Babás e ataques cardíacos

Začať od začiatku
                                    

- Até agora temos a sargento nazista, a bipolar incendiária e a coelhinha da playboy, qual prefere? Se eu fosse você escolheria a coelhinha da playboy, mas acho que sua idade mental é maior que a dela e provavelmente encontraria você boiando no aquário quando chegasse do trabalho, então melhor não. - Digo enquanto ouço a campainha tocar mais uma vez.

- O que será dessa vez? Uma satanista ritualística? - Pergunto a Emma, e ela cai no choro, a pego no colo e me encaminho a porta. E quando a abro, meu coração quase para.

Uma garota bonita na casa dos 25 anos, cabelos castanhos, longos e levemente cacheados, rosto doce e olhar brilhante, usava um jeans e uma camiseta soltinha estampada com pequenas flores.

Sim ela era uma sósia da Carolina.

- Oi, sou a Amber, nos falamos por telefone. Você deve ser o Noah? E essa a Emma - ela diz com um sorriso e eu fico estático.

- Você está bem? - ela fala franzindo o rosto.

- Ah sim, desculpa. Tem sido um dia longo - digo enquanto tento acalmar a Emma.

- Imagino. Eu posso entrar?

- Claro, entre. Desculpe a bagunça.

- Ah tudo bem, eu tenho três irmãos pequenos, sei como é, eu posso pegar ela? - Pergunta vendo a minha tentativa frustrada de tentar fazer ela parar de chorar.

Ela pega a Emma, cheira e a recosta contra seu copo, colocando a cabecinha dela no seu peito, embalando levemente perto da janela da sacada. Emma foi se acalmando até se render ao sono, foi inevitável ver na Amber a Carolina naquele momento.

- Senhor Johnson. - Diz chamando minha atenção, quando percebe que minha mente paira longe dali.

- Desculpa, parece que ela gostou de você. Vamos a entrevista?

Como era de se imaginar eu contrato Amber, durante os primeiros dias ela vem apenas duas horas e vejo o quanto ela é atenciosa e gentil com Emma. Na semana seguinte volto ao trabalho, e descubro que ser pai de menina é ouvir todo o dia uma piada com um tom de malícia de qualquer cara que tenha um filho homem. Por sorte eu sou Noah Johnson e qualquer brincadeira levava uma resposta a altura.

- Deixou de ser consumidor para ser fornecedor é? - Diz o gordinho do Rh.

- Não sei, sua mãe foi muito consumida por aí?

- Nossa ela é tão bonita. Tem certeza que você é o pai?

- Olha, tenho certeza que você não é, qual mulher vai querer abrir as pernas pra você?

- Hum... menina? Daqui a pouco a tua porta tá cheia de marmanjos.

- E a sua não? Só porque tem um menino, não significa que não vai ter uns barbados na sua porta.

- Nossa! Menina dá muito mais gasto, elas querem comprar tudo que veem.

- Sério? Nossa vou costurar um pênis nela, aí magicamente ela não vai ser uma vítima do sistema capitalista. Devia fazer isso com sua esposa também, muito mais econômico.

E depois de algumas patatas, eles desistiram.

A semana passou e a seguinte também, Emma estava prestes a completar dois meses e já destilava sorrisos encantadores. Ela parecia entender as coisas ao seu redor, menos é claro que devia dormir a noite.

Minhas madrugadas eram em claro, o máximo que conseguia era cochilos de 40 minutos seguidos, e eu tentei tudo, absolutamente tudo que o sr Google me recomendou sobre sono de bebês. A única coisa que parecia funcionar era levá-la passear de carro, ela capotava depois de 10 minutos e dormia por incríveis duas horas no bebê conforto, mas eu não podia deixá-la na garagem do prédio e o banco do motorista não era muito confortável para alguém com quase um metro e oitenta de altura.

Minha vida em pequenas Escalas  [COMPLETO]Where stories live. Discover now