Capítulo VII

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– Na prisão temos cinquenta companheiros, pelo menos na nossa sala, é dividida em quatro salas, e cada tem cinquenta. Conheço alguns de outras salas, mas raramente nos vemos, mas enfim, vou te apresentar a cerca de dez a vinte, o resto, eu pouco falo e você vai falando com eles com o tempo.

Fiquei calado.

– Bora? – Perguntou.

– Bora. – Falei.

Começamos a andar, e agora a prisão pareceu um pouco maior do que antes, não sei como... Fizemos a primeira pausa, tinha cerca de cinco homens, quando nos aproximamos, todos eles viraram os olhos para nós. Tinha um com os olhos claros que estava em cima da cama, seu sorriso era lindo, ele era branco, dava pra perceber que ele era bastante alto, e não era muito musculoso, mas era lindo. Seus olhos estavam fixos no meu, dei um sorriso bastante tímido e envergonhado, cobri o sorriso com a mão, e depois percebi que Evan estava me observando, provavelmente esperando eu me apresentar, mas como ele tinha certeza que eu não faria isso, ele saiu na frente e começou a falar.

– E aí rapaziada. – Falou. – Já vi que perceberam que ele entrou na prisão. E eu queria apresentar ele a vocês.

– Carlen, mas pode me chamar de Caveira. – Apresentou um que estava jogando cartas com o que estava me olhando. Fiquei pensando o porquê de ele ser chamado de caveira, mas depois vi que ele tinha uma caveira em seu pulso quando ele estirou o braço para me cumprimentar. Este é o Ringo, apontou para o que estava me olhando e que agora estava conversando por troca de olhares com o Evan. E esses três... É o Vladimir, Urânio, e Cruna. Apontou para os restantes que estavam lá.

Todos eles eram brancos, Vladimir era o único que não tinha olho claro ou alguma tatuagem. O restante, todos tinham muitas tatuagens pelo corpo e tinham olhos claros, mas o sorriso de todos eram bastante bonito, estirei a mão para todos para cumprimentar e todos sorriam para mim e me cumprimentavam também. Nada estranho.

– Espero que vocês possam construir uma confiança e lealdade aqui. – Evan falou.

– Se ele for tão legal quanto a bunda dele, pode deixar que sim. – Urânio falou e eu fiquei morrendo de vergonha, por que nem o Evan falou nada, todos ficaram rindo ali.

– Com minha bunda, faço magia, mas para certas pessoas a magia não funciona. – Retribui o comentário.

Todos ficaram calados, meu comentário não teve graça, e eu estava pagando um mico ali. Odeio quando pago mico.

– Vamos, cara? Depois você vem aqui. – Evan perguntou com a voz ríspida e olhando com a cara de desconforto para mim e estirando o braço em meu ombro.

– Vamos. – Revirei os olhos, ele estava me tratando como uma criança ali. Não gosto de pagar mico e de ser tratado como criança. O dia já estava no limite, e não era nem a metade dele. Infelizmente.

Saímos dali de perto, e todos deram uma risada estrondosa que, claro, deu pra ouvir.

– Não liga, vou te apresentar só a dez mesmo, só falta mais cinco. Eles gostaram bastante de ti. – Falou.

– Antes... Você vai me contar por que cada um foi preso. Certo? – Falei.

– Cruna, Urânio e Caveira são irmãos, eles conheceram Ringo e Vladimir no meio da vida, e todos tinham o objetivo de serem ricos, mas a vida não deixa uma pessoa vencer assim tão fácil, então eles decidiram começar a roubar, cada roubo fazia com que eles se sentissem melhor, então isso se tornou tipo um vicio, por que eles sentiam que cada vez estavam mais ricos, mas eles continuavam os mesmo fodidos de sempre, em um assalta a banco eles foram presos, mas não respondem pelos crimes anteriores, só a esse assalto ao banco mesmo, sorte a deles, pegaram quinze anos.

Não sabia o que comentar. Então eu apenas não falei nada.

– Agora vamos a esse outro grupo, eles são mais animados e são um pouquinho mais criminosos, mas deixa te contar logo por que eles foram presos. É Controlla, Blumer, Cunner, Syna e o mais famoso mexicano da prisão, Pablo Herrera. Eles eram uma gangue de assassinos de aluguel, e o resto da história você já sabe, se envolveram no assassinato de um politico, e acabaram presos.

Andamos um tempo, e eles estavam no refeitório, então aproveitamos e pegamos logo nossa comida também, sentamo-nos à mesa dele, e antes de o Evan falar, um deles interrompeu.

– Controlla, a seu dispor, baby. – Cumprimentou com uma cantada, o que fez todos rirem, acho que invés de pessoa mais disputada daqui, eu era a pessoa que o povo mais debochava, bem fácil.

Todos da mesa eram negros e carecas, pareciam até irmãos, era difícil de imaginar eles com uma arma e matando alguém, mas todos nós temos nossas surpresas, né?! É a vida...

Eu gostei desse grupo, foi o que eu me senti mais próximo, passamos um bom tempo conversando, e isso me fez me sentir incluído, por fim, depois que vimos que já demoramos, eu e Evan saímos da mesa e voltamos para o dormitório, deitei na minha cama e passamos um bom tempo conversando também.

– Gostou de hoje? – Perguntou.

– Gostei. – Falei.

– Então você me deve uma coisa. – Falou misterioso levantando-se da sua cama.

– O que? – Perguntei.

– Um beijo. – Rapidamente, ele pressionou minha cabeça, e me beijou apaixonadamente.

SUPREMOS - ContosWo Geschichten leben. Entdecke jetzt