26 - Fire On The Mountain

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"We build our ivory towers to protect us from the flood

A fleet of vessels made of wood so they won't rust

But can we see the bottom of the bottle when we start to drink?

There's fire on the mountain fire and it's coming our way"

- Eu não consigo parar de pensar em você! Não consigo dormir! Por que você faz isso comigo Mia? – ele nem me esperou dizer alô.

- Você ligou pra continuar discutindo comigo Taylor? – perguntei ao ouvir aquelas palavras.

- Eu não quero discutir mais com você por causa dele. Mas eu tenho tanto ciúmes e isso é... isso é novo pra mim. Nunca me senti assim antes. Não sei como lidar com isso! Com esses sentimentos fervilhando aqui dentro! O que você fez comigo Mia? – ele parecia agoniado.

- Tay... – eu ia responder, mas ele me interrompeu e continuou.

- Não Mia... Eu preciso falar... Não liguei pra discutir, liguei pra te dizer que eu sinto tanto a sua falta que chega a doer. Meu corpo sente tanto a falta do seu que eu perco até o fôlego! – ele parou de falar por um instante e respirou fundo - Essa distância me deixa perturbado. Eu preciso de você.

Já estávamos longe um do outro há quase três meses e o relacionamento a distância era muito mais difícil do que eu imaginava. Eu sentia tanto a falta dele...

- Taylor me escuta... presta bem atenção no que vou falar. – precisava fazer com que ele entendesse – Eu sou perdidamente apaixonada por você. Você despertou em mim um amor tão forte que nem sei se isso é normal! E, por mais que eu tente descrever esse sentimento, nunca vou conseguir traduzir em palavras tudo o que eu sinto por você!

Eu nunca havia me declarado daquela forma. Senti todo aquele amor que tinha por ele tomar conta de mim e continuei.

- Tay... mesmo com essa distância que dói como o inferno, você tem tudo de mim. Você tem razão quando diz que eu sou sua. Porque eu sou... eu sou completamente sua. – senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto enquanto entregava meu coração pra ele naquelas palavras.

- Mia... eu queria tanto estar ao seu lado agora, olhar pra você, te tocar... – a angústia em sua voz havia desaparecido e eu percebi que ele estava emocionado.

- Faltam poucos dias Tay! – meu coração sofria com a saudade.

- O tempo está passando tão devagar... Eu fico maluco com isso! Quero te olhar nos olhos, sentir o seu cheiro, tocar os seus cabelos... te fazer minha de novo. Ah Mia você não tem ideia das coisas que quero fazer com você... – falou com aquela voz rouca e cheia de desejo.

Senti um arrepio pelo meu corpo só de ouvi-lo falar aquelas palavras, imaginando ser tocada por ele novamente.

Antes de nos despedirmos, passei as informações do hotel em que estava hospedada e do local das gravações do filme. A banda faria uma maratona de entrevistas e coletiva de imprensa assim que chegasse a Londres, apenas um dia antes do show. Então eu sabia que só conseguiríamos nos ver à noite no hotel.

Era difícil me concentrar no trabalho sabendo que em breve o veria de novo. Precisei regravar a mesma cena diversas vezes por causa disso.

- Está tudo bem Mia? – Ian me questionou depois que errei a fala pela milésima vez e o diretor gritou para cortar – Você parece distante! Aconteceu alguma coisa?

- Estou bem sim, Ian. Só um pouco cansada. – menti. Só o que me faltava era ter que dar satisfação pra ele.

- Você precisar relaxar um pouco. Podemos sair pra tomar alguma coisa depois que encerrarmos por hoje, o que acha?

- Acho melhor não.

- Somos amigos não somos? Então! É só um encontro entre amigos. – ele sorriu.

Nós não éramos amigos, não chegávamos nem perto disso. Eu apenas o tolerava. Aprendi a conviver com aquele jeito arrogante dele, de quem está acostumado a ter tudo o que quer. Mas a mim ele nunca teria. Eu pertencia a outra pessoa.

- Mia podemos apenas comer alguma coisa saindo daqui? Conversar um pouco? Eu insisto! – ele realmente era insistente.

- Tudo bem, Ian. Estou mesmo morrendo de fome. – aceitei mais para ele parar de me amolar e me deixar em paz.

- Combinado! – deu uma piscadinha pra mim.

Finalmente consegui terminar todas as cenas do dia e estava exausta. Queria voltar correndo para o hotel, telefonar para o Taylor e ouvir aquela voz que eu tanto amava e depois dormir profundamente esperando que o tempo passasse depressa até encontrá-lo de novo.

Mas Ian já me esperava impaciente e eu decidi acabar logo com aquilo.

- Podemos comer no restaurante do hotel mesmo? Eu prefiro! Assim posso subir cedo para o quarto e descansar. – falei.

- Sem problemas Mia! Eu passo no seu quarto às 20h!

- Eu te encontro no restaurante às 20h, Ian. Não tem necessidade de passar no meu quarto. – respondi revirando os olhos.

- Sem problemas, honey! - detestava quando ele me chamava assim.

Tomei um banho demorado e relaxante. Toda vez que estava no chuveiro era impossível não me lembrar do banho que tomei com o Taylor em São Paulo. Suas mãos percorrendo cada centímetro do meu corpo enquanto ele me ensaboava... eu ainda conseguia sentir o seu toque... "Meus Deus, esse garoto me tira do eixo, me deixa louca".

Telefonei para o celular do Taylor antes de sair para jantar com o Ian, mas estava fora de área. Resolvi descer logo e tentar novamente mais tarde.

Escolhi uma roupa simples, pois não queria que Ian tivesse uma impressão errada do que significava aquele jantar. Estava com uma calça jeans escura, uma blusa preta e um salto alto da mesma cor. Sequei os cabelos e caprichei na maquiagem, pois estava com a expressão cansada e não queria que ninguém me visse assim. Um dos meus muitos defeitos é ser vaidosa demais. Do tipo que gosta de se maquiar para ir à padaria.

Ian já me esperava em uma mesa reservada no canto mais discreto do restaurante e fiquei aliviada de vê-lo vestido de forma casual também. Apenas um jantar entre amigos.

- Você está linda. – falou enquanto seus olhos desciam pelo meu corpo, me deixando constrangida.

- Obrigada! – respondi secamente e sentei sem fazer nenhum comentário sobre a sua aparência.

Queria comer logo e sair correndo dali. Não me sentia nada confortável com a situação e me arrependi de ter aceitado o convite. Ele forçava demais a barra! Tentava me impressionar com as suas histórias e com os bens materiais que possuía. Sentia tédio e não prestava muita atenção em nada do que ele falava. Somente sorria e concordava.

Meu pensamento viajou até o Taylor... Como eu queria que fosse ele ali comigo. Tenho certeza que tédio seria a última coisa que eu estaria sentindo. Ouvi uma voz chamar meu nome. Aquela voz. E quando olhei para o lado, achei que a visão dele ali, parado em frente a mesa, fosse fruto da minha imaginação. Mas não era. 

Se eu pudesse te esquecer... (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now