~~~Nazaré~~~

Mulai dari awal
                                        


A algazarra estava completa no momento em que Maria se encontrou com Conceição. O tempo fora generoso com as duas. Abraçadas, contendo as lágrimas por serem umas fortes mulheres, riam sobre os anos em que não se viram. Encararam-se e correram, ao seu passo, para o tão querido quintal da mais velha Alentejana.

Constança aproveitou para fazer algumas compras para o almoço. Afonso ofereceu-se para a acompanhar e escapar de toda a euforia do regresso dos amigos do Norte. Riram ao relembrar a reação de Maria ao ser surpreendida por Alberto e Conceição e juraram ser algo que nunca conseguiriam esquecer. Depois, caminharam em silêncio. Talvez porque não soubessem o que dizer. Talvez porque um momento sossegado ia mesmo a calhar.

Constança aproveitou um momento de distração para encarar o rapaz ao seu lado. Parecia mais velho, pensou. A barba no rosto bronzeado parecia ter uma semana e os óculos escuros escondiam os olhos. Estava sério, diferente do rosto brincalhão que ela se habituara a ver. Talvez fosse a distância que distorcera as lembranças dela, mas não saberia dizer com certeza.

Engoliu em seco e voltou a olhar em frente, medindo a distância entre eles e o mercado. Não que achasse aquele silêncio constrangedor, mas preferia voltar para euforia que deixara em casa.

-Mimi, voltaste!

Arregalando os olhos, Constança encarou o homem a uns passos de distância. Mário estava exatamente como ela recordava. De braços abertos, à espera que ela corresse para o abraço, com o sorriso jovial, os olhos claros e aquele bigode sempre presente nos últimos tempos, saudava-a com alegria. Constança correu até ele , atirando-se para o seu colo, agarrando-se ao pescoço, contando com o apoio das mãos dele nas suas costas enquanto elevava o seu peso.

-Que saudades! – Ela exclamou, ouvindo-o rir, surpreso.

-Estás mais pesada? – Ele questionou e ela saltou do colo dele para o encarar, ameaçadora.

-Estás mais estupido?

Mário soltou uma gargalhada, cumprimentando Afonso, que se aproximara.

-Vem almoçar connosco. – Constança convidou, segurando o braço do rapaz. – Os meus avós também estão cá, iam adorar ver-te.

Ele negou com um aceno, beijando a testa da moça. – Já tenho planos para o almoço, Mimi, desculpa. Outro dia.

Constança inclinou a cabeça, assentindo. Abraçou-se uma última vez ao corpo dele e afastou-se, sorrindo. – A próxima vez que nos virmos, espero ver-te sem o bigode.

Afonso, um pouco mais retirado, observava a troca de brincadeira entre os dois. Com os braços cruzados e as costas encostadas à parede do mercado, encarava a pequena mulher e pensava como alguém poderia ter uma personalidade tão variada. Aquela era a Constança que ele conhecia: relaxada e faladora, a carismática moça e eterna criança. Soube, enquanto caminhavam, que na sua mente corriam os mais variados temas. Era perigoso o silêncio dela, pensava Afonso.

Depois que se despediram de Mário, Afonso soube que a pequena mulher de sardas no nariz pequeno e arrebitado voltava a pensar em algo. Sabia-o pelo mínimo franzido daquele botão. Estranhava o silêncio da curiosa mulher, mas preferiu dar-lhe tempo. Iniciou conversa com o rapaz da caixa, que lhe perguntou se vira Joana naquela semana. Notou, com alguma satisfação, na inquietação da mulher ao seu lado e apressou-se no pagamento das poucas compras.

-Não a vi. – Afonso falou depois. – Mas ela é praticamente vizinha da minha avó, por isso, não terei de esperar muito.

Constança seguiu na frente. O sorriso maldoso regressara ao rosto de Afonso e ela esforçava-se por não o deixar reparar que gostava de o ver naquela feição. Acelerando o passo para fugir ao fresco ar da primavera, obrigou o rapaz a dar uma curta corrida para voltar a caminhar ao seu lado. Viu, pelo canto do olho, que ele a encarava e deixou escapar um sorriso.

-Vou ser muito honesto, Constança.

Ela abriu o sorriso e encarou-o. – E quando é que não o és, Afonso?

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