E eu irei mata-lo

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Pov: Alice Hale.

Depois que Carl foi embora, tentei ir atrás dele. Mas Gabriela me impediu.

-Você precisa ficar aqui por mais um tempo.-ela disse. Duas horas depois, e eu ainda estava deitada naquela cama.

-Vai demorar muito?-pergunto e bufo.-Eu estou bem!

Ele resmunga e diz que só falta colher meu sangue. Ela faz o que tem que fazer, e me libera.

Troco de roupa e prendo meu cabelo, e logo saio da enfermaria.

          Ao sair dali, encontro Alec.

-Hey, como você está?-ele pergunta. Suspiro.

-Não estou bem, Alec. Nunca estive bem. E muito menos estarei agora.-digo e ele fica confuso.

-Do que está falando, Alice?-ele pergunta. Seguro minhas lágrimas. Eu cansei de ser forte. Cansei de tentar superar algo, que claramente faz questão de marcar presença no meu dia a dia. Eu... Cansei.

-Eu te conto mais tarde, Alec. Antes, eu preciso resolver um problema urgente.

-Que problema?

-O problema Carl Grimes.

           Saio dali, e começo a procurar Carl pela comunidade.

             Andando ali, vários pensamentos ficam em minha mente.

             Eu nunca devia ter confiado em algumas pessoas. Rick sempre me disse que não deviamos confiar tão fácil em alguém. Mas eu estava tão desesperada, tão solitária, que o primeiro que me ofereceu ajuda, eu logo fui correndo. E eu não devia ter feito isso.

               Talvez ele, ou ela, estivesse  vivo agora se eu não tivesse confiado em Kai. Se eu não tivesse acreditado nas mentiras de Finn.
        
          Suspiro. No fundo eu sabia que Kai não tinha culpa das atitudes de seu líder. Mas ele tinha culpa de ter continuado naquela comunidade como se nada tivesse acontecido.

               Kai me magoou muito. Depois de tudo o que Finn me fez, ele ainda teve coragem de continuar naquele lugar. E eu acreditei que ele fosse meu amigo.... No fundo, talvez ele tivesse sido. Afinal, ele quem salvou minha vida. Duas vezes.

               Se eu o visse agora, provavelmente eu o ameaçaria. Mas eu sabia que no fundo sempre seria grata por ele ter me tirado daquele lugar... Por ter tirado Steven, salvo Isabelle e Alec... Por ele ter cuidado de mim. Mas eu nunca seria capaz de perdoa-lo.

            Continuo andando, mas não encontro Carl em lugar nenhum. Suspiro e acabo indo pra casa.

             Ao entrar em meu quarto, vejo Carl sentado na cama, observando algo em suas mãos. Era um par de sapatinhos de bebê. O que eu havia achado e pegado logo quando soube que estava grávida... Antes de arrancarem meu filho de mim.

-Sabe, eu guardei isso por todos esses anos. Era uma lembrança constante de alguém que foi arrancado de mim sem eu ao menos ter a chance de ter conhecido... Mas que eu ja amava tanto.-digo. Carl me olha, mas logo volta a olhar pro sapatinho branco.

           Ando pelo quarto e me sento ao seu lado, sem dizer uma palavra.

-Eu confiei nas pessoas erradas, Carl. E  isso resultou na morte do nosso filho... Ou filha. E eu sinto muito.-digo, lágrimas escorrendo pela minha bochecha. Carl também estava chorando, em silêncio.

-Você devia ter me contado...-ele diz.

-Eu... Eu não sabia como te dizer isso.-digo. Carl poem sua mão sobre a minha, e a aperta.

-Eu vou matar o responsável por isso, Alice. E nada nem ninguém vai me impedir de fazer isso.-ele diz me olhando pela primeira vez.

-Ele matou nosso filho, e sabesse la quantas mais pessoas. Ele merece morrer.

-E ele irá.

            Ficamos ali, olhando para a frente, sem ter coragem o suficiente de olhar um para o outro.

-Sinto muito, Alice. Nós... Deveríamos ter lutado, ter acabado com seu irmão no começo e...

-Carl... A gente não pode mudar o passado. Mas podemos mudar o futuro. Muitas coisas que aconteceram foram... Horríveis. Mas que sirva como uma lição...

-Você sempre foi mais forte do que eu, Alice. Não fisicamente, mas você sempre foi mais forte.-ele diz se virando pra me olhar. Carl coloca a mão no meu rosto. -Você aguentou tudo isso... Sozinha. E sobreviveu.

-Carl, eu nunca estive sozinha.

-De que adianta você estar cheia de pessoas, e mesmo assim não se abrir com nenhuma delas? Eu te conheço, Alice. Você não se abre com as pessoas. Não cem porcento. Você só é cem porcento neutra com a Maggie.-ele diz e sorri. Sorriu de volta.

           Me aproximo mais dele e encosto minha cabeça em seu ombro. Ele me abraça.

-Nós ainda temos uma chance. Matar Finn, matar Mike...-diz ele.

-Eu não quero simplesmente mata-los. Quero que sofram tudo o que eu sofri. Tirar deles cada pessoa com quem se importam. Fazer eles implorarem pela morte. Farei eles sentirem tudo o que eu senti. Não é como se eles não merecessem.

-Tudo bem, então.-diz Carl.-Mas eu espero que você tenha um plano. Um descente.

-Eu sempre tenho um plano.-digo e dou um sorriso.

𝙰𝚙𝚘𝚌𝚊𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎 • 𝚃𝚆𝙳Onde as histórias ganham vida. Descobre agora