura do pai, mas não o encontrou.

Anastácia: Bom dia. - disse animada. - Dormiu bem?

O jeito que a irmã tentava mostrar que estava tudo bem, não convencia muito o irmão.

Davi: Ele não dormiu em casa outra vez, né? - perguntou tenso demais.

A garota engoliu em seco e negou com a cabeça lentamente.

Era incrível como uma única pessoa podia estragar o seu dia sem dar um aviso prévio. A sensação de alívio desapareceu quando percebeu que não ajudará o pai a voltar para casa no dia anterior.

Davi: Droga. - sussurrou nervoso. - Deveria ter trazido ele à força....

Anastácia: Olha, acho que... - fez um pausa. - Ele sabe o que está fazendo. Só acho que a mamãe também precisa dele!

Davi: Não me diz que...

Anastácia: Não, ainda não. - o garoto bufa irritado e ri sarcástico.

Davi: Ótimo, BC. Ótimo! - soca a parede e se senta passando as mãos no cabelo.

Os sentimentos do jovem se misturaram, fazendo com que seu peito apertasse.

Anastácia: Ele vai sair dessa. - tentou tranquilizar o irmão. - Ele vai conseguir!

Davi: Ok. - suspirou. - Terminou o café?

Anastácia: Do jeito que você gosta! - sorriu, simpática como sempre, e colocou o café na xícara do irmão.

Os jovens seguiram os minutos seguintes tomando o café até as coisas da mesa acabarem definitivamente. Anastácia entrou no banheiro e a louça ficou pela responsabilidade de Davi, que lavou tudo numa rapidez.

A campainha tocou e significava que o motorista do dia havia chegado.

Davi: Bora, Anastácia. - gritou enquanto ajeitava a bolsa nas costas. - O cara já chegou!

Anastácia: Tô indo. - gritou do banheiro. - Me esperem lá fora!

Davi: Tá bom. - se aproximou da porta, abrindo a mesma.

Um homem forte, alto, cabelos castenhos, olhos escuros e de pele branquinha, estava parado de braços cruzados enquanto esperava os filhos do seu chefe saírem de casa. Davi o cumprimentou com apenas um aceno de cabeça e entrou no carro preto, estacionado bem na sua porta.

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