A Verdade Machuca

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Voltei para dentro de casa, vasculhando as gavetas novamente. Encontrei o controle da garagem e sorrindo fui até a mesma, abrindo e tendo outra ideia genial.

Aqui dentro havia móveis e utensílios dos antigos moradores, por mais que não nos interessamos por essas tranqueiras, hoje algo disso seria útil.

E eu tive a certeza disso quando encontrei uma pilha de jornais dobrados e uma bolsa de ombro. Carteiro...Interessante. Pensei comigo mesma, sorrindo e olhando para fora da garagem.

15 Minutos Depois

Arrumei o boné empoeirado em minha cabeça, tratando de me deixar disfarçada caso alguém que me conheça me veja na rua. Como se eu fosse uma pessoa de muitas amizades.

Caminhei segurando a bolsa de ombro e peguei um jornal de 1989. Ninguém se importaria, afinal todos assinam jornais online. Mas quem eu queria que importasse estava a poucos metros de mim.

Parei em frente a enorme casa de Lauren vendo como a entrada parecia sinistramente relacionada a uma residência de vampiros, mas eu já havia removido essa teoria, não sei porque estou voltando com essa loucura.

" – Vamos lá, uma jogada apenas." Respirei fundo, mirando o jornal.

Quando me inclinei para jogar, alguns moleques sem ter o que fazer atravessaram de bicicleta na minha frente me assustando e me fazendo errar o local e acertar uma das janelas a dentro da casa de Lauren.

Escutei o barulho de algo se quebrando e abaixei meu corpo, arregalando meus olhos. Ainda inclinada corri de volta para a minha casa, com medo de que a amiga assustadora de Lolo tenha me visto e suspeitado.

" – Camila." Escutei Dinah me chamar quando fechei a porta, entristecida.

" – Sim, Dj?" Perguntei, deixando o boné e os jornais na bancada.

" – Coloca uma música para mim, não estou conseguindo parar de pensar no quanto de relatórios temos que fazer para o estágio." Minha amiga falou, tampando seu rosto, ainda mal pela bebida.

" – E a música vai fazer os relatórios para a senhorita?" Debochei, ligando a caixa de som colocando em um volume baixo.

" – Não, mas irão me ajudar a esquecer." Ela sorriu, fazendo uma careta em seguida. " – Aumente isso, um pouquinho mais alto não irá incomodar os vizinhos." Ela reclamou, e eu tive mais uma ideia.

" – É isso Dinah." Gritei animada. Incomodar os vizinhos com música, isso é perfeito. Todos os vizinhos batem na porta dos outros quando tem música alta, e era exatamente isso que queria.

" – Não grita comigo, estou sensível depois da tequila."

Dei de ombros, deixando minha amiga falar suas lástimas no sofá enquanto aumentava o volume das caixas de som ao máximo e subia as escadas para ligar as do meu quarto.

Todas tocavam músicas diferentes e estridentes. Eu duvidava a Lauren não descer para tirar satisfação ou pelo menos alguma mensagem me xingando, eu já estaria feliz.

" – Vamos lá sua...gostosa irritante." Cerrei meus dentes, comigo mesma me irritando com a música e ainda mais nervosa por a morena sequer se virar para a minha casa.

Ela continuava em pé, em frente a uma parede, sorrindo como uma criança com balas. Segurando um pincel e com sua cueca que gostaria de saber porque a mesma usa. Tão linda e irritante a ponto de me enlouquecer de agonia.

" – Camila. Você ficou louca." Dinah apareceu na porta do meu quarto, com os cabelos bagunçados, só então percebi que a música da sala havia parado. " – Eu falei aumente um pouco, e não transforme isso aqui em uma atração para universitários virgens."

Uma Vida Para Amar - Lia JonesWhere stories live. Discover now