Capítulo 13

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*Adrian ON*

Lembrar de Aurora foi um baque muito forte do qual eu não  estava preparado. Mas agora eu me sinto pronto para enfrentar esses malditos demônios que atormentam meus sonhos. A doutora só pode ser um anjo enviando para me ajudar, pois depois do que fiz com a enfermeira, e como ela falou comigo, achei que ela realmente não iria mais querer cuidar de mim. Porém, ouvir que ela não me deixaria sozinho nunca significou tanto. Confesso que odiei parecer tão fraco...mas a dor foi maior que eu.

Preciso aproveitar esses poucos dias que me restam aqui, não posso desperdiçar nada. Sei que compromete meu plano de seduzir a doutora, no entanto espero aproveitar de um jeito ou de outro os momentos ao lado dela, nunca fui de me apegar, mas sei valorizar uma boa companhia e a dela é maravilhosa. Além de ser linda, consegui me aquecer a alma como a muito tempo eu não me lembrava e gosto desta sensação.

Depois de sair do meu quarto, após me deixar muito mais calmo com sua canção de ninar que agora me faz rir, eu me deitei na cama. Aff...eu parecia um bebezão chorão.
- Billy! Você me viu chorando feito um bebezão?...aposto que não quis passar essa vergonha alheia.- Riu encarando o teto, mas gosto dessa sensação de alívio. Doeu lembrar, mas essa dor já não é tão forte.

Me sento na cama ao ouvir a porta abrir.
- Venha. A doutora te espera.- Me Levanto sem dizer nada e sigo o fudido do enfermeiro, esse parece ter virado o preferido da doutora, só ele vem me buscar agora. Achei que só teria consulta amanhã, mas gosto da ideia já que não tenho muito tempo para por meu plano em ação.

Como sempre o enfermeiro me deixa aqui e sai. Ela levanta e vem para minha frente, se senta na beirada da sua mesa. Encaro cada movimento seu, eu sei que ela não está tentando me deduzir, no entanto sinto como se estivesse.
- Gosta de me provocar não é doutora?- deslizo meu olhar pelo seu corpo bem devagar, ela se fasta da mesa cruzando os braços.

- Não! Foque no meu rosto. Não tenho culpa se só pensa com a cabeça de baixo...- Riu me recostando no sofá e ela se afasta voltando para trás da mesa de cara emburrada.

-...Desculpa se o meu pau tem vida própria, mas você pode me ajudar a controla-lo...- Seu suspiro foi o melhor, continuo sorrindo. Ela toma uma postura altamente profissional ignorando minhas brincadeiras bobas.

-...Vamos ao que realmente interessa. Sua saúde metal.
Após sair do seu quarto hoje pela manhã, eu fiz uma plano para iniciarmos o seu tratamento sem nenhum remédio por enquanto. Você terá que desejar a cura, desejar estar livre dos seus traumas e...- a enterompe, levantando a mão. Me aproximo da mesa noto ela ficar tensa. Estendo minha mão em direção ao seu pescoço, mas ela segura antes que eu toque.

- Quem fez isso com você?! Aquele fudido lhe machucou!? Você voltou com ele!?- Altero meu tom de voz, por imaginar aquele merdinha com cara de Barbie machucando ela, ou pior ela ter voltado com ele. Odeio como isso me irrita. Ela se levanta me encarando de frente e vejo seus olhos verdes faiscarem.

-...Não lhe devo satisfação da minha vida íntima, e isso foi você hoje cedo, estava fora de si, mas eu que deveria ter tido mais cuidado, agora se sente...- ignoro a irritação em sua voz e toco seu pescoço onde tem alguns pontos vermelhos já ficando roxo.

- Precisa ter cuidado comigo...principalmente agora que vamos começar a invadir minha mente, eu só um poço de escuridão doutora.- Sorriu alisando o local do machucado e ela não desvia os olhos dos meus.

-... Posso te confessar uma coisa?- Murmuro, ela apenas balança a cabeça em positivo.

- Eu não me lembro de metade dos assassinatos que comete...só me lembro de esta em um lugar totalmente diferente e sujo de sangue, com vestígios do crime em cada parte de mim...eu acho que sou dominado por algum força maligna, ( risos) deve ser por isso que fui mandado para cá, eu matei na cadeia, mas disse não ter feito porque eu não lembrava, porém quando eu voltava ao normal lá estava o estrago. Acho bom mandarei colocar as algemas em mim novamente.- Aliso sua bochecha e me afasto voltando para o sofá. Ela continua de pé, mas também se senta pegando seu notebook rápido e começa a digitar alguma coisa. Continuo a encarar as manchas em seu pescoço, não me lembro quando fiz isso. Só lembro de ter contado tudo e estar chorando feito um bebezão no colo dela. Ela para de digitar e me encara com um sorriso Largo.

Insano- Entre o Amor e a Loucura. *Série Amores Tatuados*- Livro 2Where stories live. Discover now