You don't know me.

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— Ele não mataria uma mosca... – disse baixinho pra mim, mas acho que ele escutou. Ele virou o rosto vagarosamente na minha direção e deu um sorriso malicioso, mas não de safadeza ou algo do tipo, um sorriso malicioso com perigo, observei um perigo nos olhos de Shawn que antes eu nunca imaginaria.

Me encostei rapidamente na parede e notei minha espiração irregular, fazendo com que eu fechasse os olhos e respirasse pausadamente.

— Ele não é perigoso. – disse num suspiro e me levantei da cama, indo ao banheiro tomar um banho gelado.

(...)

— Ei! – Escutei uma voz conhecida e me virei, era o Nate. Já tinha tocado pra aula, mas eu estava atrasada. Eu tinha aula no sábado pela manhã uma vez no mês.

— Oi. – disse dando um sorriso simpático.

— Você vai na festa hoje? – ele perguntou recuperando o fôlego.

— Acho que sim, você também?

— Não perderia por nada. – ele sorriu. – Ei, eu tenho que ir. – ele deu um beijo na minha bochecha e saiu correndo.

Ok, isso foi estranho.

Voltei a andar em direção à sala e estava praticamente vazia.

Quem vai assistir aula no sábado? Pois é, pouca gente.

A semana passou rastejando, e pra piorar, nenhuma das meninas foi, nem mesmo os meninos, só vi o Matthew e o Gilinsky.

— Vocês vão nessa festa? – eu perguntei na saída do colégio.

— É claro, vejo vocês lá. – o Matthew disse indo em outra direção, indo pegar sua bicicleta.

Cheguei em casa e o Sammy estava comendo, me sentei na mesa com ele e apoiei meu queixo em minhas mãos, meus cotovelos estavam em cima da mesa.

— Tá gostoso? – eu perguntei e foi aí que ele se tocou que eu tinha chegado.

— O que você acha? É lasanha!

— Nosso pai já chegou? – perguntei tentando não olhar pra comida.

— Não, eu acho que ele nos abandonou. – ele disse rindo. – O trabalho tá exigindo muito dele.

— Por isso que você veio pra cá? Pra cuidar de mim?

— Praticamente isso. Mas foi mais porque eu repeti de ano e minha mãe ficava me enchendo, aí ela achou melhor eu vir.

— Ah bom.

— Você vai ter que me aguentar... – ele disse dando mais uma garfada na sua comida.

— Está sendo muito difícil. – eu disse revirando os olhos e ele riu.

— Não vai comer? – ele perguntou e eu me levantei da mesa.

— Não, valeu, já comi no colégio.

Comecei a subir as escadas e o Sammy me chamou.

— Você comeu mesmo, Victoria?

— Claro, tô até cheia. – disse dando um sorriso, corri pro meu quarto e me tranquei lá.

Fui no closet e peguei o vestido da festa, jogando-o em cima da cama. Tirei minha roupa, ficando só de calcinha e sutiã, e me olhei no espelho.

Virei de lado e observei melhor meu corpo.

— Por que eu não sou magra? O que eu tô fazendo de errado?

Hold on TightWhere stories live. Discover now