Capítulo 6

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Já era noite e sem nenhuma dúvida a tarde passou voando, Simon ia deixar Iza em sua casa e depois a mim, já que a casa dela era mais distante que a nossa. Nos despedimos da Iza e seguimos em direção a minha casa.

A cada minuto dentro do carro meus pensamentos formavam um furacão semelhantes o da noite passada.

O que eu iria falar para aquela mulher?

Como meu pai iria se portar se ela tentasse fazer algo contra mim ou eu contra ela?

Ele sabe muito bem que não sou de perdoar e jamais irei perdoá-los nem ele e muito menos ela!

Quem essa cobra pensa que é? Para estar na "minha casa", no quarto de minha mãe, e....

Sou interrompida em meus próprios pensamentos:

-Juh está tudo bem, com você? -Diz Simon colocando sua mão em meu ombro esquerdo e sua outra mão continuava no volante.

-Sim, estou bem... -falo em um tom baixo de voz tentando esconder minha angústia e preocupação.

Falho!

-Juh. Não adianta tentar mentir para mim, te conheço a muito tempo e sei muito bem que apesar de termos passado alguns anos longe você continua a mesma. -Diz ele com uma voz amável e um sorriso de lado em seu rosto.

-Simon, não sou mais a mesma! Se pensa que eu sou a mesma garotinha boba e indefesa está muito enganado. -Digo tirando sua mão de meu ombro.

-A única enganada é você. Juh já conversamos hoje a tarde sobre isso, tudo o que você tem que fazer é esperar em Deus. -Baixo a cabeça, dando um sinal de redenção, mas ele continua.-Meu anjo não deixe que essa mágoa tome conta de você! Ela só vai te machucar mais ainda, entenda isso é inútil...

Não faço questão alguma de ouvir o resto. Apenas concentro meus olhos em um lugar qualquer da estrada, pois sabia muito bem que é inútil discutir com o Simon além de eu sempre perder ou estar errada me sentia muito mal quando discutíamos.

Então fixei meus olhos na estrada e comecei a cantarolar uma música qualquer. Até que avisto uma enorme mansão.

Já tínhamos chegado!

Desço do carro e não me despeço, estava muito irritada com ele por ter mencionado "Deus" de novo. Já tinha contado-lhe que não era mais cristã, e o motivo por ter tido essa escolha. Mas ele não deu importância as minhas explicações e nem esperou para jogar em minha cara que mais uma vez, eu estava errada.

Ele deveria me apoiar!

É isso que os amigos fazem.

Abro a porta de casa e ao entrar logo me deparo com uma mulher, ela estava sentada no sofá ao lado de meu pai. Eles estavam quase abraçados, meu pai com um dos braços ao redor do pescoço dela e ela acariciando o rosto do mesmo.

Eu mereço, primeiro tenho uma discussão com o Simon e depois isso!

E que roupa é essa que ela tá usando? Sinceramente até um palhaço se veste melhor! Tá parecendo um papagaio, credo.

Ao perceberem minha presença presente meu pai se levanta e estende sua mão para ela que apoia no mesmo para se erguer. Agora pôde perceber que a roupa dela não era tão feia, era horrível.

-Muito bem. Júlia essa é Lídia minha esposa querida a quem você deve respeito e ...

Já começou o discurso!

-Oi, queridinha! Como está? Gostou da cidade? E da casa? - É quase impossível não perceber a falsidade ecoando em sua voz aguda e irritante.

-Ahhh, eu mereço! Mal chego e um já vai fazendo discurso e agora a outra doida é fazendo interrogatório! -Falo com ignorância.

-Doida? Ah ela deve estar brincando amor. -Ela fala abraçando meu pai.

Essa mulher tá me provocando! Isso não vai ficar assim.

-Eu brincando? A única pessoa que deve estar brincando aqui é você, de ser palhaça. -Falo com o sarcástico escorrendo em minha voz.-E que make é essa, como se chama? Rebocão de palhaço. -Termino a frase e tenho a leve impressão que meu pai ia me bater naquele momento.

-Hahh, e a sua mãe deve ter morrido quando soube que eu casei com seu pai. Mas, não vá pro velório agora não queridinha, jante antes. -Ela solta uma gargalhada bem alta e meu pai a acompanha.

Para tudo!

Essa loira oxigenada tá falando mal da minha roupa? Só porque eu estou de preto!(Da cabeça aos pés) Haah sua vaca, prepare-se vai ter troco!

Quando eu estou prestes a abrir a boca meu pai interrompe novamente:

-Bom, chega de brincadeiras vamos jantar! - Meu pai fala, logo em seguida nos direcionando a cozinha.

Se meu pai não tivesse se entrometido juro que arrancaria até o último fio de cabelo daquela cobra maldita!

O jantar foi silencioso, meu pai passava o tempo todo beliscando a comida com a cabeça baixa. Enquanto Lídia nem comia, apenas fixava seus olhos em mim o que me deixava com um certo desconforto.

Tadinha, deve estar apreciando minha beleza.

Alguns minutos se passam e ela continua me observado, o que me tira do sério.

-O que foi Lídia, não sabia que eu tinha virado espelho? Dou uma gargalhada sarcástica e escandalosa.-Olha ela papai! Ela já quebrou todos os espelhos da casa e agora quer fazer o mesmo comigo! -Faço um teatrinho sarcástico de criancinha indefesa e ela arregala os olhos.

-Júlio! Olha o que essa menina malcriada e mal educada está falando! Foi essa a educação que sua tia te deu? Era de se esperar! -Ela se levanta da cadeira e começa a berrar bem alto.

Meu pai levanta e vem até minha direção, levando junto com ele seu semblante sério e raivoso. Ele puxa meu braço e me arrasta até meu quarto fazendo o mesmo discurso:

"menina malcriada, já disse que Lídia é minha mulher e você deve a ela respeito...."

Blá, blá, blá...

                          🌹🌹🌹

Já em meu quarto vejo várias ligações do Simon, ele devia estar preocupado pela discussão que tivemos mais cedo. Retorno as ligações mais ninguém atende, então ligo para Iza para lhe dizer o ocorrido com o Simon depois de chegarmos em casa.

Precisava desabafar!

Posso brigar com meu pai, com essa madrasta, com o mundo inteiro,
mas... com meus melhores amigos não.

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É ... o valor da amizade ...
Olá, meus amores ksksksk
Tudo bem ?
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A EXCLUÍDA- Romance CristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora