Prólogo

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Olhei todos aqueles guardas que estavam em minha volta, ainda era assustador aceitar minha realidade atual, só por causa de um pequeno deslize meu, fui pego com heroína, mais merda... Estava apenas comemorando mais um ano que eu estou vivo e não acabei por cortar meus pulsos, já que minha vida ia de mal a pior, poderia até listar meus problemas que só aumentavam.

1 - Preso. Eu estava preso de todas as formas tanto mentalmente como fisicamente, mesmo eu já tendo assumido minha homossexualidade, minha família não aceitava este fato e queriam me levar para uma espécie de acampamento de cura gay foi aí que eu decidi sair de casa e me afastar deles.

2 - Traído. Fui traído por quase todos que me cercavam inclusive meu namorado que gravou cenas de sexo entre ele e meu melhor amigo, Jake e Eliott respectivamente. Por fim, Eliott era a pior pessoa de todas, e mesmo que servisse para eu descobrir as cobras que os dois eram... Aquilo me doía muito. Jake era uma espécie de surfista que encantava todos, com seu cabelo loiro e sua pele bronzeada com um sorriso encantador ele encantava qualquer um e principalmente com suas cantadas, mesmo que elas sejam bregas. Eliott trabalhava em uma boate como stripper, então ele tinha truques para convencer, com olhos castanhos e um cabelo verde que chamava atenção, foi assim que o conheci, não esperava que ele fosse uma cobra.

3 - Desempregado. Fui despedido do trabalho de assistente administrativo de uma pequena lanchonete após uma explosão de nervos no mesmo minuto em que vi o vídeo da transa entre Jake e Eiliot.

4 - Solitário. Não tinha quase nenhum amigo e agora que estava na cadeia, provavelmente não restará algum definitivamente. Meus amigos da faculdade, quase nem eram amigos, pois eu tinha pouco contato com eles, e após trancar minha faculdade, de publicidade, meu contato, com eles, foi extinto por completo.

- Senhor? Responda, por favor. - Falou o guarda que estava no computador em minha frente enquanto eu estava perdido em um mar de pensamentos. 

- Ahn? Que foi? - Falei. 

- Qual o seu nome completo? - Perguntou inexpressivo com seus olhos fixos em meus olhos. 

- Hiago Abrahão Nogueira. - Respondi. 

Depois desta pergunta, não olhou bem pra os lados. Talvez porque após saber meu nome, era só dar um clique para ter todas minhas informações naquele computador e finalmente me prende em uma cela onde tinha gente que cometeu crimes piores que eu, mas diferente deles eu assumo que estava portando heroína mesmo e para usar. 

Após uns minutos, outro guarda se aproxima e segura o meu braço, e me leva a uma sala vazia só há uma luz que clareia toda a sala. 

O guarda me encarou quando disse: 

- Tire a roupa. - Ele falou ríspido. Este novo guarda tinha uma postura máscula e seu cabelo loiro e a pele branca, com dentes incrivelmente brancos também. Seus olhos verdes davam destaque no seu rosto. 

Depois de uns segundos parado e sem saber o que fazer, eu percebi que ele estava com um traje cinza em seus braços. 

Obedecendo ao que ele havia me dito, eu comecei a tirar toda minha roupa que estava usando. Se outra pessoa estivesse no meu lugar deveria ter uma dificuldade a mais de ficar nu em frente de outra pessoa que não tem nem um pingo de intimidade. 

Me revistou e olhou até em meu ânus não sei como uma pessoa acha isso tão simples e normal a ponto de fazer isso todos os dias. 

- Se vista - Ele falou estendendo os braços com o traje cinza. Acabei por ver que era uma blusa cinza e uma calça bege. - Rápido. 

Ele saiu da sala e foi como se meu corpo desmoronasse no chão. Eu estava acostumado vendo pessoas ao redor de mim sendo presas já que desde que eu sai de casa eu fui morar no gueto da cidade, quase todos os dias alguém da vizinhança estava sendo detido por posse de drogas, tráfico ou assassinato, mas não imaginei que um dia fosse eu que seria detido. 

Respirei brandamente e levantei-me com o objetivo de vestir logo aquelas roupas e começar a contar dia por dia até completar os cinco meses que eu teria que aguentar ali perto de tantos assassinos traficantes e ladrões. 

Vesti a calça e a blusa, não demorei mais que um minuto, havia ficado completamente cafona. Abri a porta e ele me olhou, rapidamente me prendeu com as algemas. 

Depois de um tempo andando pela penitenciária, ele abriu uma porta. Dava em uma sala com camas beliche e nela havia diversos homens era ali que eu ficaria. Durante cinco meses.

SUPREMOS - ContosWhere stories live. Discover now