Instituto Athenas (EM REVISÃO)

CAPÍTULO 09 - DANDO INÍCIO AO "PLANO B"

Eu fiquei quieta o caminho todo de volta para casa quando MD me levou mais cedo.

Acabou que nem fomos ao cinema. Meu ânimo havia acabado por causa daquele menino insuportável. Como a Bárbara aguentava ele, afinal?

Já havíamos parado em frente de casa, quando MD segurou a minha mão.

— Sarah... Não consegui falar tudo o que eu queria na reunião.

— O que foi? – eu tentei não ser ríspida com ele, afinal, ele estava tentando me ajudar.

— Uma coisa estranha aconteceu essa semana, foi quase ao mesmo tempo que a Eva, mas... ninguém conseguiu entender. Isso nunca aconteceu.

Ele estava sério de um jeito que dava medo. E parecia confuso.

— O que houve?

— Tibéria e Natasha...

— Que tem elas?

MD me olhou com aflição.

— Sumiram com elas também...

Meus olhos se arregalaram e minha boca se escancarou, enquanto a testa de MD vincava tentando entender por que duas integrantes do Império haviam sido atacadas.

— Mas... como...?

— Isso muda muita coisa do que já sabíamos Sarah... Tudo o que pensávamos, todas as nossas teses, foi tudo por água abaixo agora. Não sei mais em que pensar...

Ele encostou-se no banco desolado, e eu acho que sabia o motivo.

Pelo pouco que eu sabia sobre toda a história dessa escola, os desaparecimentos seguiam apenas uma linha, então, por que depois de tantos anos, de repente, alguém mudou de direção.

Será que agora nós teríamos um massacre, independente das leis impostas pelo deus da escola?

—Eu não... não entendo.

— Nem eu, Sarah. Nem eu. Porque isso não faz sentido. Acaba com todas as possibilidades de... – ele suspirou pesadamente olhando suas mãos. – eu nem sei mais do que estou falando... acho que... isso era a minha vida. – ele olhou tristemente para mim.

— Acabou, Sarah. Estamos todos perdidos. Aconselho que mude de escola. Tem uma escola de freiras, só para meninas no centro que é muito boa. Lá as pessoas não desaparecem, mas você fica de castigo por conversar com meninos perto da escola.

— Do que você está falando?

— Estou dizendo que não tem mais investigações, que não temos mais motivo para suspeitar de ninguém, já que agora todos somos alvos dos campos de concentração.

— MD... eu...

— Eu também, Sarah... Foi bom, sabe.

— Você vai desistir? Você... Justo você vai desistir? A única pessoa que realmente ficou do meu lado vai me dizer que não vale mais a pena lutar pelas pessoas que estão desaparecendo? – Ele não respondeu nada. Apenas suspirou melancólico e olhou para os pés.

Eu não aguentei. Levantei-me, ficando um pouco curvada naquela míni-van, mas segurei-me na alça de segurança presa ao teto e enfiei a mão na cara de MD com vontade. Ele olhou para mim chocado, segurando onde eu o havia batido. Tomara que fique vermelho.

— Foi você que me disse para confiar, que você ia me proteger. Foi você que segurou a minha mão quando o Davi e o Samu foram embora, você me apoiou quando eu explodi com o Luiz, e agora quer desistir de tudo isso que você fez?