Último Capítulo

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"How do you look at someone you love and tell yourself it's time to walk away?"

Os dias e as noites se passam e eu nunca largo a Natasha. Apesar de ela só ter visitas uma vez por dia eu consigo sempre fugir para vir para o lado dela.
Dar-lhe a mão...
Beijá-la...
Acariciá-la....

- Quer saber uma coisa Vitória?
- O quê Doutor?
- Ela consegue ouvi-la. Ela tem perceção de tudo o que está a acontecer à sua volta.
- A sério?
- Sim. Ela não responde a qualquer tipo de estímulos mas consegue ouvir tudo o que você lhe diz. Ela conseguiu ouvir você a chorar toda a noite ao lado dela.
- Eu não sabia...
- Fica a saber. Sabe, você não pode estar aqui. Não pode passar aqui as noites. Mas eu sei que você está a sofrer imenso. Mas você tem de começar a cumprir com as horas de visita. Ela está muito mal e corre o sério risco de falecer, mas você também precisa de descansar e desanuviar a cabeça.
- Eu sei doutor mas não a quero deixar.
- Você tem de a deixar Vitória. Eu tenho de lhe pedir educadamente que faça o favor de sair e cumprir as horas de visita. Neste momento precisamos de lhe fazer exames e tratamentos e você tem de sair.
- Ok Doutor.
- Vá espairecer. Dê uma volta por aí e pense na vida. E pense no quanto ela é bela.
- É.... Está bem...

E é isso que eu faço. Saio do hospital e vou de caminho até casa.
Preciso de saber como é que a minha mãe está e preciso de lhe dar muitos mimos....

Entro no carro e ligam-me da polícia.

~chamada ON~

- Vitória?
- Sim Sr. Agente?
- Pode passar aqui na esquadra?
- Para quê?
- Depois vê.
- Ok então até já.
- Até já.

~chamada OFF~

Vou em direção até à esquadra pensando no que é que o polícia poderá querer de mim...
Entro e ele já estava à minha espera na porta.
Ele manda-me entrar numa sala onde só existe nela exclusivamente duas cadeiras e uma mesa.
Sento-me numa cadeira de frente para o polícia e ele então começa o seu discurso.

- Sabe porque é que a chamei aqui?
- Não faço a mínima da ideia.
- Então eu chamei-a aqui para lhe dizer duas coisas: Uma é que o Jackson acabou por falecer no hospital.
- Sim. E qual é a segunda coisa?
- Envolve o seu pai.
- O meu pai?
- Sim.
- O que tem ele?
- Ele entregou-se nesta delegacia.
- Entregou-se pelo quê?
- Ele diz-se responsável por todos os crimes do seu irmão Jackson.
- Ele tá doido?
- Pois não sei. Esperava que você me soubesse responder a isso...
- Mas eu não sei responder a isso como é óbvio. Vocês prenderam-no?
- Alguém tem de assumir estes crimes. Ele quis assumir foi dentro. Depois o juíz irá deixá-lo em liberdade porque ele não é culpado.
- Então se ele não é culpado, porque é que o prenderam?
- Porque ele está muito magoado consigo próprio.
- E o que é que isso tem a haver com os crimes do Jackson?
- Nada. Mas assim ele conseguia que você cá viesse e pudesse falar com ele.
- Eu falar com o meu pai? Jamais.
- Dê uma chance.
- Está bem. Só mesmo porque deverá ser a última vez que nos vemos.
- Obrigado. Siga-me.

Caminhei junto ao polícia por uns corredores estranhos.
A prisão parece uma masmorra.
Há várias celas. Muitas delas estão preenchidas de criminosos nada perigosos.
E no fundo do corredor está então a cela onde o meu pai se encontra.

- Vitória! Que bom que está aqui filha!
- Pai o que você quer falar comigo?
- Já reparou que esta roupa cor de laranja de presidiário me fica bem?
- Gostava mais quando você usava fato e gravata...
- Pois...
- Agora diga o que você quer falar comigo.
- Como está a sua mãe?
- Não sei. Eu estava a caminho de casa quando fui contactada para vir aqui.
- Acha que ela está mal?
- Não sei pai.
- Huum...
- Sério? Só tinha isso para falar comigo?
- Não filha. Há algo que lhe quero confessar.
- Confesse.
- Eu realmente amei muito a Helena.
- Quem?
- A mãe do Jackson.
- Ahh sim?
- Sim. E eu cometi o erro de deixar o amor da minha vida partir por causa daquilo que os outros poderiam pensar de mim. Eu juro que não sabia que ela estava grávida filha. Só soube que tínhamos um filho em comum quando ela ficou com câncer. E eu juro que nunca foi minha intenção magoar a sua mãe. Eu só queria dar o melhor para você e não queria que você tivesse uma familia monoparental. Queria lhe dar todo o amor do mundo.
- Mas porque é que não foi atrás dela pai?
- Porque eu só queria o melhor para você Vitória. Eu amo você acima de tudo.
- Mas você não tinha de viver infeliz por minha culpa pai.
- Eu não fui infeliz filha. Aprendi a amar a sua mãe.
- É.... Mas você tinha o direito de ficar com a mulher que amava de verdade.
- Eu sei filha. Mas não queria que você tivesse de passar por um divórcio. Os divórcios com filhos adolescentes no meio são muito difíceis.
- Eu sei pai. Mas porque razão você não ajudou a Helena? Você sabia que ela passava por muitas dificuldades e que não tinha dinheiro para pagar os tratamentos.
- Mas eu tentei ajudá-la filha. Eu fui na casa dela e ofereci-me para lhe pagar todos os tratamentos de que ela precisasse.
- Mas não foi isso que o Jackson disse.
- Mas foi esta a verdade. Ela é que não aceitou a minha ajuda. Ela preferiu que eu pagasse a faculdade do Jackson e foi isso que eu fiz.
- Mas ele desistiu da escola.
- Só desistiu depois da Helena falecer. Quando ela faleceu foi quando ele entrou para o mundo do crime...
- O rapaz deve ter passado um mau bocado. Mas nada justifica o que ele fez pai.
- Eu sei filha. Como você está?
- Estou prestes a cometer uma loucura pai...
- Filha...
- Eu te amo pai.
- Você me perdoa Vitória?
- Não há nada para perdoar pai.
- Eu te amo filha.
- Você vai no meu coração pai!
- Te amo.

A Paixão de um Sorriso (Romance Lésbico)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu