Capítulo 22

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            Quando visitou Alicia naquela tarde de domingo, tinha muito mais por dentro do que gostaria de confessar. A desconfiança e quase certeza de que ele a estava traindo era exatamente exagerada, foi o que a quase tia a assegurou.

— Sinto-me muito triste que as coisas tenham chegado a este ponto entre vocês querida.

— Ora Alicia, por favor. Isto... Isto não era para acontecer. Este tolo casamento que todos vocês me empurraram, era o mesmo que estar me jogando para um precipício fundo. Há apenas escuridão lá, uma inacabável escuridão.

— Não seja tão dramática Margareth. Envolveu-se com Diego no passado por livre e espontânea vontade e sabia quais consequências teria que lidar.

— Muito me espanta você Alicia que sempre foi muito liberal me dizer estas coisas.

— Não seja agressiva, tão pouco distorça as coisas. Está atacando apenas para que não toque em seu ponto fraco, bem te conheço. Sei que nutre forte sentimento por Diego, ou nada teria se passado, e sei que ele também por ti.

— Não diga bobagens, tudo não passou de...

— De o que?

— De um flerte.

— Isto foi muito mais longe que um flerte. Chega Margareth, escute... Diego enviou-me uma mensagem dizendo estar tudo bem com ele e que...

— Verdadeiramente não me importo. Agora devo ir Alicia. — Pegou o chapéu para leva-lo a cabeça assim que saiu pela porta.

            Em seu quarto Mrs. Salles preparou-se para dormir estando já com sua camisola branca. Puxou os cobertores da cama até escutar o som claro de madeira rangendo. Pulou do colchão, e por um momento pensou ser alarme falso, mas o barulho retornou mais intenso. Correu até a porta que dava ao outro quarto e encostou o ouvido a madeira e teve certeza, girou a maçaneta, mas esta não se abriu. Chaveada? Pensou em retornar a cama, mas não conseguiria dormir se bem sabia, saiu pela porta que dava ao corredor, deu alguns passos e parou junto a porta dele, bateu. A maçaneta moveu-se e de lá viu a cabeça de Vivian a encarando. Por trás dela, bem ao fundo da cena estava seu tão indelicado marido, começando a desabotoar sua camisa de costas para ela.

— O que deseja senhorita?

— O que desejo? Com licença. — Empurrou a porta fazendo a empregada sair de perto e adentrou muito rápida o aposento que era um pouco menor que o seu, porém tinha uma cama muito maior que a sua.

— O que está fazendo? — Questionou ela a Diego que não parara de desabotoar a camisa de linho branca.

— Não te parece obvio Margareth. Estou indo tomar um banho. — Respondeu bruto, e ela olhou a banheira ao chão, cheia de água.

— Sai-a. — Ordenou a mulher, a empregada que saiu rápida fechando a porta com um risinho. Ela se manteve quieta e pode ver a camisa dele escorregar de seu corpo bem talhado, de suas costas largas e cair ao chão.

— Está sendo tão indelicado. Não pode... — Corou.

— Não? O que quer Margareth? — Virou-se para ela, e ela pode vislumbrar a curva do peitoral dele, pela primeira vez de forma mais clara, e ele definitivamente era ainda mais atraente e másculo do que antes pensara. Deu um passo para trás, mais vermelha que antes. Os lábios entreabriram-se e parecia quase alarmada e esperava seriamente que ele não houvesse se dado conta do medo que crescia em seu interior. Viu ele lentamente descer as mãos até o botão da calça.

— Diego... — Respirou fundo tentando reunir palavras o suficiente. Fechou os olhos por um instante e olhou para os lados. — Como ousa desaparecer por dias e não dizer nada?

Laço de cetimHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin