Capítulo 9 - Chega

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Depois daquilo ficámos a saber que eles já andavam a fazer as suas aparições há algum tempo. Nós apenas não tínhamos tido conhecimento antes.

Como duas malucas obcecadas, vimos as covers que eles lançaram antes da estreia.

Primeiro "School of Tears", cantada pelo Jin, o Rap Monster e o Suga. Essa música era inspirada na "Swimming Pools" de Kendrick Lamar, mas a letra tinha sido totalmente escrita pelos dois últimos. Rapazes talentosos até dizer chega...

Depois da proximidade facial quase nos fazer morrer de ataque cardíaco, vimos a "Graduation Song", cantada pelo Jungkook, o Jimin e o J-Hope. Esta era inspirada na "Young, Wild and Free" de Wiz Khalifa, Snoop Dogg e Bruno Mars, mas mais uma vez a letra era escrita pelo J-Hope (com a ajuda de alguém chamado Supreme Boi).

Definitivamente, estes rapazes queriam dar-nos cabo dos corações.

Ficámos a saber que inicialmente pensava-se que os BTS seriam apenas os 6, até o sétimo membro ser revelado a público. Fez-se um mistério em relação ao V até à estreia do grupo, embora o motivo não seja claro.

- Isto é tão estranho... - Hyunah olhava para as fotos e ia deslizando o dedo para ver mais.

- Sim. - Sentia-me prestes a chorar outra vez a qualquer momento.

As duas semanas que tinham passado pareciam apenas ter agravado a situação. A mistura de sentimentos contraditórios que se apoderavam de mim era sufocante. Eu amava as músicas, amava olhar para eles e ver o quão felizes estavam. Acima de tudo amava o sucesso estrondoso que estavam a fazer (afinal o primeiro MV deles já era considerado o melhor do ano e obteve as melhores reações do público, tendo ultrapassado mais de 1 milhão de visualizações em 72h). O álbum já estava entre os 10 mais vendidos do país e eu seria mentirosa se dissesse que não tinha ido a correr comprar um para mim e para a Hyunah também.

Mas doía tanto saber a realidade dos factos. Era o fim. Nunca mais poderíamos falar com eles. Nunca mais poderíamos amá-los. Seriamos apenas mais uma de um monte. No entanto era impossível ignorar o coração que nos pulsava no peito e se apertava.

- Chega! - Irritada, levantei-me e bati com as mãos na mesa do café onde estávamos sentadas. - Vou-me embora.

- Ei! Espera... - A minha melhor amiga levantou-se apressada e guardou o telemóvel na mala, apressando o passo para me apanhar. - O que foi?

- Chega... - Não olhei para ela pois sabia que as lágrimas que se acumulavam nos meus olhos acabariam por cair. - Temos de ir viver as nossas vidas. Temos de os esquecer. Se não o fizermos vamos ficar para sempre solteiras, a chorar pelos cantos, a admirá-los de longe sem aproveitar as nossas próprias vidas.

Ficámos as duas em silêncio. O peso das nossas palavras e dos nossos sentimentos era como uma maré negra que se instalara naquele momento.

- Tens razão. Quero recordar-me disto com carinho e não como uma coisa má. Vamos viver as nossas vidas, amiga. - Uma lágrima escorreu-me pela cara até à ponta do meu nariz. Foi a primeira e última desse dia.

- Amanhã vou mudar as minhas coisas para o dormitório da Universidade. Quando é que vais? - A mudança de assunto foi brusca, mas necessária. Realmente tínhamos tido que chegue daquele sentimento esmagador.

- Só na próxima semana. Prometi aos meus pais que ia passar um tempo com a família antes de ir. - Ela suspirou e depois forçou um sorriso. - Espero que a nossa colega de quarto não seja uma chata qualquer.

- Temos de ser amigáveis, não é? - Esbocei um sorriso amarelo, sabendo que íamos ter de nos aturar por um ano inteirinho. Não estávamos no mesmo quarto, nem andar, mas estávamos no mesmo edifício. O que já não era mau. Mas cada uma de nós ia ter de lidar com uma colega de quarto desconhecida. Podia ser bom ou mau. Não sabíamos. - Hyunah! Fighting! - Esmurrei o ar com convicção como fazia quando era pequena.


- Levas tudo o que precisas? - A minha omma olhava para mim com aquela cara de preocupação que todas as ommas galinhas têm. Claro, ela preocupava-se por dois...

- Sim. As minhas roupas estão todas na mala. - Olhei para a mala de viagem gigante que estava ao meu lado. Felizmente, não tinha muita coisa. Porque nunca tinha tido muito dinheiro para esbanjar. Tinha somente o necessário. - A minha câmara está aqui. - Levantei um pouco a bolsa que já tinha colocado a tiracolo.

- Então... está na hora. - Ela tentou sorrir de forma encorajadora, mas parecia prestes a chorar.

- Sim. - Não gostava de despedidas.

- Queres alguma coisa para comer pelo caminho?

- Não, omma. Eu não vou sequer para outra cidade. Vou estar a pouca distância daqui. - Revirei os olhos por causa do drama a mais. - Até parece que vou para outro país.

- Não, mas já quase não nos vamos ver porque a universidade vai ocupar todo o teu tempo. - Ela começou a choramingar. - Agora só no natal, não é?

- Sim. Mas eu ligo-te e tu ligas-me. - Definitivamente, não gostava de despedidas.

Comecei a agarrar na mala e dirigi-me à saída. A minha cadela ladrava ruidosamente e saltava à minha frente. Dei-lhe um beijinho no nariz e fiz-lhe uma festa.

- Adeus, Mochi. Toma conta da mamã. - Sorri e voltei-me para a minha omma, que já se recompusera um pouco.

- Adeus querida. Porta-te bem. Não andes sozinha à noite e esforça-te na escola. - Dei-lhe um beijinho na bochecha, rindo perante as palavras típicas.

Segui o meu caminho e entrei no táxi que me esperava, voltando-me na janela para acenar. Finalmente ia começar uma nova vida. Tudo ia mudar.




E terminouuuu! Este capítulo, claro. ;-)

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O que estão a achar da história até agora? O início foi meio apressado, eu sei, mas é a partir de agora que as coisas vão realmente começar a acontecer. Preparem-se!

O que acham que vai acontecer???

BTSinhos para todos e muitooooo obrigada a quem estiver a ler.

Somos Perfeitos (BTS)Where stories live. Discover now