Capítulo 8- Será mesmo uma trégua?

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     [Se eu me permiti passar da primeira fase, então eu tenho que vencer esse jogo] (Vinicios Martins de Lima)

       
         Não foi fácil encontrar um lugar
seguro em meio a toda aquela mata, de vez em quando trombavamos com alguns zumbis, mas todos eles moravam em casas na floresta, ou seja, o lugar até que é seguro, ficaremos aqui até... bem, até não sermos atacados de novo.

       Eu sinceramente não faço idéia de onde estamos, só sei que Houston foi mais uma história que ficou para trás. Lá foi nossos "primeiros" testes de sobrevivência, matamos zumbis, encontramos suprimentos e uma refugiada. Isso foi em tão pouco tempo, agora não sabemos o que vai acontecer daqui pra frente, podemos ficar aqui ou tentar achar um lugar novo, mas por enquanto vamos ficar aqui, Tifanny Ruby e meu pai, já estao se adaptando com o lugar, porém temos que tomar certos cuidados como os bichos é animais, como aqui é uma floresta há vários perigos como cobras e outros tipos de animais peçonhentos. Por essa e outras razões nos mudamos para a parte mais alta da floresta, não chega a ser uma montanha mas é bem alto para uma floresta, até agora me pareceu o lugar mais seguro.

        Instalamos nossas barracas uma ao lado da outra no ponto mais alto da "montanha". Por mais que este lugar pareça menos seguro que o shopping, me sinto bem mais à vontade, mais livre sem ter aquela sensação de cheiro de coisas industrializadas ou não poder saber se está dia ou noite. No final da tarde nós nos sentamos para jogar conversa fora e lembrar como nossas vidas mesmo sendo medíocres, daríamos tudo para tê-la de volta. Eu gostava da minha antiga vida, mais ou menos, mesmo sendo uma adulta, não queria ficar p resto da minha vida cumprindo obrigações que nem são minhas, pode parecer meio egoísta da minha parte, mas eu não queria ficar o resto da minha vida fazendo sempre a mesma coisa, acordar cedo, deixar o almoço pronto e ir trabalhar no meu emprego horrível. Eu queria algo a mais, queria estudar em Harvard, me formar ter um diploma, conseguir um ótimo emprego que pagasse muito bem e finalmente poder ajudar meu pai e dar um futuro promissor para minha irmã.  Mesmo se esse apocalipse não tivesse acontecido minha vida continuaria a mesma coisa, nada iria mudar não teria a minha condição de pagar uma faculdade e deixar tudo para trás, eu tinha que cuidar do meu pai e de Tifanny também. Parece que quando minha mãe morreu meus sonhos foram juntos com ela.

       Estamos sentados sobre pedras olhando as estrelas, por alguns segundos pensei que tudo tinha voltado ao normal, que eu poderia voltar para minha casa, mas aí lembrei da cena na qual eu havia chegado em Houston e percebi, que ao menos que isso não tenha uma cura podemos dar Adeus à raça humana. Ruby pega um pedaço fino de madeira e enfia em uma salsicha que acabara de tirar da lata, a mesma começa a assá-la na pequena fogueira.

- Será que essa fogueira não vai chamar atenção. - Ruby quebra o silêncio ainda assando sua salsicha, ela está com seus braços abraçando seus joelhos sempre olhando para os lados.

- Acho que não. - Diz meu pai com uma expressão séria, mas ao mesmo tempo posso ver em seus olhos tamanha preocupação.

- Pessoal, não vai adiantar nada ficarmos assim, qual é? Se conseguimos passar por tudo isso então aguentamos qualquer coisa. - Tifanny tenta nos animar, até que ela tem razão, mas acho que não é uma boa hora para falar em determinação, estamos cansados só queremos não pensar no que pode acontecer amanhã.

- Tem razão. - Ruby diz em resposta.


      Começamos a procurar alguma coisa para comer, já estou de saco cheio de ficar comendo enlatados, mas é melhor do que ficar caçando animais para não morrer de fome. Pego uma salada enlatada e um salgadinho, abro a minha mochila e pego uma garrafa de água.

Correr ou Morrer : Apocalipse Where stories live. Discover now