9. Fachada

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 Kyungsoo sempre foi uma pessoa desconfiada.

Demorou até para relaxar totalmente ao lado de Sehun e Jongin.

Seu relacionamento com Baekhyun começou antes mesmo dos dois entenderem, ao certo, que precisavam de amigos. O clássico trabalho em dupla.

Baekhyun falava com muitas pessoas na escola, porém, caiu justamente com aquele que sequer tinha trocado uma palavra; na verdade, o Do não falava com ninguém. Sempre muito desconfiado. E apesar da popularidade, o Byun não contava com ninguém de verdade, exceto seu fiel irmão mais velho.

Assim, nasceu uma amizade improvável, mas duradoura e que trouxe muitas dúvidas para o moreno.

Estar parado do lado de fora de um bar velho e caindo aos pedaços fez com que Kyungsoo perguntasse para si mesmo, até que ponto estava certo; até que ponto ainda amava Baekhyun, até que ponto estava disposto a continuar naquela investigação.

Havia se passado mais de duas semanas desde que descobriu sobre as noites ilegais de Chanyeol. Desde então, o policial tinha montado um esquema de vigiá-los, principalmente o Wu, já que o Park passa a maior parte do seu tempo com Baekhyun.

Naquela noite de sexta-feira, como soube ser normal para Yifan, ele seguiu até um bar, fumando seu cigarro e bebendo algumas cervejas, antes de seguir por algumas ruas, onde a noite começaria com corridas de carro e muitos outras coisas fora da lei.

Kyungsoo suspirou, vendo o outro em pé, apoiado na parede descascando daquele lugar que um dia, provavelmente, já foi muito bonito, mas no momento tem uma fachada velha e caindo aos pedaços. Yifan tinha um cigarro entre os lábios e fumava de forma displicente, olhando para o nada.

Ele parecia diferente, muito diferente, do que lembrava. Quer dizer, a expressão cansada estava lá, como se a sombra do luto não tivesse o deixado, mas de alguma forma, ainda pior. Como se cada dia passado desde que tudo aconteceu ele fosse se deteriorando aos poucos também.

Yifan apagou o cigarro, jogando-o no chão e pisando sobre o resquício de chama.

Ele atravessou a rua e Kyungsoo estreitou os olhos ao perceber que seguia na sua direção. O Wu deu dois toques de leve no vidro ao parar ao lado do veículo, enquanto o policial abaixava a janela.

— Seria legal a gente entrar para conversar — disse em tom rouco e displicente.

— E quem disse que eu quero falar com você?

— Você é um tira, eu não sou idiota, já fui detido antes sabe disso, não é? Deve tá na sua pastinha. Não é primeira vez que me seguem, acho que é mais fácil perguntar de uma vez o que quer.

— E vai me contar a verdade? — debochou o moreno, enquanto o outro dava de ombros.

— Não tenho nada para esconder, está atrás do cara errado.

— Porque o que você tem feito toda noite está completamente dentro da lei.

— Se estivesse atrás de mim por causa de uma corrida de carro, iria aparecer em um evento para prender todo mundo, mas não parece ser esse o caso — rebateu e Kyungsoo sorriu de lado, admitindo como ele é muito sagaz e observador.

Saiu do carro, trancando-o e seguindo Yifan até o bar caindo aos pedaços do outro lado da rua. Eles sentaram em uma mesa afastada do movimento e o maior pediu uma cerveja, enquanto o Do não quis nada, era desconfiado até nisso. Afinal, e se fosse tudo planejado? E se colocassem algo em sua bebida? Não, preferia ficar com sede.

— Vejo que é bem consciente, bebendo antes de uma corrida.

— Como sabe que vou correr?

— Você mesmo disse que me viu te observando, é óbvio que conheço sua rotina.

Confusão em dobroWhere stories live. Discover now