Capítulo 10

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                       Eis que o grande dia havia chegado a galopes, trazido pelos ventos gelados do norte. Poucos convidados estavam presentes por preferência da família, apenas os mais íntimos e que isto não soa-se como se eles fossem maus anfitriões. Alguns irmãos de Juan estavam ali, com sua tez morena, seus traços marcados e seu charme latino, e aquilo definitivamente chamava e também cheirava a confusão. Alícia vinda de Londres, fez questão de estar boquiaberta perto de todos eles, pena que já fossem todos casados para o seu mais completo desgosto.

— Isto seria uma loja? — Questionou ela olhando para Céu muito seriamente. A mulher olhou um pouco assustada.

— Como?

— Isto seria uma loja... de homens? Sinto que estão todos reservados. — E seus olhos brilharam e um sorriso espalhafatoso aterrissou em seus lábios. A mulher fez uma careta ao olha-la. Será que nenhuma palavra que saí-a daquela boquinha podia ser séria?

— Pelo amor de Deus Alícia. — Céu moveu-se para longe, precisava ainda ver como alguns preparativos estavam, tropeçou um momento em Sophie que corria de um lado a outro ordenando funções e afazeres aos empregados. Pararam por um momento se entreolhando e logo se abraçaram.

— Isto não te parece uma insanidade? Quando que eu poderia imaginar nossos filhos se casando? — Disse Sophie e seus olhos quase transbordaram.

— É, eu sei, parece um sonho bastante estranho, estranho digo por aqueles tolos com cara de poucos amigos que por acaso são os nossos queridos maridos. — E olharam a dois homens altos, longe um do outro, com os braços cruzados no meio do imenso jardim onde seria realizada a cerimônia.

— Sinto que vou matá-los se não fizerem as pazes. Sou uma má pessoa por isto? — E riu passando os dedos no cabelo castanho.

                      Do outro lado Margareth usando um vestido azul passeava de braços dados com o noivo Valentim, que parecia feliz com seu sorriso bobo de sempre no rosto, e suas abotoaduras caras.

— Em breve será o nosso casamento querida, não fica feliz? É claro que faremos uma festa muito maior que esta, quero uma festa que dure dias.

— Não pensa que seria um exagero sem propósito? — Questionou ela.

— Só se casa uma vez na vida, por que não o melhor? Es tão minimalista Maggie.

— As pessoas não me chamam de Maggie, Valentim, eu odeio a este apelido. Sou Margareth. Maggie é apenas doce, e não sou eu. — Respondeu de modo rápido gesticulando no ar. Valentim se questionou porque ela tinha que estar tão zangada, mas adotou a teoria de que seria o casamento. — Eu preciso ajudar a Aurora a se arrumar, com licença. — Dirigiu-se a casa. 

                     Em um quarto junto à penteadeira, encontrou uma das mulheres mais bonitas que havia visto. Os longos cabelos escuros ondulados caindo pela cintura desenhada, e pelos quadris largos. Os olhos grandes amendoados e castanhos só faziam um complemento como joias preciosas em uma pele de pêssego, mas algo muito obscuro se escondiam atrás deles, a menina podia ver, algo que não existia anos atrás quando aquela mulher era apenas uma garotinha, mas que agora pairava como uma névoa por sobre sua cabecinha, algo triste que aos mais sensíveis poderia fazer chorar como bebê, algo profundo que produzia nós na garganta, algo que causava calafrios. O véu da noiva continuava posto sobre a cama, era longo e belo com bordados florais. O vestido bem ajustado ao corpo extremamente feminino tinha bordados em toda a barra, e as mangas eram de um tecido transparente que também cobria o pescoço com alguns desenhos bonitos. Nós pés botinhas de salto também brancas. Nós lábios uma cor muito ousada de batom, vermelho, e Margareth tinha certeza que escutaria exclamações quando aquela dama tão perfeita atravessa-se o tapete vermelho ao encontro do noivo para proferir juramentos.

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