5. Encontros

2.9K 404 480
                                    



Quando Chanyeol abriu os olhos, já quase na hora do almoço daquele domingo, seu primeiro pensamento foi: estou fodido.

E se Baekhyun o odiasse?

Se o demitisse? Ele estava completamente apegado aos gêmeos, doeria demais se afastar deles e de seu tio.

O Park quase ficou tonto devido a tantas possibilidades que o invadiram logo assim que acordou.

Era sua folga, então o celular não despertou, ele tinha ido dormir muito tarde. Mesmo que, depois de algumas horas, Baekhyun tenha sussurrado que precisavam parar com aquilo e os dois tenham se afastado, cada um seguindo para um quarto, Chanyeol ainda ficou um bom tempo acordado, tentando entender o que tinha acontecido e tentando acalmar seu coração acelerado.

O que iria fazer?

Já passava de onze horas da manhã, não poderia ficar deitado o dia todo, uma hora precisariam conversar. Por isso se levantou e foi tomar um longo banho, fez sua higiene pessoal e seguiu até a cozinha, tendo que passar pela sala onde Baekhyun estava sentado no meio dos gêmeos — que ainda pareciam sonolentos — vendo um desenho animado.

— Bom dia. — Sussurrou, olhando rapidamente para o menor e se arrependendo no mesmo instante.

Baekhyun estava com aquele olhar sério, a expressão neutra e os lábios franzidos em uma óbvia indecisão ou desgosto. Ele parecia terrivelmente sexy com toda aquela seriedade, então Chanyeol desviou olhar se sentindo constrangido e um pouco acuado com o olhar avaliativo do outro.

— Bom dia. — Respondeu, voltando olhar a televisão.

O universitário seguiu até a cozinha, pegando uma xícara de café e, sentado à mesa, colocou a mão sobre os olhos em uma tentativa de pensar no que fazer, contudo, a voz de Baekhyun o tirou de seus devaneios.

— Acho que precisamos conversar. — Falou, fazendo o maior sentir todo o corpo tensionar de medo.

— Não vai me demitir, né?

— Não, claro que não. — O Byun disse, suavizando um pouco sua carranca, não queria ver aquele olhar assustado no mais novo. — Porém, o que aconteceu ontem não pode se repetir, foi o impulso do momento e só.

— Eu sei que não pode acontecer outra vez. — Chanyeol suspirou. — Mas não vou mentir e dizer que não gostei ou que não tenho vontade de te beijar novamente, eu já disse, sou livro aberto.

— Chanyeol, não diga esse tipo coisa, é o melhor para nós dois e para os meninos, eu não posso e nem tenho cabeça para me envolver com ninguém agora. — Baekhyun foi sincero.

— Eu entendo, não estou exigindo nada, só deixando claro o que sinto.

— Mas não deixe, guarde para você, da mesma forma que eu vou guardar meus desejos apenas para mim. — Baekhyun falou convicto.

O Park suspirou e assentiu uma vez, se perguntando o que Baekhyun iria esconder em si mesmo. Será que ele também ficou abalado com os beijos trocados? Ou foi tudo coisa da sua cabeça? Os suspiros, os gemidos, a entrega?

— Eu preciso focar nos gêmeos. — Enfatizou o menor. — A assistente social ligou hoje, durante um mês ela fazer visitas regulares para decidir se eu vou ficar com guarda definitiva dos meninos e, entenda, não vou deixar ninguém tirar meus sobrinhos de mim.

Chanyeol assentiu uma vez e o Byun voltou para a sala, deixando o maior sozinho para pensar. O Park entendia o lado de seu chefe, mas doía ser rejeitado, por isso ele não conseguiu ficar em casa naquele dia. Depois de tomar o café, Chanyeol seguiu até seu quarto, colocando uma roupa confortável e a jaqueta de couro, avisou ao chefe que iria sair e seguiu até a casa de seus pais, onde sua moto estava guardada.

Confusão em dobroWhere stories live. Discover now