Capítulo I

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Amanheceu mais uma vez, e eu acordei ainda sem noção de como eu faria para sustentar aquela criança que teria com a Kristaly. Ela era muito burra ou o quê? Ela sabia que eu era homossexual, e mesmo assim quase que me forçou a transar com ela, quando eu percebi já estava sem calças, e sem dignidade também, pois estava pensando em cair fora dessa situação, não queria ser o culpado de uma pequena criança vir a se tornar uma pessoa ruim ou algo assim, pois eu tinha certezas, que ela passaria muita necessidade. Kristaly e eu nos conhecemos desde criança e ambos passaram fomes, não ia ser a criança de dois fudidos da vida que não passaria.

O que me impedia de cair fora, era o pai dela... O pai de Kristaly, o Sr° Vinci, como ele queria ser chamado, era responsável por vender mais de 50% de todas as drogas daqui da cidade, então se ele ao menos soubesse que sua filha estava grávida sem nem se casar, eu já estava fudido, imagina eu tendo a abandonando-a, aí que eu estaria morto mesmo, pois ele iria me procurar até o inferno!

Estava na casa da minha vó, era o único lugar onde eu me sentia em paz, já que a casa dos meus pais sempre estava cheio de brigas e de drogados. Meus pais eram viciados em drogas, também. Quase que me vicio também, se não fosse por causa de uma professora que me fez questão de mostrar a realidade do mundo, e como eu teria que seguir para sair da vida lascada. Sempre que eu chegava em casa, meus pais ofereciam até agulhas para usar heroína, sempre negava. Não gostava nem de ir naquele banheiro com medo de pegar alguma DST.

Levantei-me e sai do quarto, estava apenas com uma calça leve, abri a porta e fui em direção a cozinha, não encontrei minha vó, ela sempre estava na cozinha.

- Vó? - Chamei.

Procurei em seu quarto, ela não estava. A casa estava muito silenciosa, fui até a sala e encontrei o Sr° Vinci com dois de seus capangas, ex-amigos meus. O Roger e o Johann, também foi amigos desde criança, a diferença entre eu e eles, é que eles preferiram seguir o mundo do crime, eu quase que também ia seguir, mas preferia não me arriscar tanto. 

- Cadê minha vó? - Perguntei.

- A moça está atrás da vó? - Vinci falou com um charuto em seus dedos e deu um sorriso amarelo.

Aquele cara era horrível, não sei como teve uma filha tão bela quanto Kristaly que eu a considero legal, mas sua atitude foi indesejável para mim. Muitos e muitos caras pagariam milhões pra ficar com ela, mas não... Ela preferiu ficar comigo, um fudido da vida.

- Eu soube do que fez com a Kristaly.

- Não a bati, não a furtei. Por que ainda está aqui? - Falei tentando me manter por cima, mas sabendo que em segundos o Vinci iria vir pra cima de mim me enforcar.

- Mas tirou sua dignidade... - Falou. - E sabemos o que isso significa no gueto.

- Sei, sei muito bem o que essa porra significa. Quer matar? Mate logo. Mas não mate uma idosa com mais de sessenta anos que não tem a mínima noção do que está acontecendo.

- Te matar? Por que eu te mataria? Vim lhe parabenizar, ela me disse que vocês vão se casar, próximo mês mesmo, não era isto? - Ele levantou-se e encostou sua boca perto de meu ouvido, achava que ele iria me bater. - Se tem uma coisa a me contar, conte-me logo. - Sussurrou baixinho.

Ele olhou para mim com olhos sinistros e eu apenas neguei um não com a cabeça.

- Aqui está as alianças, entregue a ela. - Ele me disse e entregou a caixinha das alianças em minha mão. - Vamos... - Ele saiu de lá rapidamente com um belo carro prateado, nem sei de qual marca é. 

Fiquei olhando fixo para o nada.

- Meu filho, sai daí, faz mal, você pode pegar alguma doença. - Minha vó falou atrás de mim, virei e ela estava com um grande sorriso.

Fui até ela silenciosamente e guardei a caixinha em meu bolso antes que ela visse.

- Onde estava? - Perguntei.

- Ajudando seu vô na fazenda... 

A rádio estava ligada, sentei na mesa e fiquei escutando enquanto minha vó fazia algo para comermos.

Há um novo maníaco na cidade... Cinco pessoas já foram encontradas mortas ao redor da cidade e todas aparecem com um sinal estranho no peito...

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Oi amorecos, tudo bem com vocês? Espero que sim! Não se esqueçam de votar neste capítulo e de me seguir, tá? Vai me ajudar bastante isto, não apenas eu como o livro também, que ajuda muito a divulgação da inclusão LGBT nos livros, aqui tem personagens de todas as raças, religiões e tudo, espero que me apoiem nesta longa caminhada que eu sei que trilharei. Beijos! <3 Amanhã tem capítulo novo, e não se esqueçam de me dizer o que vocês estão achando. 

SUPREMOS - ContosWhere stories live. Discover now