Capítulo 11

665 93 6
                                    

Me ferrei! O que faço?

Já sei vou me fazer de desentendida.

-Não sei do que está falando, Lídia. -Me faço de desentendida.

Acho que não funcionou só acho...

-Júlia, não sou burra. Sei muito bem que foi você e se não fizer o que eu quero, seu pai irá saber sobre essas ligações.

Ahh, não é burra? Só analfabeta.

Ela pisca um de seus olhos e sai da sala. Almoçamos caladas, como de costume e subo para meu quarto. Tudo o que eu queria era apenas "paz". O que não existiria nessa casa hoje, pois o barulho das empregadas arrumando a casa para a reunião era perturbador.

Desço as escadas, e tento passar pela sala que parecia mais um trânsito interditado e vou para o jardim. Precisava ligar para Iza e contar a ela sobre a Maria, quem sabe ela ainda lembrava da nossa babá.

Vou até o jardim e encontro vários jardineiros trabalhando, não me dou ao trabalho de mandar eles se retirarem. Aliás, já não bastava Lídia pegando no pé deles. Ando em direção ao portão quando escuto alguém cantarolando uma canção, era algo como:

_Estou aqui pra te falar.
Eu sei promeiti mudar, mas cai, me perdi, e me afastei de ti.
Meu coração vou te entregar prometo não te decepcionar..._

Essa canção, sinto que é familiar, não sei como se eu já estivesse escutado alguém cantar mas, não me recordo.

Decido então procurar de onde vinha aquela doce canção, passo por algumas rosas vermelhas e vejo um homem, na verdade tá mais para um idoso que com certeza deve ter uns sessenta anos ou mais.

Ele estava sentado em um banquinho cortando algumas rosas e em suas mãos um pequeno buquê de rosas vermelhas. Me aproximo, porém fico calada não queria interrompê-lo mas, o mesmo percebe minha presença e para de cantar.

-Olá, senhorita. -Sua voz era amável e acompanhada de uma sorriso.

Agora tenho certeza de que o conheço, só não sei de onde. Aff, por que tenho que ser tão esquecida?

-Como a senhorita se chama? -Ele pergunta pegando um livro que parecia mais um bíblia.

-Meu nome é Júlia. -Respondo e logo ele arregala seus olhos.

-Hohh Júlia! Você voltou minha pequenina. -Ele se levanta e me abraça.

-Desculpe, senhor mas... não me recordo de você. - Digo desfazendo o abraço e tentando me lembrar dele.

-Mas é claro que não deve se lembrar. Quando foi morar com sua tia na Argentina era muito novinha, e como cresceu. -Ele fala me olhando de cima a baixo. -Me chamo Alfredo mas, pode me chamar de vovô.

Que fofo, eu não tinha avós, eles morreram quando eu ainda tinha uns sete a oito anos. Bem na época em que meus pai se separaram.

-Tudo bem, vozinho. Essa canção que você estava cantando a poucos minutos é linda. Como se chama?

-Juliaaa? Julinha? Onde essa menina se meteu? -Maria grita alto como se eu estivesse sido sequestrada.

Aff! Não tenho paz nessa casa!

-Tchau vovô, depois nos falamos. -Digo acenando e sai correndo a procura de Maria.

Não duvido nada que meu pai já tenha mandado um exército atrás de mim, esse povo é dramático demais.

-O que foi Maria?

-Nada, só quero que prove alguns doces que estou fazendo para amanhã a noite.

-Tem que ser agora?

-Sim. - Ela fala e sai me arrastando até a cozinha. -Prove esse. - Ela fala quando estamos na cozinha, e deposita um doce em minha boca. -O que achou?

-Hum... vou ser sincera. Só está ruim porque não está bom. -Digo rindo.

-Se está tão ruim assim, não irei lhe dar mais nenhum. - Ela diz escondendo a bandeja.

Pego alguns doces de outra bandeja e passo em seu rosto, quando uma guerra de doces começa. Vai dar um trabalhão para limpar.

                            🌹🌹🌹

A noite se aproxima marquei com a Iza de depois da escola ela ir para minha casa para nos arrumamos juntas para reunião. Após nos arrumarmos descemos para a sala principal, para receber as mulheres que participavam do Comitê.

Todas estavam vestidas de azul, pois até onde eu sei era a cor da bandeira do Comitê. Inclusive Lídia que estava com um look divinho!

Divinhooo! Só que não, onde já se viu alguém usar uma calça boca de sino azul e estampada com uma blusa boca de sino estampada também  e com um salto azul? Se não viram, não queriam ver não é uma visão boa de se apreciar.

Meu pai estava sentado com alguns homens que deveriam ser maridos das mulheres que ali estavam. O que me estranha, porque pensei que só participavam mulheres.

A noite toda foi só "Júlia venha cumprimentar fulano" " Júlia vem falar com sicrano"

" JÚLIA"!

Eu já tinha abusado meu nome!

Já era quase nove e meia, eu estava exausta então decido ir para meu quarto. Ao subir o primeiro degrau ouço Lídia me chamar:

Ela só pode estar de brincadeira comigo!

-Julinha, meu anjo. Venha cumprimentar a dona do Comitê Stephanny. -Indaga Lídia com sua falsidade ecoando por toda sala.

Desço o degrau que tinha acabado de subir e vou até ela caminhando lentamente para irrita-la.

-Olá, Júlia! -ela fala com gentileza. - Nossa que linda, se parece tanto com sua... ops, desculpe-me Lídia não queria... -ela fala e fica meio sem graça por ter quase mencionado minha mãe na frente de Lídia.

-Oi, igualmente você também é muito linda. -Digo e a abraço. -E não precisa se preocupar, Lídia não liga se mencionaram minha mãe, ela sabe muito bem que nunca irá substituir o lugar dela. -Digo formando um coraçãozinho com minhas mãos e direcionando para Lidia e ela fica vermelha de ódio.

-Meu filho não vai cumprimentar a Júlia? -Diz Stephanny olhando para trás e puxando alguém.

Que?

________________💜________________

Quem será, hein?

Deixem nos comentários quem vices acha que é e não se esqueçam de deixar sua (🌟) e compartilhar com os amigos.

Até o próximo capítulo amores💜

A EXCLUÍDA- Romance CristãoWhere stories live. Discover now