Capítulo XI

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Quando eu acordei, já estava dentro de um carro, e mais dois caras ao meu lado no banco de trás do carro. Bocejei um pouco, meu bafo estava podre, mais podre que lavagem de porco, nem me lembro a última vez que havia escovados os dentes ou tomado um bom banho.

- Ele acordou, Jun? - O motorista perguntou.

- ¿No está viendo él con los ojos abiertos? ¡Su mierda! - O cara ao meu lado respondeu grossamente, mas não entendi nada a não ser o final, em que ele chamou o outro de merda, de resto, o que eu estava ouvindo era barulhos.

Ficaram todos calados, mas estava muito calor, e num aperto daqueles, só piorava. Estar quase no deserto, é horrível. Olhei para a janela, e não vi os outros carros de antes, estava só nós indo por aquele destino. Limpei a testa com minha mãe, mas não adiantava de nada, continuava suando que nem uma cachoeira. 

O rádio estava ligado, e de vez em quando dava algumas falhas nos sinais, não sei como ainda não havia desmaiado, quando passou pela minha mente desmaiar, eles pararam o carro, havia uma casa bem perto, que eu nem havia percebido.

- Chegamos.

- Finalmente! - Falou o que estava no banco do passageiro e se apressou a sair.

Abri a porta e também sai, quando senti um pouco da brisa gelada em meu rosto, pude respirar mais calmo. Ainda bem! 

O que estava no banco do passageiro e os outros dois ao meu lado, sairam juntos e foram em direção à casa, enquanto o motorista olhava a bateria do carro. Já estava escurecendo, mas só de não estar mais preso dentro de um carro, o meu sorriso se abria.

Andei lentamente até onde o motorista estava e fui ver a bateria com ele, estava muito ruim. Já havia trabalhado como mecânico, ajudando um vizinho meu, e em troca, ganhava alguns trocados o suficiente para eu comprar meus materiais da escola e uma comida boa algum dia na semana.

- Vá para a caso com eles, me deixe aqui! - Falou.

- Cara, posso te ajudar. Já trabalhei como mecânico, sei bem... 

- Saia daqui! - Ele brigou novamente.

- Olha, tá vendo essa parte aqui? - Falei indicando.

- Sai daqui! - Ele bateu em meu braço. Fiquei de cara fechada e apenas caminhei lentamente até a casa. Gente chata assim  não precisa e também não merece ajuda.

SUPREMOS - ContosWhere stories live. Discover now