Capítulo Especial

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[Eu demorei pra postar porque tinha umas coisas que precisava ver no capítulo e, bem, ele ficou bem grande. Pensei em dividir em dois, mas mudei de ideia. Ele antecede o final da história, há revelações preciosas nele. Capítulo que vem o pau vai comer solto! Tá todo mundo condenado nessa bagaça, jovens. Boa leitura pra vocês e obrigada pelos comentários maravilhosos, BeckyLincoln_018 minha melhor faadinha! Napaula_ diva! JaneNariel anjinha. Não surtem muito, guardem os infartos pro capítulo que vem hahaha. Sem mais delongas...]


Li Tong Dao

Por mais que os médicos insistissem em me tranquilizar alegando que o perigo havia passado, não havia uma maneira de alcançar a paz quando minha filha havia acabado de sofrer uma parada cardiorrespiratória e eles por bem pouco não a perderam. Ela estava desacordada há dois dias, respirava com a ajuda de uma cânula e os batimentos cardíacos estavam muito abaixo do normal. Segurava sua mão, o susto que tivera minutos atrás me deixara trêmulo, seu corpo começou a sacudir e ela simplesmente parou de respirar, os níveis cardíacos desceram até o zero, a equipe médica lutou por longos sete minutos para trazê-la de volta.

— Ka Hua... Wǒ qiú qiú nǐ huílái. — Beijei sua mão gelada lutando contra as lágrimas. — Wǒ xūyào nǐ.[1 Ka Hua, eu te imploro paravoltar, eu preciso de você.]

Uma lágrima desceu pela sua têmpora, os olhos comprimiram-se e seus dedos se moveram por um instante. Um grito de esperança ecoou dentro de mim e pus-me de pé pronto para acionar os médicos, até então ela não dera sinais de consciência e temiam que entrasse em coma, caso acontecesse o quadro se tornaria imprevisível. Seus olhos se abriram e o alívio foi como um bálsamo sobre mim.

— Ka Hua? — Chamei seu nome, os olhos se moveram na minha direção e ela fitou-me por um momento sem dizer nada, as lágrimas avolumaram-se e um choro copioso e desesperado sacudiu-lhe o corpo frágil. — Wǒ de ài, Nǐ juédé tòng ma?[2 Meu amor, você sente dor?]

Foi quando ela gritou. Um grito desesperado e aflito que me rompeu o coração, apertei várias vezes o botão da emergência enquanto tentava acalmá-la sem sucesso, não entendia o que estava acontecendo, ela parecia em choque, os gritos enchiam o quarto e seu choro desesperado parecia sem consolo. A equipe médica entrou apressada e começaram a examiná-la aos atropelos, o médico cuspia perguntas que ela parecia não ouvir, era como se estivesse sendo consumida por uma dor horrível e me perguntei se havia tido uma nova visão, naquele estado seria realmente devastador. Por fim, sedaram-na e aos poucos seu corpo foi se acalmando e os gritos cessaram.

— Não posso dar um parecer preciso com base nesse comportamento, precisamos ver como ela reage quando acordar novamente. — Explicou-me o médico, seu rosto denotava preocupação. — Desconfio que possa ser um efeito de estresse pós-traumático, mas como dito é cedo demais. — Virou-se para uma das enfermeiras. — Fique de plantão. Chame imediatamente quando ela recobrar a consciência.

— Sim, doutor. — Assentiu ela. — Senhor Li, por favor, espere lá fora.

Não era permitida a permanência na UTI, contudo comprei uma briga com o médico para permanecer ao lado dela, mas naquele momento temendo qualquer tipo de complicação, acatei a ordem da enfermeira e saí observando-a pela parede de vidro do lado de fora.

Olhos Vazios ✔ [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora