Take a chance.

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— Que bom que ainda se lembra de mim, irmãzinha. – ele disse se aproximando de mim e me dando um abraço apertado.

Sim, eu me lembrava dele, mas ele com sete anos de idade, com o cabelo jogado na cara e um aparelho mais escroto que sua roupa de nerd; e com aparelho escroto, eu digo aquele freio de burro.

— Como eu poderia me esquecer do meu irmão? – disse dando um sorriso enquanto me desfazia do abraço que causou uma loucura na minha mente com tanta informação.

Ele entrou em casa e falou com nosso pai, ficaram abraçados por um tempão. Resolvi subir pro meu quarto e carregar meu celular. Não sei como meu pai descobriu o número da casa da Roberta, mas ok.

Quando ele carregou e ligou, começou a vibrar sem parar. O peguei e vi que tinha várias mensagens de um número que eu não conhecia.

"Pode anotar meu número que eu sou especial."

Ri com isso e já supus quem era.

"Ah, é o Shawn." Ele mandou em outra mensagem.

Nossa, jura?

"Como você foi embora sem avisar? Tá achando que isso aqui é bagunça? Não é não, loirinha."

Comecei a rir e me deitei na cama de barriga pra cima enquanto continuava lendo as mensagens do Shawn.

"Então é isso? Nós passamos uma noite inesquecível e você me larga pela manhã? Não deixa nem um buquê de flores? Eu esperava um café da manhã na cama..."

Dessa vez eu ri alto e o respondi.

"Shawn, você é tão gay."

Ele logo respondeu.

"Abro uma exceção pra você, gata."

"Hahaha, ok, gato."

"Opa, você me chamou de gato, loirinha?"

"Ops, foi o corretor, era pra ser 'gay'"

Mentira.

"Poxa, eu já estava com esperanças..."

"Esperanças de que, Mendes?"

Ele demorou um pouco para responder.

"Ah, Victoria..."

"O que eu fiz?"

"Você não sabe o efeito..."

"Que efeito?"

"Deixa pra lá..."

"Mendes..."

"Hudson..."

Mordi o lábio inferior com isso e fechei os olhos.

Como esse garoto consegue?

"Vou te chamar de Shawn pra ver se você se aquieta."

"Oh, Vic, não faz isso comigo."

Pode parecer loucura da minha parte, mas eu o imaginei fazendo uma cara de cachorro que caiu da mudança, com aquela boca em formato de biquinho e as bochechas coradas.

Porra, odeio esse garoto.

"Então você gosta?"

"Eu gosto da tortura."

Nós passamos praticamente a manhã toda conversando, e confesso, foi maravilhoso. Eu conversava com ele como se o conhecesse há anos.

Esse garoto é mesmo um perigo... Pra mim.

Hold on TightOnde histórias criam vida. Descubra agora