Ayres

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Pov: Alice Hale.

Oito meses depois.

Posso dizer com toda a certeza que ainda me resta que esses últimos oito meses foram os mais tranquilos da minha vida desde que o apocalipse começou. É como se tudo o que tivesse pra acontecer já tivesse acontecido, e que agora só ficaria a paz.

Kai decidiu ficar com a gente, o que foi muito bom pois ele sabe ser bem prestativo, e tem se mostrado ser um bom amigo. Ele e Isabelle se aproximaram muito, e não fiquei surpresa quando a um mês atrás eles vieram me dizer que estavam namorando. Algo que eu achei maravilhoso. Os dois mereciam ser felizes.

Depois de tanto brigar com seu namorado, Alec decidiu terminar tudo e ficar sozinho. Mas a "solidão" ( se é que da pra chamar aquilo de solidão ) dele não durou muito. Começou a namorar com um dos caras que vigiava os portões, Magnus.

E bem, mais uma coisa inacreditável aconteceu. Um mês depois que eu falei a todos que estava gravida, Enid descobre estar esperando um filho também. Quando ela me contou, ela estava apavorada com a ideia, com medo de Matthew não gostar. Eu ri. Como se ele não fosse gostar dessa ideia.

Maggie, Glenn e meu afilhado lindo eram a família perfeita. Sempre radiantes. Era uma felicidade que contagiava. Sempre que me sentia pra baixo, era só ir até a casa de Maggie que aquele sentimento ruim sumia de vez de dentro de mim.

Dylan e Agnes tinham decido ir cuidar da comunidade que Matthew havia construído. Ainda nos víamos quase todos os fins de semana, e eles dois estavam muito bem, coisa que não acontecia há muitos anos.

E bem, depois daquela noite na comunidade de Mike, eu nunca cheguei a saber se Finn tinha sobrevivido ou não, e isso era algo que tirava meu sono as vezes. Mas eu sabia que enquanto eu estivesse ali, com Carl, nada de ruim iria acontecer.

Quando minha barriga começou a crescer, Carl começou a me vigiar e a me impedir de fazer certas coisas. Ele parecia uma mãezona preocupada com o filho. Era engraçado, mas as vezes irritava. Mas, não tenho do que reclamar, ele fazia tudo o que eu pedia. E bem, aguentar uma gravida cheia de desejos não deve ser fácil, ainda mais em um apocalipse.

Estava sentada no balanço que Alec havia instalado na frente de casa. Era muito relaxante e eu podia ficar ali por horas e horas, somente sentindo o vento bater em meu rosto e vendo o ceu se por no fundo do horizonte. Eu estava com um livro em minhas mãos, mas ele já não me interessava mais. Não tanto quanto observar as pessoas ali, sorrindo e rindo.

Pela primeira vez em anos, tudo estava bem. E eu gostava daquela sensação boa que percorria o meu corpo. A sensação de estar segura. Eu não andava mais com minha arma presa no coldre. Mas bem, sempre tinha uma faca comigo. Só por via das duvidas.

Começo a sentir os chutes na minha barriga e dou um sorriso. Não era uma sensação ruim. Era quase como uma cócega.

Carl apareceu ali com uma caixa na suas mãos.

-Como foi lá fora? O que é isso ai?- pergunto.

-Boa tarde pra você também, Alice, também senti sua falta, também te amo mais que tudo no mundo- debocha ele e eu reviro os olhos.

-Vai, diz logo o que é isso ai.- digo apontando pra caixa. Ele ri e a entrega pra mim. A abro e dentro tinha uma roupinha linda de bebê. Ela era branca, mas uma coisa linda. E tinha os sapatinhos, também brancos.

-É lindo.- digo sentindo as lagrimas no meu olho. O ruim de estar gravida é isso. Eu choro por qualquer coisa.

-Lá vai você chorando outra vez.- diz Carl rindo.

-Carl, meu amor.- digo e ele me olha.- vai se fuder.

-Awn, eu também te amo.- ele diz e me abraça.

Estávamos ali, aproveitando o momento, quando sinto algo escorrendo pelas minhas pernas. Me solto de Carl e me levanto. A bolsa tinha estourado. O bebe ia nascer.

-Ah meu Deus, ai MEU DEUS.- diz Carl se desesperando.

-Para, porra! Assim você me desespera!- digo. Ele me ajuda a ir até a enfermaria, mas no meio do caminho começa as contrações. E eu nunca pensei que pudesse existir algo tão horrível como isso.

-Vai, falta pouco.- dizia a Gabi. -Vai Alice, só mais um empurrão.

Carl apertava tanto minha mão, como se fosse ele que estivesse dando a luz. Eu gritava, pois aquela dor era horrível. E ele não sabia o que fazer. E então, a dor passou e eu escutei um barulho de choro ecoando na sala.

-Parabens mamãe, é uma menina.- diz a Gabi sorrindo e colando minha filha embrulhadinha num cobertor. ela vem até mim e eu a pego no colo. Ela era linda e delicada como uma flor. Sinto meus olhos cheios de lagrimas. Carl me abraça e pega a mãozinha dela.

-E que nome vocês vão dar pra ela?- pergunta Gabi sorrindo. Carl sorri pra mim antes de responder.

-Ayres Hale Grimes.

Fim.

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𝙰𝚙𝚘𝚌𝚊𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎 • 𝚃𝚆𝙳Onde as histórias ganham vida. Descobre agora