Even if you don't want me to.

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Fiquei com medo, mas precisava saber o que estava acontecendo. Me enrolei no meu edredon e desci as escadas rapidamente, chegando até a porta da frente e a abrindo devagar.

Olhei para os lados e avistei o Shawn sentado na grama com as mãos na cabeça, tinha um carro da polícia na frente de sua casa e um policial conversava com ele.

Depois de alguns minutos observando, eles foram embora e o Shawn se levantou da grama, entrando em casa.

Andei até o outro lado com medo, não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Quando cheguei na frente da porta da entrada, bati duas vezes e Shawn demorou a aparecer.

Ele abriu a porta rapidamente e estava com uma arma apontada pra mim. Meu coração acelerou e eu dei um grito, tapando a boca com as mãos.

— Vic. – ele disse abaixando a arma. – O que você tá fazendo aqui? – ele disse me puxando pra dentro de casa e trancando a porta de várias formas, logo depois ligando a luz.

— O que aconteceu? O que tá acontecendo? Você tem uma arma? É assim que você recebe as visitas? – perguntei tudo de uma vez e ele me puxou pro sofá da sala, onde sentamos e ele guardou a arma em algum lugar atrás dele.

— Minha tia está desaparecida, acham que tem algo a ver com os meus pais, é uma longa história, e você não deveria estar aqui. – ele falou tudo muito rápido e eu fiquei confusa.

— O que seus pais tem a ver com isso? – ele finalmente olhou bem pra mim, por mais de um segundo.

— Você tá com um edredon? – perguntou rindo e eu assenti. – Então, eu não gosto de falar disso, e você não deveria estar aqui, Victoria, é tudo muito complicado. – ele disse se levantando e passando as mãos no cabelo.

Eu podia escutar sua respiração ofegante, ele estava de costas pra mim enquanto olhava pela janela a chuva que começava a cair e a engrossar.

Deixei o edredon no sofá e me levantei, indo até ele. Quando cheguei perto, o abracei de lado e ele me olhou, não hesitando em me abraçar também.

— Eu não quero te envolver nisso. – ele disse olhando pra frente.

— Eu já estou envolvida de uma forma ou de outra, Shawn. – disse me colocando em sua frente.

— Por que estaria? – ele perguntou olhando pra mim.

— Porque eu me importo com você, mesmo que você não queira. – disse olhando em seus olhos e ele sorriu enquanto olhava pra mim.

— Não é que eu não queira, loirinha, só não queria mais ninguém sabendo da minha vida problemática. – ele disse se sentando no sofá e eu me sentei ao seu lado.

— Eu não sei de nada. – dei de ombros. – Então relaxa.

Olhei de lado e avistei minha casa, me lembrando de uma coisa.

— Droga! – disse colocando a mão na testa.

— O que foi? – ele perguntou.

— Eu esqueci de trazer minha chave, quando a porta fecha, ela tranca por fora, que droga!! – disse me levantando e andando pela sala. – A sacada! – disse sorrindo, mas me lembrei que eu tinha trancado antes de dormir. – Trancada. – falei e me sentei novamente no sofá.

— Você não está no meio da rua pra ficar tão nervosa assim, Vic. – ele disse se levantando e pegando o meu edredon. – Vamos pro meu quarto. – ele ergueu a mão e eu a minha.

Quando estávamos subindo as escadas, no meio do caminho, escutei um barulho de trovão e as luzes apagaram.

— Isso não está acontecendo. – disse rindo enquanto tentava achar o corrimão pra me apoiar, mas o que eu encontrei foram os ombros do Shawn.

— Você tá bem? – ele perguntou rindo.

— Por enquanto sim. – disse respirando fundo. – E estou mais alta que você.

Acho que eu estava dois degraus acima dele, ele subiu um pouco e minhas mãos em seus ombros ficaram altas.

— E agora? – ele perguntou.

— Aí é injusto.

— É impressão minha ou você só está enrolando pra não subir?

— Nada a ver. – disse rindo, mas uma risada falha, deu pra perceber a insegurança nela.

— Você tem medo de escuro, Victoria Hudson? – ele perguntou dando uma risada.

— Não tenho não, Shawn Mendes. – disse subindo mais dois degraus e ficando mais alta que ele.

Nesse exato momento, teve outro trovão e eu o abracei com força.

Shawn começou a rir, mas eu não conseguia me afastar dele.

— Você não aparentava ser medrosa, Vic. – ele disse e me pegou no colo. Meu rosto ainda estava afundado no seu pescoço enquanto meus braços o agarravam com força.

Eu escutava os passos de Shawn mas não sabia pra onde ele estava me levando. Escutei um barulho de porta abrindo e ele me colocou em sua cama, presumi.

— Aonde eu estou? – disse me encostando, acho que na parede, e agarrando minhas pernas.

— No açougue, vou te esquartejar.

— Vai se foder, Shawn. – eu disse rindo e escutei sua risada.

— Até amanhã. – ele disse e rapidamente eu joguei minhas mãos pra frente tentando alcançá-lo, e alcancei: seu abdômen.

— Shawn? – disse pegando em sua blusa. – O que você pensa que tá fazendo?

— Indo dormir no sofá, por quê?

— Não. – eu disse o puxando e ele se sentou ao meu lado. – Não me deixa sozinha. – eu disse o abraçando de lado e ele apoiou seu queixo em minha cabeça, acalmando sua respiração.

— Nem se você quisesse. – ele disse e eu me deitei na cama, ele se deitando ao meu lado e me abraçando por trás.

A cama era de casal, espaçosa, mas eu não queria ficar longe dele, nem por um segundo.

— Vic. – ele sussurrou no meu pé do ouvido e eu me arrepiei toda.

— Hm? – disse ainda de olhos fechados.

— É meio complicado ficar nessa posição... Digo... Eu não consigo controlar.

— Não precisa se controlar. – eu disse na maior inocência me virando pra ele.

— Acho que você não entendeu... – ele disse rindo.

— Cadê você? – Perguntei levantando minha mão e acabei dando um tapa no rosto dele. – Desculpa! – eu disse antes de começar a rir, e antes de dar a minha risada super rara de porco.

— O que foi isso? – Shawn perguntou rindo mais ainda.

— Você não escutou isso, Shawn! – eu disse tapando a boca com as mãos e ele não parava de rir.

Eu nunca tinha escutado aquela risada do Shawn, tão verdadeira, parecia risada de criança.

— Eu queria te ver rindo como você está rindo agora. – eu disse enquanto parava de rir.

— O destino não quer, fez com que faltasse energia.

— Se não tivesse faltado energia você estaria no sofá.

— Então o destino está ao nosso favor?

— Pelo visto tudo está ao nosso favor.

— Você está? – ele perguntou e um silêncio pairou no ar.

Consegui tocar sua bochecha e fiz um carinho ali, aproximei meu rosto do seu e lhe dei um selinho demorado, que foi seguido de outro e interrompido por sorrisos de ambas partes.

Deitei minha cabeça no peito de Shawn e fechei os olhos. Ele me fazia bem, me fazia sentir segura.

Hold on TightOnde histórias criam vida. Descubra agora