11. Transparência

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Kyungsoo suspirou, novamente encarando aquele bar de fachada descascada, e como da outra vez, Yifan estava apoiado na parede, o cigarro queimando aos poucos entre seus lábios enquanto ele olhava diretamente para si.

O Do não conseguiu evitar, sua mente dizia que algo não encaixava, contudo, não conseguia ver nada além uma imensidão vazia nos olhos de Wu.

Será que ele realmente não sabia nada sobre Chanyeol?

Yifan olhou-o atentamente, quase em um convite, se virando para entrar no bar.

Kyungsoo pensou seriamente sobre o que fazer, se deveria dar a meia volta e ir embora. Talvez, simplesmente devesse parar de ser tão paranoico e admitir o ciúme em seu peito. Contudo, o que fez foi sair do carro, trancando-o logo em seguida, e seguir até aquela espelunca.

O cheiro de mofo, bebida, tabaco e suor era, sem dúvidas, uma das piores combinações que já tivera o desprazer de sentir, mas ainda assim seguiu até a mesa em que o Wu estava sentado.

Ele bebia direto na latinha de cerveja e o policial recusou qualquer coisa novamente, quando um atendente mal-humorado olhou em sua direção. Sentou-se de frente para o maior com a mesa encardida e manchada separando-os.

— Novamente por aqui, já disse que tiras não são bem-vindos.

— Além de delinquente vai virar homicida?

— Eu já não sou?

Aquela pergunta fez com que Kyungsoo se calasse, encarando o rosto que parecia muito bonito debaixo de todo cansaço e olheiras.

Yifan poderia ser considerado um homicida?

A justiça disse que não. Foi, como o próprio nome diz, um acidente de carro, onde apenas ele, dentre quatro pessoas, sobreviveu.

Isso realmente seria uma dádiva como muitos dizem?

— Você é?

— O que quer?

— Respostas.

— Me diga o nome dele e eu respondo o que quiser.

— De quem?

— A pessoa que estava comigo, que eu matei naquela noite.

Novamente o Do se calou. Qual era mesmo o nome dele? Não lembrava. Tinha sido um dos mandantes para encobrir as manchetes. Sabia que quanto mais falassem, mais doeria em Baekhyun. Foram reportagens curtas, simples e sem espaço para detalhes.

Porque, claro, o nome daquele que tinha morrido sem um sobrenome famoso era, de fato, um detalhe.

— Não sabe — disse Yifan, rindo de forma irônica ao terminar a cerveja e fazer um sinal para que trouxessem outra. — Quer que eu te fale?

— Diga — o menor pediu, entrando no jogo do Wu que estava ficando visivelmente alterado. Desde que horas ele estava bebendo?

— Kim Junmyeon, não conhece, certo? Ninguém conhecia. Quem é o Kim, apenas mais um Kim, quando se tem tantos prestigiados Byun para se falar?

— E ficou com raiva disso? Quer se vingar?

— Vingar? Olhe bem para mim, quero apenas, apenas...

Morrer.

Kyungsoo sabia que era aquela a palavra presa na garganta do Wu.

— Quem era Kim Junmyeon?

Confusão em dobroحيث تعيش القصص. اكتشف الآن