Capítulo 13

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Após as despedidas, Alisson me convidou até a casa dele. Eu aceitei na hora.

Quando Alisson fechou a porta de entrada eu já não aguentava mais. Eu o prensei contra a parede e grudei meu corpo naquele traje emborrachado, tentando alcançar seus lábios.

"Cedo demais, novinho. Preciso dar um tiro." Ele escorregou para o lado e seguiu adiante enquanto removia o traje, revelando a sunga amarela que vestia por baixo.

Trajando apenas sua sunga e a medalha, Alisson jogou-se no sofá e vasculhou a gaveta da mesinha.

Eu me apressei até ele, pensando em como repreendê-lo sem parecer um bebê chorão. Mas assim que Alisson puxou o envelopinho, senti um arrepio elétrico descer meu pescoço. E o arrepio só aumentou a cada batida do envelope contra o espelho. O pó branco caía em uma linha fina, como se em câmera lenta.

"Faz um pra mim também." Pedi, sentando ao seu lado.

"Será que devo? Você ficou doido demais, da última vez." Ele sorriu pra mim, me provocando.

Eu devolvi o mesmo sorrisinho petulante e mordisquei o lóbulo da sua orelha. O gosto do mar me fez gemer baixinho e brincar com a língua, me divertindo ao ver o primeiro filete de pó sair todo ondulado e tremido.

"Doido ficou você, quando te chupei naquele beco." Sussurrei macio em seu ouvido. "Vai ser mais gostoso assim. Você sabe disso."

Alisson nem tentou discutir. Ele apenas bateu outra fileira e cheirou uma delas, me deixando ficar com a mais comprida.

Eu cheirei minha porção e, como da primeira vez, desceu como um soco na cara. Mas logo aquele desespero esquisito passou, e eu relaxei contra o encosto do sofá.

Assim que eu me acomodei, Alisson se levantou, o que me fez suspirar e buscar forças dentro de mim. Eu precisava daquele mastro alisando a minha língua, mas o Alisson estava esquisito desde que descemos do pódio.

"Vem brincar, Alis." Falei, descendo minha bermuda até os pés e revelando minha extensão, tão dura que chegava a doer.

Alisson tirou a medalha e subiu as escadas. A porta do quarto fechou-se lá em cima.

Eu não soube o que fazer. Mais uma vez minha visita ao Alisson começou bem diferente do imaginado, mas dessa vez o pó fazia cócegas dentro de mim, e minha visão percorria os móveis em câmera lenta, fixando em pontos estranhos, que pareciam mais coloridos que o normal.

Mas o maior problema me fazia morder o lábio até doer. Meu corpo precisava de atenção, latejando tão intensamente que eu não aguentaria esperar.

Tremendo pela ansiedade, ou talvez por causa da cocaína, eu subi a escada a passos corridos, pelado mesmo. Quando cheguei no quarto do Alisson eu abri a porta, e ele se sobressaltou.

"Ei, que invasão é essa?" Ele perguntou, escondendo algo nas costas, mas eu já havia visto. Era um envelope de papel pardo, daqueles de correio.

"Vai enviar essa medalha para a sua mãe, também?" Perguntei.

Alisson rosnou. Seus olhos negros cintilaram furiosos na minha direção mas eu não tive medo. Eu começava a entender o Grande Alisson. Sabia que a raiva dele não era de mim.

"Como você sabe?" Ele lambeu a aba do envelope e terminou de fechá-lo.

"Você ganha prêmios o tempo todo, mas não tem nenhum na sua casa." Falei, me aproximando com cautela até sentar na sua cama. Eu cobri a virilha com as mãos, tentando parecer menos inadequado.

O Preço da Adoração (AMOSTRA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora