Capítulo 33 - Por favor, me ajude a nos salvar

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L.

Ao contrario do que a maioria pensa ao meu respeito, eu não sei tudo que precisava e deveria saber. Sou apenas uma garota comum, que teve seus dias mudados por um estranho, que apareceu do nada, destruindo tudo que eu conhecia.

Se ser vidente é bom? Digamos que tem seus privilégios, mas na maioria das vezes acaba sendo tedioso. Isso claro, depois que já se controlou seu dom completamente.
Eu tinha uma rotina diária, de acordar, ir para a escola, aguentar os dramas da minha irmã e torcer para que os meus pais não viajassem com tanta frequência. Mas então eu conheci Valentin Thompsom, e a minha vida mudou completamente.

Era verão, e minha irmã Scarlet tinha conhecido um garoto da sua escola. E mesmo que ela tentasse negar, eu podia perceber o quanto ela se importava com ele, já que eu quase não a reconhecia. Ela andava melosa pelos corredores da escola, ouvia musicas românticas sempre que estava em casa, e na maior parte do tempo falava de Dan, como se ele fosse algum tipo mítico de ser.
Nós tínhamos apenas 3 anos de diferença, e eu nunca tinha me apaixonado por alguém. Tinha apenas treze anos, então era de se esperar que eu não soubesse nada sobre o amor.

Minha vida era calma, sem nada de anormal. Tinha apenas uma amiga na escola em quem podia confiar, apesar de me dar bem com todo mundo. Ter uma irmã mais velha na torcida do time escolar sempre me ajudou a ser popular, e só quando percebi que a maioria das pessoas pouco se importavam comigo verdadeiramente, foi que percebi que ser popular não queria dizer nada. Na maior parte do meu tempo livre, eu estava com a minha tia. A irmã mais nova da minha mãe, ela não tinha dinheiro para se manter sozinha quando terminou com o namorado que vivia a anos, então se mudou para nossa casa. Para mim aquilo foi ótimo, sentia falta de alguém mais velho, de uma referencia, em quem pudesse me apoiar sempre que sofresse dos meus dramas adolescentes. E tia Mag, era tudo aquilo para mim.
Somente por esse motivo foi tão difícil conhecer Valentin, assim como acreditar no que ele dizia.

Era 8 de setembro, um dia ensolarado e particularmente quente. Eu voltava para casa depois de ter perdido o ônibus, o mesmo que a minha irmã embarcou, mas que nem se deu o trabalho de conferir se eu estava também.
O sol estava de rachar, e a brisa não era suficiente, o que fazia gotas de suor correrem pelas laterais do meu rosto. Faltava pouco para que eu chegasse, menos de três quadras me separavam do meu chuveiro. E quando finalmente passei pela porta de casa, tive a nítida impressão de estar sendo observada, mas ignorei aquela sensação.
Tudo estava extremamente normal, não havia ninguém em casa, a caixa postal estava abarrotada de mensagens eletrônicas para os meus pais, de todos os seus clientes. Mas havia uma coisa que não estava lá, o bilhete que minha tia deixava pendurado para mim todos os dias antes de sair.
Ela sempre escrevia um recadinho amoroso, depois grudava à geladeira por um imã, para mim. Mas naquela tarde não havia nada.
E estranhei aquilo.

O dia correu normal, mas minha tia não voltou, o que me fez conferir a nossa caixa postal. E foi lá que encontrei duas coisas estranhas, uma mensagem da minha tia que dizia que não voltaria para casa, e a mensagem de um desconhecido, que procurava por mim.

"Ainda não nos conhecemos, mas precisamos conversar, Louise. 

Preciso da sua ajuda."

Eu não fazia ideia de quem era aquela voz, e antes que eu pudesse desconfiar de um trote, fui inundada por uma sensação que me deixou ansiosa. Quem era aquele estranho? Era tudo que eu conseguia me perguntar durante toda a noite e o dia seguinte.

Então o dia seguinte terminou, me despedi da minha amiga e corri para pegar o ônibus, antes que ele me deixasse para trás, como costumava fazer pelo menos uma vez por semana. Sentei no meu banco de sempre, colocando os fones de ouvido, antes mesmo de ligar o meu IPODE.
E foi ai que um desconhecido sentou ao meu lado.

2- A Telepata_ IrreversívelWhere stories live. Discover now