Capítulo 32 - Aluna

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- Por mim pode ser. - Disse, tentando soar descontraída. No entanto o meu coração batia com força.

- Pode ser? - Parecia surpreendido e isso fez com que a sua voz soasse mais normal, menos forçada a parecer forte. Ele tinha uma voz doce. Devia ser alguém naturalmente carinhoso. No entanto, aparentemente, era-lhe difícil admitir isso à minha frente.

- Sim. - Confirmei mais uma vez. Depois vi o sorriso malandro do Tae e senti que se não dissesse nada, ele ia dizer. - Já agora, enquanto me dás uma roupa, posso perguntar-te uma coisa?

O seu olhar parecia um pouco assustado, pousando no Taehyung e fugindo depressa. Claro que não falaria à frente dele.

- Podes... - Disse-me avançando mais para dentro do quarto, tirando uma mala com roupa debaixo da cama.

- Ok. - Voltei-me para o Taehyung que nos olhava expectante. - Podes deixar-nos sozinhos?

Pareceu desiludido, fez um beicinho pequenino, mas acabou por acenar com a cabeça e sair do quarto. Finalmente eu e o Jimin estávamos sozinhos. E eu não sabia por onde começar...

- Estas calças devem servir-te. - Comentou, tirando umas calças de fato de treino cinzentas. Acenei com a cabeça, absorvendo a sua perfeição com o olhar. Tinha de falar antes de perder a convicção.

- Queria fazer-te uma proposta uma vez que pareces gostar bastante de... me provocar. - Aquilo era praticamente uma tortura para alguém como eu. Sentia-me prestes a explodir de tão corada. Ele olhou para mim, um meio sorriso a dançar-lhe nos lábios. - Vou ser sincera. - Respirei fundo, tentando ganhar tempo. - Não tenho experiência em nada disto. - Fiz um movimento com a mão entre nós dois. Fazendo-o perceber do que estava a falar. - Foste o único que me tocou. - Isso dizia tudo. Dizia que eu só o tinha beijado a ele e que só tinha dado dois beijos e mais nada. Afinal, ele sabia o que tinha feito comigo. Os seus olhos, normalmente pequenos, aumentaram imenso com admiração. - Sei que só queres divertir-te, então queria propor-te que me ensinasses. - Mal pronunciara as palavras e já me arrependia.

- O que é que disseste? - A sua voz saiu com dificuldades, como se o ar lhe tivesse faltado perante tamanha surpresa.

- Queria saber se estás... disposto a ensinar-me. - Repeti, olhando para o chão com a vergonha.

- Ensinar-te o quê? - Lá vinha ele outra vez. Percebi que me estava a provocar. Ele queria que eu dissesse. Isso fez-me senti uma enorme frustração.

- Tudo. - Levantei a cabeça e vi os seus olhos a observar-me, expectantes. - Quero que me ensines a beijar bem. Quero que me ensines a... a... - As palavras faltavam-me. - ... a tocar... - Nesse momento, mesmo sem ter concluído o que queria dizer, recebi o sorriso mais lindo, sexy e fofo de sempre. Aigo! Como era possível algo tão perfeito? Os seus olhos tornaram-se duas pequenas linhas fofas, as bochechas inchadas e os lábios uma perdição. O meu coração falhou uma batida e pensei que me fosse sentir mal de novo. Agarrei-me ao objeto mais próximo, que no caso era um degrau das escadas de um dos beliches.

- Eu ensino-te. - Respondeu, fazendo movimentos extra lentos para procurar uma camisola para me emprestar.

- Obrigada. - Não havia muito que pudesse dizer. Nunca me tinha imaginado a viver uma situação daquelas. Não era bem como a situação da Iseul, mas de certa forma era demasiado semelhante. Esperava não me perder a mim própria durante o caminho. - Como posso retribuir?

- Bem, para começar, quero que digas ao Jungkook que não queres nada com ele. - Olhei para ele, admirada com a escolha de pedido e, de certa forma, desapontada. - Ele está a começar a amar-te. É melhor cortar já o mal pela raiz para que ele não sofra mais tarde. Aliás, o melhor mesmo é dizer a todos que agora és minha.

Somos Perfeitos (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora