Capítulo 6 - Rapaz Mistério

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Eu conheci a minha melhor amiga quando entrei para o 7º ano escolar. Éramos duas rapariguinhas sonhadoras de 11/12 anos que ainda brincávamos às bonecas e acreditávamos em príncipes encantados. Tivemos sorte de crescer juntas, de mudar juntas e mesmo assim de nos darmos tão bem.

Aos 13 anos passámos pela nossa primeira paixoneta (por dois rapazes amigos um do outro) e aos 14 já tínhamos sofrido juntas por amores não correspondidos. Também foi nessa altura que ela deu o seu primeiro beijo "a sério". Talvez fosse por isso que ela tinha sofrido mais que eu, apesar de eu ser mais descrente, afinal eu ainda não dera o meu.

Agora, com 15 anos de idade, sentíamos as hormonas a falar mais alto que nós e só reparávamos no quão bonitos eram os nossos colegas de sexo masculino. Acho que era difícil não estar sempre a reparar nisso. Eles chamavam a nossa atenção de forma constante.

A minha melhor amiga chamou-me, gritando o meu nome de forma ruidosa. Sorri e dirigi-me a ela com o passo mais apressado que consegui sem estar a correr.

- Porque demoraste tanto? - Perguntou-me fazendo-me sinal para andar ao lado dela.

- Olá para ti também! - Brinquei. Expliquei-lhe que me distraíra com o rapper das covinhas fofas e ela arregalou os olhos com descrença.

- Mas o que raio se passa contigo este ano? Andas com um íman para gatos ou uma coisa do género? - Realmente... Nem eu entendia o que andava a acontecer comigo nos últimos dias. - Bem, mas o que importa é o motivo para estares aqui, não é? - Ela começou a falar de forma mais entusiasmada e juntou as mãos à sua frente. Oh! Bolas! Conhecia bem aquele olhar... - Eu chamei-te porque não aguentava esperar até segunda-feira para te contar.

- Contar o quê? - Perguntei, para que ela visse que eu estava interessada em saber.

- Bem, sabes que normalmente acompanho os meus pais quando vão às compras e que costumam ir todos os sábados ao fim do dia. - Acenei com a cabeça, dando a entender que acompanhava o raciocínio, e observei o entusiasmo crescente. - Mas hoje eles simplesmente decidiram ir de manhã. - Fez uma pausa dramática. - Nem adivinhas quem eu encontrei lá...

- Quem? - Estava confusa. Era suposto eu saber quem seria?

- O rapaz dançarino, o que gritou o teu nome. - Ela riu-se e eu fiquei confusa a olhar para ela. Mas o entusiasmo era por causa dele? - Ele tinha uma máscara na cara, mas sabes bem que reconheço um rapaz bonito de longe. E ele é uma panelinha a ferver, não é de se menosprezar, não é? - Ri-me perante a conversa que assumia proporções estranhas. - Bem, ele estava lá na secção do Ramen e parecia muito entretido a escolher quando "o" vi. - Acentuou o "o" de tal forma que parecia que tinha visto Deus na terra. Calou-se, os olhos a brilhar e a cabecinha perdida em pensamentos.

- Mas quem? - Perguntei, farta de tanto suspense.

- O rapaz mistério que vimos à saída da escola. - Ah! Só podia. Ela e sua curiosidade. - Bem, ele também tinha máscara então não lhe consegui ver bem a cara, mas... mas... - Gaguejar outra vez? - Eu fiquei pasmada a olhar para eles (sabes que não consigo ser muito discreta quando estou interessada) e de repente eles repararam em mim. E vieram falar comigo...


* Moon Hyunah POV *

- Precisas de alguma coisa? - O rapaz dançarino olhava para mim com curiosidade.

- Oh! Desculpa, estava a pensar que já te vi em algum lado... - Disfarça Hyunah, disfarça.

Ele olhou para mim mais atentamente. Eu queria estar a olhar para o outro. Para aquele rapaz pálido e um pouco mais baixo que ele. Ainda assim eram os dois mais altos que eu. E eu era considerada alta para rapariga. Mas se eu olhasse ia dar mais nas vistas.

- Ah! Sim, acho que me deves ter visto na escola. Se não me engano és amiga da rapariga espia que não me disse o nome. - Ele ria-se, as maçãs do rosto mais salientes sob o pano da máscara. Os olhos pareciam duas estrelas de pura animação. Como era possível alguém ter sempre um ar tão alegre?

- E tu és o rapaz do ginásio. - Tentei agir de forma natural. Quase tinha sido apanhada a bisbilhotar.

Ele perguntou-me o nome da minha amiga e eu disse-lhe. Será que ele estava interessado nela de forma romântica? Mal podia esperar para lhe contar.

- Ah, é verdade, desculpa lá os maus modos. Sou o Jung Hoseok, mas isso já deves saber, e este é o Min Yoongi. - Y-O-O-N-G-I. Nunca um nome soara tão bem nos meus ouvidos. Olhei para ele, finalmente podendo fazê-lo sem levantar suspeitas.

O corpo estava coberto por uma roupa completamente preta e largueirona. Quase não dava para ver nada. Tinha o cabelo preto e uma cara arredondada. Os olhos eram pequenos e escuros e pareciam não transmitir muita emoção. Ainda assim conseguiam estranhamente transmitir inteligência. Vi a pele pálida da sua mão a erguer-se num aceno discreto. Não abriu a boca. Se a minha amiga aqui estivesse estaria a dar em louca. Ela sempre avaliara as pessoas pela voz. Eu sempre fora mais dada ao aspeto visual. E não conseguia ver grande coisa por baixo de tanta camuflagem.

Sentia-me mais calma. O mistério tinha-se dissipado e já não me sentia inundada de curiosidade. A minha avaliação revelara-se bastante desapontante. Temperatura: ambiente. Sim, ele era comum como a temperatura ambiente. Nada de especial.

- Moon Hyunah. Bem, vou andando. Foi um prazer conhecer-vos. - Dei meia volta para me ir embora quando ouvi um baque ruidoso. Bolas! O meu relógio!

A presilha tinha-se soltado de alguma forma e ele tinha caído ao chão, bem aos pés do rapaz mistério. Ele baixou-se para apanhar e levou a mão livre à cara, retirando a máscara e revelando um rosto angelical e ao mesmo tempo o completo oposto. Parecia ligeiramente entediado.

Senti uma pontada no coração, uma pontada no estômago... Bolas! O meu corpo começou a tremer. Fiquei a olhá-lo boquiaberta. Bolas! Bolas! Bolas! Temperatura atualizada: vulcão. Bem ao nível de Jimin, o rapaz delícia.

- Não parece estar partido. Os ponteiros estão a avançar bem. Mas se calhar devias levá-lo a uma joalharia ou relojoaria. - Sexy. Sexy.. Sexy... Senti-me tremer quando me aproximei de mão estendida para pegar no relógio. As nossas peles tocaram e senti um arrepio a percorrer-me. Afastei-me. E morri.

Aquilo era um sorriso no rosto dele. Um sorriso pequenino. Discreto. Mas tão, tão lindo. Atualização de temperatura: REBENTOU COM A ESCALA TODA! Ele era como o núcleo terrestre. Por fora parecia bonito, mas de temperatura banal. Por dentro, uma temperatura inimaginavelmente ardente.

- Yoongi, para de matar as pessoas. - Hoseok riu-se e levou a mão ao coração. Parecia representar-me naquele momento: a ser atingida pela seta do cupido.



Olá outra vez pessoal!

Sentiram a minha falta?

Se gostaram deixem o vosso voto e comentário para apoiar. E já agora digam-me: o que é que estão a achar da minha primeira tentativa de escrever Fanfic?

Obrigada a todos os que leram!

Muitos BTSinhos!!!

Somos Perfeitos (BTS)Where stories live. Discover now