30 - Love Song

2.2K 186 23
                                    


"In this life long love song

You can love right you can love wrong

In this love song you can love long

But if you love wrong it doesn't mean love's gone"


Vivemos dias incríveis juntos. Eu estava tão feliz que nem me lembrava mais do que tinha acontecido quando ele chegou e me viu jantando com o Ian.

As gravações em Londres tiveram fim na quinta-feira, mas o show dos Hanson seria no sábado, por isso voltaria para os Estados Unidos somente depois da apresentação. Resolvi me dar o resto da semana de "férias" e conhecer um pouco de Londres com o Taylor. Hugo voltou para Los Angeles e Mike ficou para me acompanhar.

Tínhamos dificuldade para visitar os lugares sem o assédio dos fãs e da imprensa. Pela primeira vez desejei ser apenas uma garota normal, viajando com o namorado. Imaginei como seria ter total privacidade para viver aqueles momentos com ele. Mas quando você namora o Taylor Hanson isso é impossível.

Os pais e os irmãos de Taylor chegaram na sexta-feira à tarde e ficaram hospedados no mesmo hotel que estávamos. Descemos para o nosso primeiro jantar em família. Eu estava nervosa. No Brasil, eu tinha acabado de conhecê-lo, mas agora eu era oficialmente a namorada dele e me preocupava com o que sua família pensava sobre mim.

- Mia é um prazer revê-la! – a mãe de Taylor me cumprimentou educadamente – Espero que vocês dois tenham aproveitado bem a semana juntos.

Taylor me olhou com um sorriso malicioso nos lábios. Realmente, tínhamos aproveitado bem aquela semana. Fiquei sem graça e acho que todos na mesa perceberam.

O nervosismo foi passando e comecei a me sentir mais a vontade. Gostei de ouvir as histórias de quando Taylor era pequeno e os irmãos dele também fizeram questão de contar muitas outras histórias embaraçosas sobre ele. Parecia um jantar normal em família.

Os pais dos meninos subiram para o quarto, mas nós quatro ficamos conversando por mais um bom tempo. Foi a primeira oportunidade que tive de me aproximar dos irmãos dele.

Zac era muito brincalhão e fazia piada de tudo. Era divertido conversar com ele. O clima ficava leve com a sua risada espontânea.

- A gente despachou o Taylor no aeroporto, porque ninguém aguentava mais a cara de velório dele. E agora olha pra ele! Parece um bobo depois de passar uma semana com você. Esse namoro de vocês está me deixando traumatizado! Não quero namorar não. – ele fazia umas caretas engraçadas e todos riam.

- Quando você se apaixonar por alguém a gente volta a conversar! – Tay respondeu para o irmão.

Ike era diferente. Muito educado e um pouco mais calado que os irmãos. Mas nós tivemos uma conexão instantânea. Gostávamos das mesmas bandas e líamos os mesmo livros. Ficaria uma noite inteira conversando com ele sobre essas coisas e não ia nem perceber o tempo passar. Ele se transformaria em um dos meus amigos mais próximos e queridos.

A cada cidade que chegavam, os meninos faziam uma maratona de entrevistas e começariam logo pela manhã. Achamos melhor subir e descansar.

- Eu estou feliz, Mia! Feliz de verdade! – já estávamos preparados para dormir, quando ele me puxou para bem perto dele - Um dia você será a minha família. Farei de você a minha esposa e te darei meu sobrenome. – ele falou sério.

- Tay... Estamos juntos há menos de um ano. Você não acha muito cedo pra falar essas coisas? – eu sorria, mas estava nervosa com a seriedade do assunto.

- É você e sempre será você... eu sei! Eu te prometo, Mia! Não vai existir ninguém além de você!

Eu acreditei nele. Acreditei com todas as minhas forças. E de todas as promessas que ele me fez e depois quebrou, aquela seria a que mais doeria. "Não vai existir ninguém além de você!"

...

No dia do show, acompanhei a maratona da banda desde a manhã. Achei muito cansativo, não sabia como eles conseguiam fazer aquilo por meses e meses seguidos, sem parar. Mas queria aproveitar cada segundo com o Taylor, pois sabia que ele seguiria para Tulsa e eu ficaria em Los Angeles cumprindo agenda de compromissos.

Fiquei impressionada com o esquema de segurança na casa de shows. A lista de acesso ao camarim da banda era extremamente restrita. Caminhávamos pelo corredor cercados de seguranças. Achei aquilo desnecessário. Até Mike se espantou.

- Desculpa, Mia! Tivemos um problema por falta de segurança no último show e meus pais exageraram dessa vez.

- Aconteceu alguma coisa grave? – perguntei preocupada.

- Invadiram nosso camarim e o Zac acabou se machucando. Mas conseguiram controlar a situação. – ele não parecia querer falar sobre aquilo.

- Se eu tivesse ido até Paris pra te ver no dia do seu aniversário não teria nem conseguido entrar no camarim pelo jeito.

- Você ia entrar sim. – ele parou de andar e me olhou - Mandei colocar o seu nome na lista de todos os shows. Sempre que quiser me ver, em qualquer lugar, você pode. Ia adorar que me surpreendesse assim de novo, me sinto um completo idiota quando me lembro do porque você não foi.

Aquele assunto ainda era delicado pra mim. Não gostava de me lembrar de como ele me tratou e das coisas que falou. Ainda machucava.

Todos estavam juntos numa enorme sala e se preparavam para iniciar o show quando Taylor pediu para falar comigo em particular.

- Quero que você fique ao lado do palco nesse show.

- Mas a movimentação é muito grande. Prefiro ficar com a sua família no camarote. - falei decidida.

- Quando eu estou no piano tenho uma visão da lateral do palco e quero te ver lá, Mia. – ele sabia ser bem mandão. Ia argumentar, mas ele me interrompeu.

- Por favor, Mia! – com aquele olhar ele sempre me convencia.

A energia no palco era algo impressionante. Eles dominavam o que faziam. Eram multi-instrumentistas e imensamente talentosos. Meu peito enchia de orgulho de vê-los ali, assim como no primeiro show que assisti no Brasil. Toda a rotina estressante e cansativa era compensada durante aquelas duas horas de total entrega. E o público correspondia à altura. Era incrível ver a interação deles com os fãs.

Zac e Ike saíram do palco e deixaram Taylor sozinho para a sua parte solo do show. Nessa hora, as luzes ficaram apenas sobre ele e pude ver quando seus olhos encontraram os meus. Ele sorriu e se voltou para o público.

"Essa música vocês não conhecem. É a primeira vez que vou tocá-la num show e espero que gostem de compartilhar esse momento comigo. Essa é uma música especial para uma pessoa especial".

Quando os primeiros acordes começaram, me arrepiei inteira. Era a minha música. A música que ele me entregou no dia do meu aniversário. Que me fez chorar todas as noites antes de dormir quando eu sentia a sua falta. Never let go. Eu amava aquela música e a emoção que ela trazia em sua letra. Amava o jeito que ele cantava e a intensidade em sua voz. Nem tentei evitar as lágrimas que caíram incessantemente no meu rosto. 

Se eu pudesse te esquecer... (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now