Insano- Entre o Amor e a Loucura. *Série Amores Tatuados*- Livro 2

Capítulo 12

*Doutora ON*

Depois de ver como ele estava naquela noite tão conturbada, acabei adormecendo no sofá da minha sala. Despertei com Ruan me chamando, ele havia providenciado tudo para o velório. Fiquei muito grata.

Depois dele ter ido, resolve ir para casa, já que o enterro seria no final da tarde.
Assim que estava seguindo o corredor antes de ir embora vi quando uma enfermeira ruiva saía de um dos depósitos muito desconfiada, me esconde e ela seguiu. Mas o meu espanto foi ver Adrian sair logo depois como se nada tivesse acontecido.
Fui embora dali me sentindo uma idiota, por essa sensação de traição, e imaginar que quase me deixei sucumbir pelo meu desejo. Esse homem era como todos os outros, sempre pesam no seu prazer e nada mais importa.

Fui para o enterro do meu pai, tive o apoio dos familiares e amigos de longa data dele. Alguns membros do hospital também vieram. Voltei para casa, precisava de um tempo sozinha para pensar, descansar, refletir...fiz tudo isso. Mas não queria continuar em casa pensando e só pensando. Mesmo com a minha dor não queria bancar a chorona, por mais que doesse tanto.

E ao voltar para o hospital queria descontar um pouco dessa minha raiva e dor em alguém que também havia me machucado muito. Não deveria me sentir tão afetada, mas o problema era que eu estava me correndo por dentro depois do que vi.

Acabamos por ter uma discussão em que por mais que ele tivesse razão de não me dever satisfação, eu não iria deixar que ele me visse como apenas mais uma suposta foda. Porém, acabou com ele se alterando de uma forma que até agora não havia acontecido. Sai atrás dele no corredor, ele estava visivelmente perturbado. Andou rápido, mas não demorou e logo desmaiou.

Levamos ele a sala de emergência, recebe vários questionamentos, mas não responde a nenhum. Até então não sei ao certo o que causou o seu desmaio, mas sei que foi a nossa discussão que desencadeou o seu surto. De certa forma me sinto culpada, pois meu papel é cuidar dele e ajuda-lo, e não ficar me sentido magoada quando um dos meus pacientes que não tem absolutamente nada comigo se envolve com alguém.
Isso só prova que estou indo pelo caminho que eu não queria trilhar, que é de perder meu profissionalismo. Mas isso acabou apartir de hoje, não conseguirei abandona-lo nessa altura do campeonato, porém, algumas coisas terão que mudar.

Ele ficou lá na emergência em observação até acordar e nos dizer como se senti, e o que houve.

Voltei para casa, mas minha mente não para de pensar no quanto esse homem é misterioso e esconde coisas que com certeza têm haver com a forma como ele age.
Vir para casa no fim não resolveu muita coisa, já que não consigo dormir. Me sinto impotente diante de tanta coisa que vem acontecendo. Porém, Preciso colocar a cabeça em ordem e tentar colocar tudo de volta ao seu eixo.

Tive uma noite de sono péssima, cercada de pesadelos...só dormi melhor quando já estava amanhecendo, tomei um banho demorado, enquanto pensava em como agiria daqui para frente em relação a tudo. Não só em questão ao Adrian, mas tudo mesmo.

Voltei para o hospital e já passava do meio dia.
Depois do banho de banheira e com as ideias em ordem, e ainda muito triste, pois bastou eu chegar no hospital logo lembrei do meu pai, mas tratei de afugentar qualquer pensamento negativo. Ele não ficaria orgulhoso se eu ficasse em casa lamentando sua morte.

Depois de organizar minha agenda do dia, fui ver como estava o paciente 15. Ao chegar a enfermaria fui informada que ele havia voltado para o seu quarto e parecia bem.

Respiro fundo diante da porta do seu quarto. Uso meu crachá para abrir a porta e ao entrar o vejo sentado no chão, seu olhar encontra o meu, me odeio por sentir meu coração acelerar como um tolo.