Capítulo 7

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                          Era noite, mas a senhorita Woody não poderia dormir, tinha pensamentos conturbados, apenas sabia que precisava se afastar, se afastar por bastante tempo de tudo e de todos. Caminhou para fora de casa, escutando claramente o som do rio. Tinha um candelabro nas mãos para lhe iluminar o caminho e apenas parou quando viu a água iluminada e a lua sendo refletida no espelho d'água. Suspirou pesadamente, sentindo o corpo cansado e insone. A cabeça pendeu, e também os ombros. Respirou fundo, soltando o ar com força. 

                         Ouviu barulho entre a folhagem, e virou-se assustada balançando as velas para lá e para cá em direção à mata. Nada viu, mas o coração estava aos pulos, provavelmente era um animal, tentou controlar o medo que a atingiu. O barulho de um trovão no céu, e um raio o iluminando fez com que decidisse voltar para casa, afinal era uma pequena longa caminhada, e esperava chegar antes da tempestade que logo despencaria. Quando deu meia volta, bateu em uma parede grande e firme. Gritou, e gritou mais vendo aquilo pegar fogo, pois sem querer havia derrubado o candelabro em cima.

— Por mil demônios o que está fazendo? — Gritou Diego por sua vez, com olhos grandes em direção à chama que se agravava em sua roupa. Começou a puxar as peças para longe de seu corpo, arrebentando todos os botões da camisa de linho branca, atirou ao rio. — Margareth a calça, me ajude. — Gritou. — A garota agachou no chão, tentando soltar o botão da calça azul marinho que ele vestia. Quando o conseguiu a peça caiu ao chão, e ele tratou de se livrar dela por si só. — Garota você é quente. — Riu e inclinou o corpo sobre os joelhos arfando pesadamente. Tinha a testa pingando de suor, mais provavelmente devido ao susto. Agora apenas usava a roupa intima, ceroulas, e tinha o peitoral completamente nu. 

                     A menina Woody empalideceu a um momento pelo susto, mas ao voltar seus olhos para ele ruborizou de modo completo, vendo a dimensão daqueles ombros, e o abdômen tão bem desenhado, como se fosse ele uma obra de arte como vira em exposições. Os braços dele tinham aquela peculiar marca tribal que vira nas costas dele, há algumas semanas, além das cicatrizes, que com certeza ele havia ganhado em alguma briga tola por algum rabo de saia que não valia mais que um tostão. As pernas grandes estavam marcadas por um tecido fino branco que ganhara uma marca de queimado, que deixara um buraco. Ele voltou à direção muito rapidamente para o que ela observava. Pousou a mão sobre o rasgo de tecido na coxa e soltou um sorriso sedutor.

— Docinho, não se preocupe não me queimou, mas não faça mais isto principalmente nas partes baixas, eu preciso muito delas, entende. — Ele inclinou um pouco o rosto, encarando-a com seus olhos grandes e verdes. Miss Woody, tornou-se mais rubra ainda, parecia que também a voz lhe desaparecera por completo, afastou-se daquela figura, caminhando para o lado oposto onde ele estava, embrenhando-se no meio da mata. Precisava voltar para casa imediatamente. Ele caminhou as costas dela a seguindo. — Talvez eu deve-se tirar a parte de baixo do meu vestuário não acha? Eu penso que se eu não estiver vestido de bom modo é melhor que eu não vista nada. — Ela escutou o barulho de pés pararem, e seu coração explodiu com a possibilidade da insanidade daquele homem devasso e imoral. 

                     Virou o rosto para trás, e viu um pequeno feixe de luz da lua iluminar o corpo masculino, e suas mãos grandes moverem-se em direção da roupa de baixo. Ele moveu apenas um pequeno pedaço, deixando um osso que indicava a um caminho proibido aparecer, com isto elevou o rosto, e um sorriso selvagem apareceu. Tão luminoso como se fosse um animal poderoso, encarou-a, mostrando uma fileira de dentes claros. — Você gosta não é minha Margareth? — E endireitou a coluna, aproximando-se dela que já se preparava para voltar a dar passos rápidos. — E eu gosto que você goste. — Sussurrou com voz rouca contra um vento gelado que lhe atravessara o corpo levemente bronzeado carregando suas palavras para o céu. Também andando mais rápido puxou o corpo dela de encontro ao seu de modo que as costas dela tocaram seu peitoral. Respirou sobre a pele macia do ombro e sentiu o doce cheiro de flores do campo que ela exalava. Circulou o corpo com seus grandes braços. Margareth tentou empurra-lo, e desgarrar-se dele, como um pequeno animal acuado, mas ele parecia não lhe dar chance. Suspirou, e pareceu grunhir de raiva, jogou o pescoço para trás, fazendo com que a cabeça bate-se no peito dele. Não queria dar o gosto de lhe dirigir a palavra, principalmente quando ele a mantinha presa em seu aperto de aço com seus grandes braços quentes que mais eram armas.

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