Capítulo 17

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Uma torrente de lágrimas escapava pelos olhos de Lauren quando ela abriu a porta do quarto e tentou abafar os soluços. Ao seu lado estava o coronel, compadecido pelo estado em que ela se encontrava.

— Senhorita Jauregui — disse ele, estregando-lhe um lenço. — Camila Cabello está presa e continuará atrás das grades enquanto investigamos mais a fundo. Não se preocupe, a morte do seu irmão não ficará impune.

— Eu quero ver Camila — disse ela, de repente, quase que automaticamente.

O percurso até o quartel onde Camila estava detida foi longa de diversas maneiras. Lauren ficou em silêncio por alguns minutos antes de retomar os passos e parar diante da cela, diante da mulher que ela amava e odiava naquele momento.

— Lauren? O que está fazendo aqui? Esse lugar não é...

— Meu irmão acabou de falecer — Lauren falou, cortando-lhe as palavras.

— Eu sinto muito.

— Sente mesmo?

— É claro que eu sinto.

— Então por que atirou nele?

— Eu não atirei em ninguém! Você está louca?

— Você saiu atrás dele armada e furiosa. E antes de morrer, ele disse que foi você quem atirou.

— Eu nunca sujaria as minhas mãos com um ser tão desprezível como ele.

Como se as palavras de Camila tivessem lhe atingido, Lauren cambaleou para trás atordoada. Ela sabia o que Camila pensava do seu irmão porque por mais de uma vez deixara isso muito claro. Magoada diante da dureza com que ela dissera aquilo sem se importar com a dor de sua perda, Lauren se girou e em silêncio foi embora.

Camila respirou fundo, piscou diversas vezes e visivelmente forçou para conter as lágrimas. Obrigando-se a manter a calma, ela fez menção de se afastar das grades para não esmurrá-las, entretanto, recuou quando o seu advogado da capital apareceu no seu campo de visão.

— O coronel confirmou que Chris disse o seu nome antes de morrer.

— Ele ter mencionado o meu nome não significa que eu o tenha matado — rebateu Camila.

— Talvez não significasse se as pessoas não tivessem visto você ameaçá-lo com uma pistola na mão.

— Eu não atirei naquele infeliz!

— Eu acredito em você, Camila. Mas o coronel já deixou claro que enquanto não receber a análise do projétil que foi enviado para a capital, você permanecerá presa.

— Ele não tem provas contra mim.

— No momento, os depoimentos são o suficiente. E como você tem muita influência na capital, ele alegou que você poderia interferir nas análises do projétil.

— Maldito coronel...

— Não se preocupe, Camila. Não vai demorar muito porque tudo foi enviado para um laboratório privado. Assim que tivermos os resultados de que aquele disparo não saiu da sua arma, você estará livre.

— Está bem, obrigada.

— Não tem o que agradecer. Estarei na cidade até que isso se resolva. Até mais.

Sentando na cama pequena e desconfortável na qual seria sua única companhia por algumas noites, Camila deixou escapar um longo suspiro. Estava no meio do maior turbilhão de sua vida. Deitando-se, ela correu as mãos pelos cabelos, exausta, tentando afastar da memória as palavras acusatórias de Lauren.

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