Se eu pudesse te esquecer... (CONCLUÍDA)

5 - Weird

Pegamos um voo bem cedo, por isso o aeroporto estava vazio e foi mais fácil do que das últimas vezes. Sem confusão e aglomeração. Agradeci a todos os santos pela oportunidade de poder caminhar olhando pra frente e conseguir respirar. Passei em frente a uma loja de CDs e livros e entrei.

- O que você está procurando, Mia?

Eu olhei para Hannah, dei um sorriso, mas não respondi. Estava com vergonha de falar.

- E..u. Eu quero comprar os CDs dos Hanson. Já que vamos ao show. Quero conhecer as músicas.

- Que ótima ideia, menina!

Ela se empolgou toda e saímos da loja cada uma com seus CDs. Middle of Nowhere e This Time Around.

- Onde vamos pegar o táxi? – perguntei preocupada.

- Eu achei melhor alugar um carro, assim ficamos mais a vontade. – Hannah deu uma piscada pra mim, mas logo olhou para os dois armários ao meu lado.

Hugo achou melhor outro segurança além do Mike me acompanhar. Acho que seu nome era Cláudio. Mas também não fiquei puxando muito papo. Queria mesmo era chegar logo ao hotel. Hannah só precisava ir para a Globo no sábado, então tínhamos toda a sexta para curtir o hotel e a praia. Só de pensar nisso me sentia realmente como uma adolescente.

No carro não conversamos muito, pois a presença dos dois seguranças era intimidadora. Aproveitei e coloquei o primeiro CD no discman que trouxe na bolsa. Relaxei olhando a paisagem. De repente, eu ouvi aquela voz. Não sei explicar até hoje o que senti naquele momento. A voz do Taylor me reconfortava de alguma forma. Eu senti as lágrimas escorrerem enquanto escutava a música Weird.

"Não é difícil? Ficar na chuva...

Você está a ponto de ficar louco e seu coração está doendo

Ninguém pode te ouvir embora você esteja gritando muito alto

Você se sente sozinho no meio de uma multidão sem rosto

Não é estranho como todos

nós nos sentimos um pouco estranhos às vezes?"

A letra da música mexeu comigo e senti como se ele estivesse cantando pra mim. Se naquele momento alguém me contasse tudo o que ainda ia acontecer entre a gente, e falasse de todas as vezes que ele realmente ia cantar pra mim, eu não teria acreditado. Fechei os olhos e senti sua voz bem fundo, dentro de mim. Falando comigo. Me tocando. Como ele ainda faria tantas vezes.