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Kevin: Naquele momento percebi que a vida também era feita de ilusões. E que, destruir as ilusões de alguém é uma das piores violências que se pode cometer.

The Wonder Years- Anos Incríveis.
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MARATONA 2/5


Valentina Santiago-ON

Cassandra se jogou ao meu lado da cama e soltou uma gargalhada gostosa.

Cass: Aquela festa foi louca. Precisamos sair mais vezes!

Valentina: Precisamos mesmo.

As coisas que a Emma e o Jake me falaram mais cedo, ainda não saíram da minha cabeça. Não era a primeira vez que ele me falavam sobre a Cassandra não ser de confiança, que ela só estava na minha maldade.
Mas cara, não era possível.

Eu conheço ela já faz um tempo. Como ela vai ter coragem de me trair assim? Não tem como.

Cass: No que está pensando? - perguntou. - Ficou calada do nada.

Soltei um suspiro e me sentei na cama. Me virei e encarei a mesma.

Valentina: Você está gostando do Jake? - ela arregalou os olhos e se sentou na cama também.

Cass: O que? Como assim? Você acha mesmo que eu seria capaz?

Valentina: Você gosta ou não dele, Cassandra? - perguntei de novo.

Cass: Mas é claro que não. Eu respeito o relacionamento de vocês! - soltei o ar que estava preso nos meus pulmões e sorri.

Valentina: Ufa.

Cass: Quem te contou uma coisa dessas?

Valentina: An... ninguém. - ri, sem ter nenhuma graça. - A Emma que veio com uns papos estranhos. Mas eu sabia que era mentira!

Cass: Nunca ficaria com o Jake, Tina. - deu de ombros. - Fica despreocupada!

Assenti com a cabeça e voltamos a falar de outros assuntos.

MC- ON

Eu andava de um lado para o outro sem saber o que fazer. Estava suando frio e meu coração faltava voar do peito de tão agitado que estava. Passei a mão no cabelo nervoso e esmurrei a parede com força.

MC: CARALHO, NÃO CONSEGUIRAM RASTREAR AINDA? - gritei.

xXx: Colfoi, patrão? Celular da dona tá batendo o sinal na sua casa. - resmungou.

MC: Então em que canto ela tá, filho da puta?

xXx: Lá vou saber.

MC: QUERO TODO MUNDO ATRÁS DA MINHA MULHER, AGORA. - soletrei. - ENTRA NA CASA DE TODO MUNDO. NÃO QUERO SABER DE NENHUMA CASA PASSAR BATIDO, ACHEM A MINHA MULHER!

xxx: Sim chefe. - saiu da minha sala, todo apressado.

Passei as mãos no rosto e me joguei na minha cadeira.

Carol sempre fechou no dez a dez comigo. Desde quando ouve o aniversário da minha tia lá no Alemão, quando a gente ficou pela primera vez. Depois, ela nunca mais largou do meu pé.

Eu ainda era muito novo, não sabia fazer nada direito. Tinha acabado de assumir o morro, tava aproveitando aquela festa toda de "buceta de todos os jeitos, na hora que você quiser".
Se louco, todo dia era uma diferente.
Já cheguei a catar três na mema hora, fi. Imagina, três fogosa, cada uma pagando um ket de um jeito diferente.
Qualquer homem pira.

Mas a Carol, foi diferente. Ela não fazia do jeito das outras, ela era especial. Me causava sensações estranhas, sentimentos incomuns, por isso comecei a tratá-la como lixo. Usava e abusava da farinha, e quem levava a culpa? Ela.
Já fiz a minha loirinha sofrer demais. Admito, naquela época, eu não merecia aquele amor todo. Mas depois, eu mudei.
Até eu ver a Adriana.

Moreninha, 19 anos, novinha, corpo pitel, cinturinha pilão, rabão daquele jeito e mamilos incríveis. Se loco, instiga qualquer um.
Chegou no morro esses dias, já veio na intimidade com os moleque, louquinha pra me conhecer.
Me trombou no baile, começou a chamar minha atenção. Rebolava de um jeito gostoso, era toda gostosa. Não me aguentei, passei a vara naquele dia mesmo.
Depois, foi só varada. E a Carol, desconfiada sempre.

Mas foi coisa de momento, não largaria a Carol pela a Adriana. Nunca na minha vida. Minha mulher esteve comigo sempre, nos bons/piores momentos. Trocar ela por uma piranha? Nunca.

Evellyn: Eu tô falando com você, filho da puta. - me esmurrou de novo, fazendo meus pensamentos voar.

MC: Ih, colfoi? Tá me agredindo por quê?

Evellyn: Você ainda pergunta o por quê? - gritou. - TEU FILHO DE UMA PUTA. TU TRAIU A CAROL POR QUE? EM? VIADINHO.

MC: Pode abaixar o seu tom, tá pensando que tá falando com seu macho? - me levantei naquele pique e peitei a mesma. - Acabo com essa sua folga rapidinho.

Evellyn: Mas tem que ser macho mesmo. Foi macho pra trair, tem que ser na hora de bater! - bufo, irritado.

MC: Não me tira do sério, Evellyn.

Evellyn: Eu deveria te matar. Seu lixo...

Vanessa: Eu não consigo falar com ela. Não tem mais espaço na caixa de mensagens! - falou, entrando na sala.

MC: Tá fazendo o quê aqui?

Vanessa: Tentando achar a minha amiga. - Respondeu seca.

Evellyn: E a Naiara?

Naiara: Cheguei. - entrou correndo, recuperando a respiração. - Demorei?

Vanessa: Nem um pouco!

Naiara: Sabem dela? - jogou a sua bolsa no sofá.

Evellyn: Não.

Naiara: Então é verdade? Você traiu mesmo ela? - me encarou e cruzou os braços. - Qual o seu problema?

MC: A carne foi fraca. Só aconteceu uma vez....

Evellyn/Vanessa: Mentira!

Naiara: E sabe o que me deixa ainda mais indignada? É que você pede apoio para os seus primos! - revirei os olhos.

Vanessa: O quê?

Naiara: Os meninos sabiam que ele já estava traindo a Carol...

MC: Cala a boca vocês três. Fui homem de trair e estou sendo homem de assumir o meu erro! - gritei, batendo a mão na mesa. - Trai? Trai sim. Peguei? Peguei sim. Fodi? Fodi sim. Errei? Errei sim. Mas eu estou arrependido e quero a minha mulher de volta. Então, ao invés de ficarem me xingando, por que não me ajudam a encontrá-la?

Naiara: Deveria te dar uns botadão na cara...

MC: Tenta. - fui pra cima da mesma. - Acha que eu vou ser o mano PK de deixar uma mulher me bater? Tô nem aí se você é mulher do mano LM, te estouro na porrada...

Naiara: Acha que eu tenho medo de você? - me peitou também. - Homem igual você eu bato de frente, converso no mesmo tom. Quer cair na porrada? Partiu. Vamos ver quem vai conhecer o inferno primeiro....

MC: Filha da puta... - fui pra cima da mesma.

Evellyn: Se põe no seu lugar. TU NÃO VAI BATER NELA! - gritou.

MC: Sai vocês tudo daqui. - apontei pra porta. - SAEM DO MEU MORRO E NÃO VOLTEM NUNCA MAIS!

Naiara: Eu espero que a Carol seja inteligente e sente em outra pica, nesse tempo que ela tá fora. - fechei os punhos com força. - Tu merece ser corno!

Vanessa: Vamos, Naiara. - pegou as coisas da mesma e saíram da minha sala.

Fechei a porta com força e revirei tudo. Joguei a mesa contra parede, rasguei sofá, quebrei janela.... transformei aquilo tudo num caos adoidado.

Me sentei no chão e peguei meu celular. Na tela inicial, era uma foto nossa. Aonde ela sorria quando estava ao meu lado.
Acho que eu deveria ter feito ela feliz mais um pouco!

Vem Comigo 2.0Where stories live. Discover now