-... Obrigada por se abrir, daqui para frente isso vai ser o que nós ajudará a entender seu caso...como agora, eu não posso ser exata, mas como base no que acabou de me falar eu já tenho uma noção de que tipo de transtorno estou lidando, e sinceramente vamos ter que conversar muito Senhor Lianov.- Sabia que ela se impolgaria, foi como jogar a isca para o peixe. Eu não menti, porém não disse aquilo com o intuito de desabafar, mas sim despertar seu interesse em querer me conhecer ainda mais, e isso a manteria mais perto de mim. Sua curiosidade será o que me fará alcançar o que eu quero. Sorriu encarando ela, que está anotando algo de forma empolgada, tenho tantos planos para você doutora.

Sabe o que é tédio? É o que estou sentindo já que tem uns 15 minutos que a doutora não para de falar e fazer perguntas. Me arrepende de ter dito alguma coisa.
- Então, Adrian, fique a vontade para se expressar e dizer o que está sentindo ou o que pensa, eu estou ansiosa para ajuda-lo.- Suspiro de saco cheio do rumo que tomou essa consulta.

- Primeiro, eu não gosto que me metralhe de perguntas. Segundo, eu vou me expressar ou dizer o que eu quiser quando eu achar que devo. E terceiro se for para ter uma consulta chata do caralho! Onde você fica querendo fulsar meu passado eu estou fora! Prefiro continuar doido, sem lembrar de coisas que me machucam tanto. Posso ir embora agora?- Levanto e acho que já deu por hoje. Ela faz o mesmo me encarando sem saber o que dizer.
-...Eu...eu, bem...não imaginei...
- Eu sei, mas odeio ser precionado, e se quer arrancar algo de mim vai ter que merecer...- Ela pisca confusa, eu sorriu me aproximando da mesa.
- Está querendo barganhar comigo!? Mas é você quem precisa de ajuda! Porque acha que eu iria fazer por merecer conhecer o seu passado!?- Sua irritação é meu combustível, adoro vê-la no seu limite. Isso me excita.
- Porque deseja me conhecer, sei que deseja doutora e...
- Deixe de ser idiota! Não desejo nada de você, só quero apenas fazer meu trabalho e só!- Riu alto, me apoiando em sua mesa me inclinando um pouco para frente dela, que mesmo menor que eu não deixa de manter seu queixo erguido com sua tamanha ousadia que eu adoro.
- Você faz seu trabalho muito bem doutora, sou a prova viva disso, tive progressos em dois meses que não tive em um ano que estou aqui. Você chegou mudando tudo e surtiu efeito até em seus pacientes. Em alguns mais profundamente.- Dei a volta na mesa agora ficando de frente para ela que parece surpresa com o que eu disse. Seus olhos olhos não desviam dos meus e quando eu vou me inclinar para beija-la ela se afasta. Ordinária!
- Eh...acho melhor eu chamar o enfermeiro, nossa consulta acabou.- Ela se senta pegando o telefone, noto suas mãos trêmulas e um sorriso de satisfação se forma nos meus lábios. Vamos ver até quando vai conseguir fugir. Doutora atrevida.

***

Uma maldita semana se passou, a doutora fugiu de todas minhas investidas, agora temos consultas duas vezes no dia. Meu tempo está acabando. No início do mês que vêm não estarei mais aqui e lá fora não pretendo ver a doutora. Ela é algo fora da minha realidade, a qual estou aproveitando ao máximo aqui dentro. Sou bandido e ela sabe disso, assim como eu sei que lá fora ter alguém que gostamos é uma fraqueza e pode ser usado como forma de nós punir e até chantagear. Não que eu goste dela com essas frescuras de amor proibido, sem essa. Só quero realizar meu desejo e pronto, mas ela não facilita. Acho que ter dado trela aquela ruiva arruinou tudo, mas se tem alguém que sabe persuadir e enganar esse alguém sou eu.

E lá vou eu para sala da doutora atrevida e indomável, tivemos uma consulta pela manhã, fomos tomar café na cantina e fizemos alguns exercícios muito loucos de ressocialização, ela me fez interagir com os doidos tentando me fazer entender que o contato humano sem pretensão alguma é importante. Ter amigos, namorar e um monte de besteira que eu fingia estar entendo. Mas na verdade só conseguia pensar no que faria quando voltasse as ruas.

Assim que sou deixado no sofá observo a  doutora mais atentamente, enquanto ela fala com o enfermeiro. Ela seria uma candidata perfeita a ser a mulher de um chefe da máfia. Além de linda é inteligente, decidida, independente e muito atrevida.

- Adrian? Adrian?!- Ouço meu nome ser chamado e saio dos meus devaneios. Ela está na minha frente um pouco curvada.

- Estava parecendo em transe, você está bem? No que pensava?-. Encaro ela nos olhos verdes curiosos e agarro sua cintura trazendo ela para o meu colo.

- Ficou doido! Me solta! Adrian! Me solta!- Ela grita e eu tampo sua boca.

- Relaxa...- Murmuro em seu ouvido.
-...Não vou lhe machucar, só queria sentir seu corpo, faz tempo que me deixou lhe tocar. Não grita...- Solto sua boca, ela apenas respira fundo.

- Pronto, já sentiu meu corpo agora me coloca no chão, precisamos continuar sua consulta.- Não largo ela quando tenta se soltar. Seguro seu rosto fazendo me encarar. Sinto o quanto está nervosa, e como o meu toque lhe deixa sem jeito.
- Você já esteve na Rússia, Gess?- Ela se assusta por eu falar seu apelido. Mas logo desvia o olhar do meu.

- Não, e nem pretendo ir, agora me coloca no chão.- Aperto ela mais forte colando seu corpo no meu, segurando sua nuca deixando nossos rostos a centímetros um do outro, sinto sua respiração se alterar, encaro seus lábios depois seus olhos.

- Quer ser minha mulher, Gess? Só minha. Primeira dama de um Chefe muito poderoso?- Falo próximo ao seus lábios que estou louco para  beijar, ela arregala os olhos e abre a boca, mas não consegui falar. Eu sei, é loucura e estou me contradizendo. Porém, tenho planos futuros muito próximos de ir tomar o que é meu por direito, e fazer uma pequena limpeza na mansão dos Lianov.
Porém, agora só preciso matar essa vontade de provar esses lábios, pois já está me corroendo.

Oi amores.😍

E então, o nosso doido parece estar cada vez mais doido kkkk 😂

Esse Adrian nem sabe ir direto ao ponto não é meninas? kkkk😊😂😍

Insano- Entre o Amor e a Loucura. *Série Amores Tatuados*- Livro 2Where stories live. Discover now