MATA-ME DE PRAZER

Noticia boa

Theodoro e eu já estávamos há três meses vivendo juntos e a cada dia fazia com que eu me sentisse mais apaixonada. Era visível a sua decepção a cada vez que eu menstruava e as vezes eu tinha a impressão que, a única coisa que ele queria de mim era um filho, mas no fundo eu sabia que isso era resultado da minha insegurança. Coisa que era natural de ambos, ele tentava não demonstrar, mas morria de ciúmes e eu notava o seu bico, a cada vez que eu tinha algum trabalho a fazer em equipe,principalmente se o Kaden estivesse na mesma equipe.

Eu estava feliz e realizada e a única coisa que me entristecia era a falta que eu sentia da Sandy.

Era manhã de segunda-feira, Theo e eu tínhamos passado o fim de semana na praia, e eu vinha me sentindo mal desde a noite de sábado, mas não lhe disse nada porque não queria que ele alimentasse uma nova expectativa de gravidez e se decepcionasse mais uma vez, então assim que ele saiu de casa pela manhã. Eu me arrumei e segui para o consultório do Dr. Miller antes de ir a faculdade.

Eu já tinha agendado uma consulta com ele, então assim que cheguei fui encaminhada a ultrassom.

Alguns minutos de consulta depois e o diagnóstico foi confirmado, eu estava gestante de nove semanas e de acordo com ele, o que eu tive no mês anterior não podia ser considerado menstruação, mas uma descamação involuntária da camada interna do meu útero. Ele tinha sido bem claro e especifico e usado uma série de termos para justificar o sangramento que eu tive e me receitou alguns remédios pra que eu não voltasse a sangrar

Deixei o consultório do Dr. Miller com um sorriso imenso no rosto. Pensei em ligar para o Theo no trajeto, mas mudei de ideia na última hora. Ele estava esperando ansioso por esse filho, eu não daria essa notícia por telefone.

Voltei para casa, não estava com cabeça para plantas e polinômios, mas antes passei por um shopping e comprei um presentinho para o Theo.

Assim que cheguei em casa, segui para a cozinha, onde Meleky preparava o almoços. que

- Olá Mel...- Ela franziu o cenho, era sisuda demais e não gostava de apelidos- O que temos pra comer hoje?

- Medalhões de franco... Fiz como a senhora gosta, assados e não fritos, creme de milho, arroz a jardineira, salada verde e couve de Bruxelas cozidos e refogados no azeite e alho como o Sr. Austin gosta... ele está vindo para almoçar.

  - Ótimo! - Eu sorri animada- Vou para o quarto. - Entreguei a Meleky a caixinha com o presente de Theo - Pode colocar isso sobre o prato do Sr. Austin, quando colocar a mesa, por favor?

Meleky franziu o cenho, mas consentiu com a cabeça, depois de olhar abriu um largo sorriso.

- A Senhora vai matar o Senhor Austin do Coração. - Diz ela em um tom tão animado que até eu ri dela.

- Espero que o coração dele seja forte.- eu ri- Vou dormir um pouco, estou me sentindo exausta.

- Parabéns Senhora... - Meleky tinha água nos olhos. - O Sr. Austin precisa de alguém como a senhora para mudar a vida dele... Que Deus traga uma criança forte para alegrar esse apartamento.

- Obrigada Mel! - A abracei e subi para o quarto, não demorei a pegar no sono, e acho que dormi tempo demais, pois acordei com o som da porta do quarto batendo.                       

- Desculpa... Escapou da minha mão, não queria te acordar desta forma. - Theo se sentou na beirada da cama. - Você está bem?

- Por que não estaria?- na verdade eu estava nauseada, mas era natural do meu estado

- Estranhei que não atendeu minhas chamadas no celular, vim correndo, por que a Meleky me disse que já tinha cegado a muito tempo.

- Eu estava dormindo.                      

- Deu para perceber... - Theo riu. - Achei que estava em coma, te chamei da porta e nada, nem se mexeu, mas não era a intenção de te acordar no susto. - Ele se inclinou sobre mim me dando um beijo. - Vem almoçar... Estou com fome...

- Não quer tomar um banho antes?-

- Não quer tomar um banho antes- eu estava um pouco nervosa e tentava protelar o momento

- Bem que queria, Mara estou bem atarefado e com fome.

- Vamos almoçar então! - Me levantei e lhe dei um beijo guloso. - Acho que você vai adorar o prato de hoje

- Medalhão... - ele me deu a mão para sairmos do quarto.

- Tem algo mais pra você, além do medalhão.

- Tem mais? - A olhei enquanto descíamos a escada. - Adoro quando tem surpresa na hora do almoço. - Disse ele todo malicioso.

- Vamos comer e receber o seu presente na mesa.

- Vick... Eu tenho uma reunião importante, não me faça atrasar. - Soou ele engraçado.

Entramos na sala de jantar, nossos lugares estavam dispostos, ele e eu nos sentamos, nossos pratos estavam cobertos com uma cúpula de prata, o celular de Theo começou a tocar, ele me olhou torcendo a boca.

- Me desculpa, mas preciso atender. - Ele levou o celular ao ouvido e permaneceu com os dedos no puxador da cúpula, mas não o levantou. - Oi Michael... - E assim ele trocou vários assuntos com tal Michael, eu tinha tirado a minha cúpula de cima da minha comida e de olho no seus dedos, e ele continuou.

- Se ela quer ir para outra produtora, não vou mover uma palha para ela ficar... -E finalmente ele puxou a cúpula, revelando seu presente, o homem ficou estático segurando a cúpula na mão, boca aberta e o celular no ouvido.

- Michael... Depois falo com você... - Ele desligou o celular e me olhou. - O que é isso?

- Não é óbvio?

- É... Sério isso? - Theo abriu um sorriso enorme escorregando para fora da cadeira e se ajoelhando ao meu lado abraçou minha cintura enfiando o nariz na minha barriga, e pude escutar claramente ele chorar agarrado a mim. - Obrigado... Você me fez o homem mais feliz. - Ele me olhou. - Está feliz?

- Estou imensamente feliz! Estava desconfiando desde a semana passada, mas não disse nada porque tive receio de ser mais um alarme falso. - apanhei o par de sapatinhos em seu prato- Olha que delicado!

- São lindos... Lindos mesmo... Você me deu a melhor noticia que escutei em todos os anos da minha vida. - Ele me puxou para um beijo. - Temos que marcar médico.

-Já estive com o Dr. Miller. Ele marcou o pré-natal, vou começar semana que vem.

- Com certeza quero ir com você, não vou deixar de ir a uma consulta, quero saber como vocês dois estão. - Ele me beijou novamente tomando os sapatinhos da minha mãos. - Vou mandar banhar em outro, será um troféu para nós dois. - Ele levantou os sapatinhos na mão. - EU VOU SER PAI!  - E gargalhou alto.

- Você é bobo! - O abracei forte e o beijei. - Seremos uma família completa, meu amor!