Capítulo VI

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Sr. Vinci apenas foi embora e disse pra eu nunca mais aparecer na cidade, que eu ficaria livre de suas garras, então eu precisaria cumprir isto. Mas eu estava no meio do deserto sem nada e sem ninguém, seria foda sair nesse sol quente a pé e sem nada no bolso, já que ele não fez questão nem de me dar um pouco de dinheiro, agora eu teria que me virar sozinho para viver.

Primeiro fui no banheiro, e passei um bom tempo me olhando no espelho. Para onde foi minha juventude? Para onde foi minha felicidade e o meu desejo de viver? Queria saber... Já não me sentia mais vivo há anos e anos, e agora, muito menos, eu precisava encontrar um motivo para viver, se eu não ia muito longe, eu só tinha preocupações na cabeça, e essas preocupações me fodiam toda vez que acordava, preferia sonhar e sonhar a viver esta realidade, a falsa realidade da felicidade em que nos impõe como se fossemos realmente felizes, mas somos apenas produtos de um capitalismo desenfreado que faz com que seguissemos tendências. Eu não queria seguir uma tendência, eu queria ser eu, e nada mais, não queria ser um alienado da vida.

Estava pelado naquela casa, no meio de deserto, eu devia ficar lá? Mas onde eu arranjaria comida? Tinha que ficar bem longe daquela cidade, pelo Sr. Vinci, e também por causa que matei meus pais, isso que era foda. Nunca tive uma imagem deles desde criança como sóbrios, eles sempre estavam bêbados e drogados, e o dinheiro que eu tinha não era muito. 

- Olá. - Ouvi uma voz roca e a porta rangendo ao ser aberta. 

Virei-me com medo e vi um cara branco com a cabeça raspada, olhos esverdeados e um sorriso de maníaco. Em sua cabeça, vi a tatuagem com um símbolo estranho.


SUPREMOS - ContosWhere stories live. Discover now