Capítulo 6

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                       Com quase desespero foi como Margareth evitou Diego. Parecia ainda mais obcecada com suas aulas de piano, de modo que de dia e boa parte da noite permaneceu grudada as teclas, e por pouco que algum morador daquela casa não enlouqueceu, pois aquele barulho insistente parecia não desaparecer nunca, mas talvez estivessem imersos demais em seus pensamentos sufocantes para que algo externo os afeta-se. Valentim apareceu um certo dia, já quase curado de sua flechada, mancava de um lado, e não se sentava realmente, a não ser de lado, o lado não machucado. Tudo aquilo parecia grotescamente engraçado, e de fato a garota teve de segurar a risada.

- Eu me sinto bastante culpada Valentim, por tudo que lhe aconteceu.

- Oh minha Margareth, realmente acredito em suas palavras. Verdade seja dita passei dias e mais dias sem poder sequer dormir direito, tinha que ficar... Que ficar com minha região inferior atrás virada para o teto. - Disse ele, e ela segurou a risada, afinal quem falaria região inferior atrás referindo-se a sua bunda? Tossiu. - Está bem meu doce? Engasgou? Precisa de ajuda? - Ele se levantou disposto a ajuda-la. Johann que assistia a cena escorado a parede levou a mão a boca rindo, o outro o olhou de modo estranho.

- Não, está tudo bem. Quer mais chá? - Ela pegou o bule, e despejou o liquido amarelado na xícara, mas a risada espremida de Johann fez com que ela mesma tenta-se conter a sua, e suas mãos tremeram, fazendo com que o bule derramasse o chá na mesa.

- Margareth cuidado, o que está havendo?

- É um pigarro na minha garganta, tá coçando, acho que estou ficando resfriada sabe.

- Sei... Bom, sabe que fiquei muito irritado com aquele seu primo descuidado, mas começo a pensar que é coisa de família.

- Foi para ser ofensivo?

- Claro que não querida, apenas estou dizendo que talvez vocês sejam um pouco desastrados. - Continuou ele. Ela bufou, Diego nem era seu primo de verdade, era só um encosto em sua vida. - Trouxe algo pra você. - Ele levantou-se e foi em câmera lenta que ela viu acontecer. Ele estava de joelhos a sua frente, ridiculamente de joelhos, e tinha uma voz doce e tremula e olhos brilhantes. Há quanto tempo esperara por aquele momento mesmo? - Eu sei que somos quase que noivos mesmo, se não seu pai não me permitiria ficar visitando-a, no entanto nunca oficializamos isto, então me dê sua mão querida. - Nem se quer ela havia estendido a mão, ele pegou ela e simplesmente colocou o anel, que tinha uma grande pedra brilhante, em seu dedo longo e fino. Então era apenas aquilo? Logo ele encostou seus lábios aos dela. - Olha já conversei com seu pai, e nosso jantar de noivado será em dois dias. Até lá querida. - E levantando-se muito rapidamente ele se foi. A garota ficou ali imóvel por um tempo.

- Isto foi bastante... Peculiar. - Disse Johann pegando a mão dela para olhar de perto o caro anel. Ela soltou a mão e saiu apressada correndo, até alguém a puxar pelo braço para alguns dos cômodos da casa. Estavam agora em uma sala que era muito pouco usada. Margareth olhou para Diego com olhos grandes esbugalhados, e tentou girar a maçaneta para sair de lá, e teria claro conseguido se ele não houvesse colocado sua mão grande em cima da sua. Puxou-a com um choque.

- Bonito anel Margh desastrada.

- Esteve me espionando seu cretino? Abra esta porta imediatamente ou...

- Ou? Não sei Margh precisava da sua ajuda, pois minha região inferior atrás está dolorida, minha querida. - Ele riu, e ela tornou-se rubra, principalmente depois de ele parar e estar sério, com seus olhos verdes escuros fixos em sua figura. - Não quer toca-la? - Ele a encostou a parede, chegando seu corpo ao dela, e tomando suas mãos colocou sobre as suas nádegas, ela parecia imóvel. - Docinho, você não vai se casar com o senhor região inferior vai? Aquele que lhe dá beijo de irmãos. Consegue se lembrar? Tem que fazer um esforço. - Ele a olhava com olhos verdes incandescentes como lava vulcânica, e era difícil pensar em qualquer coisa quando ele estava tão perto com sua mandíbula perfeitamente desenhada, seu queixo quadrado com a barba por fazer como ele sempre o tinha, parecia um pouco descuidado, principalmente com aquele cabelo mal alinhado, que deixava uma mecha castanha cair sobre os olhos, mas era apenas charmoso, como um leopardo.

Laço de cetimWhere stories live. Discover now