Capítulo 11 - A Sala 7

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A... i...

Cabeça...

Dor...

Meu olho ta doendo...

É um pesadelo?

Fica difícil abrir os olhos com essa claridade...

Mas eu abri. Piscando até não poder mais, mas...

— Bom dia, finalmente acordou..

Essa voz... Eu conheço...

— Anh... Lírian?! – arrisquei – Não consigo ver.

Tentei coçar os olhos, mas minhas mãos não me obedeceram... Por que eu não consigo me mexer?

Passos... Ela estava andando...

Droga de claridade... meus olhos estão ardendo. E eu quero coça-aaar!

— O que está acontecendo? Lírian, onde é que eu to?

— Na Sala 7.

— Que Sala 7? – eu tentava me soltar. Consegui perceber que estava numa cadeira...

Certo, acalme-se, Sarah... – Li, por favor, a piada acabou, me solta...

— Não, Sarah. Nós precisamos conversar.

Como é que é? Seu tom de voz não era dos mais convidativos...

— O quê? – pisquei mais vezes para tentar umedecer os olhos.. – Lírian, me solta que a gente conversa o que você quiser. – meus olhos estavam começando a colaborar.

Eu disse começando.

— Sabe, Sarah. Você me intriga... anda comigo aqui na escola, anda às escondidas com aqueles... aqueles... [INSIRA AQUI UM ADJETIVO OFENSIVO]... Afinal de contas, de que lado você está?

— Lado? – do que ela estava falando?

Ah, bom... estou começando a me acostumar... Nossa, esse borrão escuro é a Lírian?

— É, Sarah. De que lado você está? Com quem você quer andar? Acha que eu não sei dos seus encontros clandestinos com o Lixo?

— O quê? – Mas do que essa doida está falando, afinal?

Ai, meus olhos...

— Bom, Sarah. Eu tentei. Te alertei sobre eles, e deixei bem claro o meu desagrado em relação àquela gentalha.

— Lírian, eu não consigo ver direito...

Só via manchas. Acredito saber quem ela era, porque era a única mancha que movia.

— Não terminei de falar! – nossa, ela parecia zangada mesmo. – Eu confiei em você, Sarah. Acreditei. Não acredito que todo esse tempo você mentiu pra mim.

— Mas do que RAIOS você está falando? – MAS QUE DROGA DE CLARIDADE! Nunca imaginei que piscar fosse algo tão cansativo, mas pelo menos o foco estava voltando. Dava para perceber que ela estava usando um vestidão. Acho que era indiano, sei lá... que roupa estranha.

AI!!!

Alguma coisa acertou meu rosto com força, ai...

Ela me bateu...

ELA ME BATEU?!?

— PERAÊ, o que foi isso?

— Isso não é nada comparado ao que você merece, Sarah.

— Mas o que foi que eu fiiiiz?!? – eu me remexia na cadeira que pulava junto comigo.

Fechei os olhos mais uma vez, com força e os arregalei algumas vezes... já estava começando a lacrimejar e eu já conseguia ver algumas formas mais definidas... Aquela coisa ali parecia uma mesa e... Aquilo ali... por que ela teria um sarcófago?!

— AI! – Ela me bateu de novo. – QUAL É, LÍRIAN?

— ACHA QUE EU NÃO SEI DAS SUAS REUNIÕEZINHAS SECRETAS COM AQUELES DESPREZÍVEIS?

— MAS DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO??? – eu já estava começando a perder o pouco de paciência que eu tinha. Desembucha logo de uma vez, caramba.

— Não se faça de santa, Sarah. Sei dos seus passos. Sei das suas intenções. Mas eu perdoei você, Sarah. Porque é ingênua e altamente influenciável. Você caiu na conversa do Davi e dos amigos dele...

Epa... Como é? Repete...

— As reuniões para falar de mim ou de mais algum inútil que sumiu daqui...

Eu prendi minha respiração... Aimeudeus...

— Lírian... – minha voz saiu sufocada, ou pelo menos eu acho que saiu...

— Eu perdoei você Sarah, porque eu não queria te envolver nisso... Mas você tinha que estragar tudo MENTIDO PRA MIM! VOCÊ É UM DELES!

Abaixei a cabeça e fechei os olhos com força para tentar fugir da claridade. Pisquei com força várias vezes.

— Mas que droga Lírian. Do que você está falando? – Quando abri os olhos já conseguia focar os meus joelhos. Eu estava realmente amarrada a uma cadeira...

— Que você não merece estudar nessa escola, Sarah...

Eu olhei para ela, a vi vestida com uma túnica escura e uma maquiagem pesada. Então senti o sangue fugir, não só do rosto, mas do corpo todo, junto com a minha alma, quando vi o que estava atrás dela... Aquilo não era uma mesa comum; era uma mesa de tortura medieval suja de sangue... E não havia um sarcófago. Aquilo era uma Iron Maden.

Instituto Athenas (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now