And we stumbled in the dark

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!alerta choro, não disse por onde¡

Eu nunca entendi muito bem porque minha mãe insistia para que eu estivesse ligada diretamente ao balé. Na verdade, não entendia muito bem o porquê que me deixavam matar a arte da dança em cada recital. Não que importasse muito meu desempenho, eu ficava sempre no canto, quase dentro da coxia. Tirando uma vez. Houve uma única vez que eu fiquei na frente. O nome do espetáculo era: dance mesmo sem saber dançar. Ficou meio óbvio o motivo para que eu fosse a principal.

E, agora, eu estava Los Angeles, em cima dos pés do Shawn, dançando no meio da rua. A gente mais ria que dançava, mas estávamos tentando. Meu namorado tinha um braço para me sustentar pela cintura, nossas mãos estavam entrelaçadas e eu me apoiava em seu ombro. Uma dança típica de um baile, em uma versão desastrosa, mas era nossa. A festa de aniversário de Shawn tinha acabado há algumas horas e nós resolvemos descer para irmos à praia, levando em conta o sol proeminente. A única coisa que nos atrasava era Teddy e sua indecisão pelo que vestir.

— Pela logica, um de nós deveria dançar bem — observei e Shawn tirou o olhar de meus pés em cima dos seus para poder me encarar.

— Ellie, vamos fazer bodas de papel, não temos tempo para lógica — disse, continuando a me levar de um lado para o outro. Eu ri.

— Somos casados agora? — perguntei arqueando a sobrancelha e saindo de cima dele.

— Bodas são para pessoas casadas? Não tem pra quem namora? — perguntou surpreso e eu revirei os olhos negando com a cabeça. — Deveria.

— Estaríamos fazendo quase bodas de papel para namorados — digo e fiz uma careta. — Não parece nada romântico.

Shawn riu.

— Bodas de Shawn e Ellie — opinou dando de ombros.

— Não, isso é triste — digo logo descartando e ele soltou um muxoxo. — Bodas de papel reciclável.

— De papel reciclável? — Shawn jogou a cabeça para trás ao rir. Estávamos quase parados agora.

— Podemos personalizar as bodas para casados, sabe, pra ficar no nosso jeitinho — digo e ele balança a cabeça como se compreendesse, ainda com um sorriso muito vivo em seu rosto. — Quando nos casarmos, podemos usar as tradicionais.

— Quando nos casarmos? — perguntou arqueando a sobrancelha e eu senti minhas bochechas esquentarem. Instantaneamente, passei a encarar o céu.

— E-Eu... Bem, considerando os números... O céu está lindo hoje — falhei em desconversar.

— Quando nos casarmos, podemos usar as tradicionais — confirmou e voltou meu olhar para ele ao segurar meu queixo. Eu sorri. — Por que não usamos um anel de compromisso mesmo? — perguntou de repente, voltando a me balançar.

— Ah, não sei — respondo dando de ombros, acariciando seu ombro coberto pelo moletom. — Sabe que não faço questão dessas coisas.

— Teria problema se eu fizesse? — perguntou sem desviar o olhar do meu. Shawn, que já segurava minha cintura, introduziu sua mão para dentro de minha blusa e fez carinho na pele nua com seu polegar. Fiquei arrepiada.

— Você quer me dar um anel de compromisso? — perguntei sorrindo e ele concordou. — É pra dizer que aceito agora ou quando for me dar o anel?

— Nas duas vezes — respondeu ao me dar um beijo terno na testa.

— Sendo assim, eu aceito.

Shawn deu seu sorriso grande de novo e nós voltamos a dançar como antes. Só que, dessa vez, parecíamos bem piores.

There's Nothing Holdin' Me Back Where stories live. Discover now