Capítulo 8

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                  Enquanto se apoiava a janela olhando para fora, pensamentos caóticos passavam pela cabeça de Diego, o cabelo parecia apenas mais desorganizado que nunca, e tinha em uma das mãos um copo de cristal com um líquido roxo, vinho é claro, apenas para variar a despeito de seu bom e velho whisky quase acabado, precisava guardar ele para uma boa ocasião afinal de contas. Na mesma mão segurava um charuto. Admirou a um pássaro fazer rasante muito próximo a sua janela, quase acertando sua cabeça.

— Ei querido vá com calma, não pretendo roubar seus filhotes. Sou um bom tipo, confie em mim. — Sorriu, com uma fileira de dentes brancos, observando o ninho em um galho da árvore muito próximo ao seu quarto, se esticasse o braço ainda assim não alcançaria, mas com apenas mais alguns centímetros certamente poderia fazê-lo. 

                   Bom, não estava certo se era realmente um bom tipo, não naquele momento fazendo o possível para seduzir a própria prima. Era certo que não eram primos de verdade, mas cresceram juntos, e mesmo atingindo a adolescência a um bom tempo atrás jamais se imaginou com ela, na verdade aquela ideia o perturbava na época, e não é que ela era feia, mas simplesmente... Não! Talvez passar tanto tempo longe de casa e depois encontra-la tivesse dado a falsa impressão de que ela não era mais a garota dos cachinhos claros, ruivos. Eles permaneciam ali ainda, agora mais compridos que nunca e ainda desejava ter posse deles que seja, era a única mulher que conhecia com aquele tom anormal de fios, e adorava isso, mas ela continuava sendo a garota prodígio que todos adoram (menos senhora Roberts, e pensou isso com deleite). A que o enlouquecia com o barulho constante de seu piano, a mesma que o fizera roubar algumas teclas daquele instrumento (para sua coleção) quando crianças, porque simplesmente não podia mais, a garota era insaciável, e toda a vez que vinha a casa Woody lá estava ela fazendo a única coisa que conseguia fazer. Mas o plano tinha dado tão errado, mas tão errado, isto veio a descobrir pouco tempo depois, pois o tio Ian dera um novo a ela, um novo mais barulhento ainda. 

                   Como poderia estar agora pensando em um plano para a seduzir? Ainda mais quando odiava completamente olhos azuis, mesmo que já tenha tido casos com mulheres de olhos azuis detestava aquela cor tão cristalina, tão translucida que lembrava algo demasiado inocente, algo com um quê bonzinho que ele não tinha, mas os olhos tempestuosos, olhos oceânicos de Margareth Anne eram ainda piores, eram irritantes simplesmente. Quando criança também os queria para sua coleção, mas não achou uma boa ideia arranca-los do rosto dela, porque com certeza o pai o deixaria de castigo não por semanas, mas pelo resto da sua vida tola. Agora, como mesmo poderia tê-la em seus braços, como poderia estar tocando sua pele tão macia de modo indecente, como podia entrar em seu mundo de modo tão inconveniente e enfiar sua língua em sua boca, e morder seus lábios, e apertar como se fosse uma folha de papel em seus braços até a ver ofegar como um peixinho fora d'água?

                   Margareth Anne Woody não passava de uma garotinha tola, que verdadeiramente acreditava no amor, e que depois dele, pensou, jamais acreditaria novamente. Estaria fazendo um favor a ela, antes ele a lhe fazer algo errado, pois sempre fazia desde pequenos, do que um outro qualquer tolo, idiota e repugnante como o senhor região inferior atrás Valentim, além de que aquela menina precisava saber sobre a verdade por trás do amor, o amor ilusão, o amor ficção literária para vender livros bobos a meninas mais bobas ainda. Acreditava seriamente em algo diferente o que nomeava como desejo.

                    Diego não pôde chamar o que pretendia realmente de vingança, pois não sentia que fosse apenas algo tolo como isto, estava apenas cobrando uma dívida de família, apenas isto. Gostava demais de Heath para odiá-lo, estudavam na mesma instituição, haviam morado juntos algum tempo, e apesar de não serem de conversar muito, ele verdadeiramente apreciava esta espécie de laço entre os dois. Seu primo era um sujeito quieto e quase não falava da vida pessoal, no entanto cresceram juntos, brincaram muito na infância e aprendera a apreciar aquele jeito soturno, e se Margareth era o preço para pagar a divida do irmão que o fosse. Agora o que precisava era de uma maneira de se controlar com aquela garota, pois sentia que aos poucos passava a perder completamente o controle, e talvez não fosse forte suficiente para parar, e este era um risco muito alto. Ela tinha que o querer por vontade própria, pois não era um patife.

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