Capítulo 18

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— Lauren está na cidade — disse Keana, inquieta. Os passos pesados davam voltas e mais voltas.

— Camila a viu? — questionou Dinah. Embora não se mostrasse surpresa, ela não imaginava que o retorno fosse tão rápido.

— É claro que ela a viu. E estava prestes a correr ao encontro dela, mas consegui impedi-la — deixando escapar um suspiro pesado, Keana levou as mãos às têmporas e então se sentou. — Não consigo entender o que há de errado com Camila. Por que ela não consegue tirar essa mulher da cabeça?

— Keana, você precisa impedir que Camila a procure ou que Lauren venha procurá-la — dito isso, Dinah se retirou.

[...]

Tentando ignorar a imagem de Lauren martelando em sua mente, Camila contemplava o céu claro em meio à noite fria. Afastando-se da janela, seus olhos imediatamente pousaram sobre uma garrafa de uísque em cima da sua mesa. Embora a tivesse fitado com desprezo, Camila atravessou o pequeno espaço e pegou a garrafa sem sequer fazer caso de um copo: abriu-a e levou aos lábios. O álcool queimou-lhe a garganta, mas não ofereceu nenhum alívio para sua dor. Largando a garrafa em um canto qualquer, ela deixou o escritório e foi até a cozinha à procura de Normani. No entanto, a tristeza refletida no rosto de Bárbara foi o suficiente para fazê-la recordar o erro que cometera.

— Bárbara...você teve notícias de Normani? — meio sem jeito, ela engoliu com dificuldade ao finalizar a pergunta. — Ela não disse para onde ia? Nem mandou nenhuma carta para avisar que estava bem?

— Ela não sabe escrever e nem eu sei ler. Então não. Eu não sei de nada. Com licença.

Sentindo a mágoa e a dureza no comportamento de Bárbara, os olhos de Camila se encheram de lágrimas. Sem dizer mais nada, ela seguiu para o quarto com a ideia de que talvez Normani estivesse com Lauren. Apesar do arrependimento sincero, Camila sabia que parte disso era uma desculpa para procurar por Lauren, mesmo que não ousasse admitir.

...

Quando a luz da manhã e o canto dos pássaros despertaram Camila de mais uma péssima noite de sono, ela saltou da cama e rapidamente trocou de roupa. Recusando o café da manhã, Camila se dirigia aos estábulos para buscar o seu cavalo quando Keana apareceu.

— Camila, que bom que encontrei...

— Estou de saída, Keana. Converso com você depois.

— É urgente. Seu cavalo...

— O que tem o meu cavalo?

— Pelos sintomas, suspeito que tenha ingerido alguma planta venenosa ou sido picado por uma cobra.

Incapaz de se mover, Camila tentou voltar à realidade, demonstrar algum indício de equilíbrio mental enquanto olhava para Keana. Depois de Lauren, Rocinante era tudo o que ela mais amava. Correndo em direção aos estábulos, ela quase não acreditou quando o viu deitado com a expressão abatida.

— Calma, querido...vai ficar tudo bem — disse ela, afagando-lhe a pelagem macia e bem cuidada. — Preciso da sua assinatura nesses documentos para que me entreguem os antídotos — disse Keana.

— Você ainda não o medicou? — a voz alterada de Camila deixava claro o seu aborrecimento.

— Vou medicá-lo assim que você assinar esses documentos e parar de me olhar como se eu fosse culpada.

Nervosa e preocupada com tantos acontecimentos, Camila tomou os papéis das mãos dela e o assinou sem sequer se dar ao trabalho de ler.

— Um criado já está chegando com os medicamentos. Você pode aplicar enquanto vou à cidade?

O Preço do Amor Where stories live. Discover now