Capítulo 24

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"Life's all about moments of impact and how they changed our lives forever. But what if one day you could no longer remember any of them?"

- Sou o quê??
- Não acreditas maninha?
- Eu não acredito num mentiroso criminoso como tu! - eu proferi com toda a minha raiva.
- Acredita que é verdade.
- Então se é verdade porque é que me queres fazer mal??
- Porque eu sou fruto de uma relação amorosa que o nosso pai teve com a minha mãe, dias antes do casamento com a tua mãe. O nosso pai sempre foi loucamente apaixonado pela minha mãe, mas ele não sabia que a minha mãe estava grávida. Ele casou com a tua mãe porque ela estava grávida de ti. Ele casou por obrigação com a tua mãe. Mas a tua mãe era rica, sempre teve um bom emprego e nunca precisou de ninguém. A minha mãe é pobre e sempre teve de trabalhar imenso para me conseguir dar o básico. Nunca me faltou amor dela. Mas sempre ne faltou uma figura masculina, que fosse uma referência...
- E porque é que me queres fazer mal?  - eu falei com as lágrimas nos olhos - A culpa é do meu pai. Não é minha.
- Porque tu sempre tiveste aquilo que eu não tive. Tu chegavas a casa e tinhas uma mãe e um pai à tua espera para jantar, e enquanto isso, eu só tinha uma mãe em casa e nem sempre tinha jantar. Tu sempre tiveste um pai para te dar a mão na rua, para ir ao médico contigo, para cuidar de ti enquanto estavas doente, para te ir levar à escola. Sabes o quanto me custava eu ver o "nosso" pai te ir levar à escola, dar-te um beijo e um abraço e dizer até logo? Custava imenso porque ele também era meu pai. Ele também devia de fazer isso comigo. Ele devia de saber que eu era filho dele também. Queria as mesmas regalias que tu tinhas. Eu não queria dinheiro nenhum. Eu simplesmente queria o amor de um pai. Queria um pai que me levasse aos treinos do futebol e que fosse o meu maior fã nos meus jogos mais importantes. Queria um pai com que eu pudesse desabafar sobre coisas de homens. Queria um pai que dissesse que me amava. Queria um pai que me agarrasse ao colo e dissesse que eu era o ser mais importante da vida dele. Queria saber como era ter um pai. Como é me sentir amado por um pai.... E tu soubeste isto tudo, tiveste isto tudo... Enquanto eu só tive uma mãe que me amava e fazia de tudo por mim. Até que à 2 anos ela adoeceu com o cancro e tive de vê-la morrer tão jovem e não aguentar muito mais tempo porque não tínhamos dinheiro para pagar as quimioterapias e as radioterapias. E eu sinto raiva do pai porque ele podia ter ajudado a pagar os tratamentos da mãe para ela viver só mais um pouco  e ter mais um pouco do amor dela. Aproveitar mais um pouco o amor da pessoa que mais me amava neste mundo. Aproveitar mais um pouco do amor da pessoa que eu mais amava neste mundo, a minha mãe.
- Isso é muito triste Jackson. Consigo perceber que sofreste imenso e não tiveste uma infância assim tão boa por culpa do pai. Mas eu não tenho nada a haver com isso, muito menos a Natasha. Entrega-te à polícia e diz onde está a Natasha. Podes recuperar o tempo perdido com o pai Jackson.
- Não vou recuperar porra nenhuma eu vou matar vocês três.
- Não faças isso Jackson por favor! - disse em prantos com a arma apontada à cabeça. - Eu só quero a Natasha de volta por favor.
- Vais morrer. E ela também.
- Não faças isso Jackson, vais te arrepen...

Quando dei por mim estava ele e o Sr. Campos no chão.
Tinham sido alvejados por um dos snipers espalhados pelo terreno.

Começo a ouvir sirenes. Não sei é a polícia ou se são os paramédicos.
O Jackson e o tal fornecedor podem estar inofensivos deitados no chão.
Mas ainda me falta saber da Natasha. E eu não tive tempo suficiente para saber onde ela está..

E se ela não está no tal barracão?
E se eu não a encontrar?
O que é que eu faço à minha vida?
Já não sei viver sem ela, nunca soube.

Tiro a AK-47 da mala do meu carro e meti no banco do pendura e comecei a conduzir como uma louca, sem norte, sem destino...

O meu único destino é a Natasha...

Andei 1 quilómetro para a frente e começo a ver um barracão. Deve ser o tal barracão.

O barracão é de tijolo e cimento, tem umas janelas pequenas com umas grades e uma porta de ferro com.um cadeado grande.
Será que está alguém aqui dentro?

Começo a bater na porta como uma louca e ninguém responde.
Chamo pela Natasha e ninguém responde.
Não ouço barulho nenhum.
Agarro na arma e começo a espreitar pelas janelas quando avisto uma poça enorme de sangue.
Sangue vivo.
Será que é da Natasha?
Será que eles a mataram?
Será que está alguém aqui dentro e a matou?
Será que o sangue é mesmo da Natasha?

Não me interessa.
Mando um tiro no cadeado e entro pelo barracão a dentro.

Começo a procurar a Natasha por todos os cómodos deste barracão.
Só vejo sangue.
Sangue nas paredes.
Sangue no chão.
E uma menina deitada num colchão sujo, encolhida, imóvel coberta de sangue.
As lágrimas já me lavam a cara e eu respiro fundo.
E caminhando lentamente eu vou ao encontro daquela menina.
Passo a passo.
E cada passo que eu dou, são mil setas que me acertam no peito.
Quanto mais me aproximo, mais peso me cai em cima.
Quando chego à beira do colchão consigo ver aqueles cabelos morenos escuros que eu conheço tão bem.

Ouço sirenes mas tudo fica mudo à minha volta.
Sou só eu e a menina dos cabelos morenos escuros.

Estico a mão até à cintura deste ser indefeso e volto-a de cara para cima.
Não consigo acreditar no que os meus olhos vêem.
Agarro-a ao colo com a cara lavadas em lágrimas e carrego-a até ao exterior deste barracão.

Seguro-a nos meus braços como se eu fosse o porto seguro dela e quando a ambulância chega eu meto-a serenamente na maca e deixo-a ir.

- Agradecemos bastante por nos ter ajudado a capturar aqueles criminosos.
- Agradeço bastante por me terem ajudado a encontrá-la.
- Eu avisei-a várias vezes que você poderia encontrá-la da forma que você não queria.
- Eu sei.
- Está muito mal?
- Infelizmente não sei. Nem sei se ela está cá. O corpo está. A vida não sei.

O polícia abraça-me com imensa força  enquanto eu só consigo chorar.

- Já passei pelo mesmo.
- Você vai ultrapassar vai ver.
- Obrigado.

Sento-me no chão, meto a minha cabeça entre os joelhos e o meu mundo desaba aqui.
Que injustiça...

















Eaí tudo bem com vocês amores?
Como vocês devem pensar falta um capítulo ou dois para a história terminar. Por isso talvez em uma semana ou duas vocês consigam o desfecho deste romance dramático.
Não sei se vocês irão gostar ou não do final, mas irei fazer de tudo para que gostem.
Esta história é única, tem um pouco de mim a nível pessoal, por isso não haverá segundo livro, até porque o desfecho não irá permitir isso!
Fiquem atentos!
Beijinhos grandes amores. <3

A Paixão de um Sorriso (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now