Eu vejo em seus olhos, seus atos que ela se arrependeu. E assim como dei uma chance para o meu pai mudar, eu daria quantas fosse preciso para ter uma irmã que me amasse de verdade.

" – Que lindo." Allyson bateu palma, ficando na nossa frente. " – Uma obra prima." Ela tampou a boca olhando para mim e eu me analisei, ajeitando a folha que tampava minhas partes de baixo.

" – Você está bem?" Clara perguntou para Ally.

" – Sim...sim. Apenas um pouco emocionada, eu não estava tão confiante que daria certo, demorou mais que o normal." A doutora, arrumou seu jaleco, beijando sua cruz. " – Mas...Deus sabe o que faz não sabe?" Seu olho piscou para mim e eu preferia não ter recebido sua piscada.

" – Hm..." Engoli a seco vendo a banheira que agora parecia mais uma xícara com chá de tantas ervas. " – O que fazemos agora que deu certo?" Questionei para Ally.

" – Bom, eu recomendo você não pegar coisas mais pesadas que um livro durante um mês, e...nada de dormir muito encurvada na primeira semana. E o mais importante, você ficou um bom tempo sem andar, provavelmente terá dificuldades agora. Vamos fazer uma última terapia para você se acostumar novamente e então qualquer coisa que sentir diferente, tem meu telefone."

" – Seu telefone?" Franzi o cenho.

" – Mais quantas páginas tem o livro? Porque se for o do Harry Potter, então eu concordo." Normani me interrompeu e todos olharam para ela de forma negativa. " – Ah...não é do Harry Potter..." Ela se calou e eu sorri, antes de voltar minha atenção para a doutora novamente.

" – Como eu iria responder. Sim, eu tenho telefone, por mais estranho que isso possa parecer." Ally sorriu de forma encantadora, me segurando de lado para me fazer sentar na beirada da banheira.

" – Não mude de assunto." Pedi com pesar no coração. " – Você sabe o que eu quis dizer." Suspirei quando Ally abriu minha boca para ver algo em minha garganta.

" – Nenhuma escama de peixe...pelo visto não iremos ter uma mulher aranha." Ela riu porém eu continuava séria. " – Tudo bem...eu não queria chegar nessa parte, eu sou péssima com despedidas, mas eu sinceramente não posso ficar mais com vocês."

Tanto minha família quanto Normani, ficaram tristes por Allyson ter assumido que não iria fazer mais parte do nosso cotidiano.

Eu sinceramente já havia acostumado com seu senso de humor e sus brincadeiras, sem falar das loucuras. Seria muito chato ficar sem a ver todos os dias com Jesus em sua bolsa.

" – Porque Allyson? Você pode continuar conosco por mais alguns meses, com o dinheiro que estou lhe pagando, pode comprar até mesmo um apartamento aqui no Colorado." Clara perguntou tristemente.

" – Eu não gosto da América, eu nunca gostei. Nasci em Texas e quando meus pais viajaram para os Estados Unidos eu simplesmente me revoltei e fui para o lugar onde eles mais rejeitaram, a Jamaica." Ela sorriu lembrando dos velhos tempos. " – Eu sou uma mulher vivida, sei muito bem onde é o meu lugar, e por mais que com vocês eu tenha sentindo o que não sentia a muito tempo, nisso eu digo amor..." Ally olhou charmosamente para Normani, erguendo suas sobrancelhas. Rimos junto com a morena e a doutora continuou. " – E não só isso, como também me senti amada. Vocês acreditaram em mim, me depositaram esperanças e eu fico imensamente feliz em ter voltado com os movimentos da Lauren, e mais ainda por agora fazer parte da família linda que vocês fazem, mas hoje, eu me considero Jamaicana, e não há nada que me faça sair daquela terra." Allyson sorriu sem mostrar os dentes e a gente consentiu.

Eu adquiri um apego grande com a doutora. Mas pedir para ela morar conosco seria ilógico até para mim. Ela tem a sua vida, e não podemos fingir que não.

Uma Vida Para Amar - Lia JonesΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα