Capitulo 37 - Que a guerra comece

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Zac ainda permanecia no mesmo lugar, me olhando com curiosidade. E assim que meu olhar cruzou com o seu mais uma vez, pude ver em seus pensamentos berrantes, o quanto ele estava indeciso, entre ir em minha direção, e esperar para ver minha atitude. Obviamente ele sabia que eu estava ali por causa dele, já que não haveria outro motivo para me fazer estar naquele lugar.

A garota, que estava com ele, também já tinha percebido a mudança no seu humor. Ela olhava dele para mim, sem entender o seu interesse repentino. Graças a Lucy, que provavelmente não tinha agido com inocência, fui obrigada mudar meus planos, que já tinham sido refeitos. Então respirei fundo, aceitando que não tinha mais uma opção, e tomei a iniciativa de ir na sua direção. Cada passo que eu dava me fazia querer recuar dois, mas prossegui decidida a fazer o que tinha que fazer.

-Oi.- disse assim que me aproximei o suficiente dos dois.

A garota me encarava com indiferença, não gostando do jeito estranho que Zac se portava perto de mim. Ela não parecia do tipo confiante, que é capaz de si impor diante seus interesses. Bem pelo contrario, sua reação foi encolher os ombros, assim que percebeu que eu não era qualquer uma para Zac.

-Oi.- a voz dele saiu mais baixa que o esperando, o que fez seu rosto ficar levemente corado. Não era a minha intenção deixa-lo tão desconfortável, muito menos causar insegurança na garota ao seu lado.

Dei um paço a frente, estendendo a mão do jeito mais amigável possível, na direção da garota.

-Eu sou a Sarah, uma amiga de escola do Zac.- ela apertou a minha mão com delicadeza, enquanto tentava lembrar de onde já tinha ouvido falar daquele nome. E quando reconheceu, arregalou os olhos brevemente.

Ele já tinha falado de mim para ela.

Os olhos da garota voaram na direção de Zac, como se perguntasse se eu era a pessoa que ela estava imaginando. Ele não respondeu a ela, mesmo que tenha nitidamente entendido a sua pergunta não dita.

-Se não for incomodo, eu precisava falar com você.- me dirigi a Zac, que de repente já me olhava outra vez.

Ele concordou com um gesto de cabeça, depois se virou para a garota do seu lado e segurou a sua mão com carinho. Eu sabia que era difícil para ele me ter ali, por isso desviei o olhar quando ele pediu para que ela esperasse por ele no seu dormitório mais tarde.
A garota não protestou, mesmo que estivesse nitidamente magoada por ter sido deixada de lado.
Fiquei completamente imóvel, esperando que eles se despedissem, no momento mais embaraçoso que já tinha passado com ele. Zac já se sentia mais aliviado quando a garota se afastou, até que ela parou onde estava, pensando por um momento. E então voltou na nossa direção, pressionando os lábios nos dele com urgência.

Não contive um sorriso com a atitude dela, ainda que respeitasse os motivos inseguros que a fizeram agir daquele jeito. Não foi um beijo demorado, apenas uma despedida breve, que fez o rosto de Zac corar por inteiro.
Depois ela se despediu de mim, com uma reverencia, e nos deixou sozinhos à medida que se afastava com passos duros.

Assim que ela se afastou o suficiente, coloquei as mãos nos bolsos do casaco e me aproximei de Zac que encarava o chão envergonhado. Então bati com o meu cotovelo no corpo dele, ganhando seu olhar outra vez, depois fiz um gesto com a cabeça para que ele me seguisse.
Caminhamos por um caminho alternativo, que levava para o estacionamento gigantesco da universidade, em completo silencio. Era constrangedor o jeito como parecíamos dois desconhecidos, mas nem aquilo me fez falar.
Encontrei, com os olhos, um banco mais afastado, que mal podia ser visto pelas pessoas que se amontoavam ao redor dos carros a nossa frente, e fui na sua direção.
Zac me seguiu sem questionar, em seguida sentou após me ver fazer o mesmo. A lateral da perna dele tocava a minha, e nossa aproximação estava o deixando nervoso. Assim como eu, ele encarava a paisagem a nossa frente sem dizer nada.

2- A Telepata_ Irreversívelजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें