Maybe I should stop and start confessing

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Shawn

Eu a observava rir e nem percebi que ria apenas da sua risada. Minha mãe mostrava fotos vergonhosas minhas de até uns anos atrás e Ellie tentava manter a postura da sua risada, mesmo que se exaltasse às vezes, me fazendo rir mais e receber uns beliscões. Estava sentado no braço do sofá, enquanto ela e minha mãe se ocupavam em me matar de vergonha no próprio sofá. Até Aaliyah se juntou a elas, com comentários muito úteis sobre minha pessoa.

– Ok, já deu. Vocês já riram demais – digo, tomando o álbum da mão de minha mãe e enfrentando seu olhar reprovador. Estavam chegando ás fotos da minha puberdade e eu não deixaria Ellie ver isso nem morto.

– Logo na melhor parte, Shawn! – Aaliyah reclama e eu a fuzilo com o olhar. Ela sabia o que estava por vir.

– Foi essa a educação que te dei; Peter Raul? – pergunta minha mãe e eu bufo. Ela poderia ter escolhido os outros dois nomes, mas não, por que escolheria?

– Estamos atrasados, mãe. Ellie e eu vamos sair. – Ela dá um sorriso quase malicioso em minha direção, que eu resolvo ignorar. Karen Mendes não me vê trazendo garotas todos os dias em casa, quando eu estou em casa, e na ocasião em que ela vê, faz questão de aproveitar.

Ellie se levanta em um pulo, decepcionada por não ganhar mais motivos para me zoar pelos meus próximos anos. Ela sorri na direção da minha mãe, que a puxa para um abraço. Logo Aaliyah se despede também, fazendo-a prometer que voltaria mais vezes, Ellie alisa o cabelo da minha irmã e a abraça com aperto. Aaliyah já veio me falar que Ellie é muito boa pra mim e que é melhor eu dar o valor que ela merece, nem parece que a irmã é minha. Claro que me fiz de desentendido.

Afinal, Ellie Bamber é muita areia para o meu caminhãozinho.

Gosto dela, gosto da sua companhia e gosto de como ela me faz sentir e até parece que sente o mesmo. Mas, mesmo assim, tentar alguma coisa parece ser extremamente complicado, então até prefiro não estragar o que temos com o que poderíamos ter. Ellie quer ir para Nova Iorque, eu vivo viajando, algo a distância seria cansativo até de pensar.

– Shawn, nós não estávamos atrasados? – perguntou Ellie, com um sorriso divertido. Despertei.

– Sim, vamos. – Ela carrega minha jaqueta consigo e nem pestanejei quando me dei conta que não iria ter aquela jaqueta de volta. Peguei sua mão e a arrastei até fora de casa, ouvindo as despedidas de minha mãe e minha irmã, seguidos de risinhos contidos que eu fiz questão de ignorar.

– Então, aonde vamos? – perguntou e eu dei de ombros.

– Vamos para Ottawa – digo e ela para de caminhar até o carro quando percebe que eu não a sigo. Arqueia a sobrancelha.

– Não vamos de carro? – balanço a cabeça com um sorriso. – Então vamos de quê? (...)

– Eu não acredito que vamos de trem! – exclama, parecendo muito feliz, se pendurando no meu pescoço. – Eu nunca andei de trem! – exclamou mais uma vez. – Eu já te disse que nunca andei de trem? – perguntou e antes que eu respondesse, ela se afastou com as bochechas rosadas, se atentando as pessoas ao seu redor. O metrô não estava tão cheio, mas as pessoas me reconheciam, eu sentia os olhares. E eu gostaria de não ligar.

– Já sim. Vamos, as pessoas já estão começando a entrar. – A carrego para dentro do trem e ela apenas me seguiu, com um enorme sorriso estampado no rosto. Sentia-me feliz por ter conseguido o posto lá.

Seguimos até nossa cabine sem sermos interrompidos. Até parecia que as pessoas que estavam ali não queriam de forma alguma interromper nosso passeio, e eu agradecia por isso. Catei a câmera de sua bolsa e tratei de ser o fotografo desta vez, batendo fotos da paisagem parada, das pessoas do lado de fora – até de algumas que me acenaram, e várias de Ellie, que parecia se divertir, já que não parava quieta.

There's Nothing Holdin' Me Back Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon